10.19.2018

Não ao Fascismo: #HaddadPresidente

  
#eleNão #eleNunca
Acredito que ‘viver significa tomar partido’. (...) Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. (...). A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua”.
Antonio Gramsci

O que está em jogo no Brasil hoje não é apenas uma disputa entre partidos ou programas políticos. Tampouco se trata de uma mera oposição entre campos de esquerda ou direita. O perigo que ronda o país, ainda com mais força nesse momento eleitoral, é um velho conhecido da humanidade e precisa ser chamado pelo nome que o caracteriza na História: FASCISMO. E contra o fascismo, não pode haver vacilações.
Do ponto de vista estrutural, o primeiro passo para combater o fascismo é desmontar a armadilha que reduz a eleição e todos os projetos políticos existentes a uma falsa polarização entre petistas e antipetistas. Em nome dessa simplificação grosseira, discursos de ódio, intolerância e práticas de violência de todo tipo têm sido naturalizadas e autorizadas na sociedade, configurando um retrocesso civilizatório que não se encerrará com o resultado das eleições. Mas parece inegável que a vitória do candidato que encarna o fascismo para ocupar o cargo de Presidente da República pode agravar em muito um cenário que já se mostra suficientemente trágico. Por isso neste segundo turno, o momento exige transcender a escolha programática; é hora de fazer valer, mais do que o chamado ‘voto útil’, o voto necessário para impedir que um projeto fascista chegue ao poder no Brasil.
Caracterizado principalmente como uma ‘extrema-direita’ capaz de mobilizar um movimento de massas, as experiências históricas do fascismo, principalmente na Alemanha e Itália, nos ensinam que ele é capaz de chegar ao poder de Estado pelo voto popular. O sofrimento da população diante de uma grave crise econômica, enquanto os mesmos grupos econômicos de sempre continuam ganhando (bancos, agronegócio, empreiteiras...), e a indignação contra todo o sistema político são características comuns, que reconhecemos sem qualquer dificuldade no Brasil de hoje. A produção de um inimigo comum – sejam os judeus, no passado, ou os chamados “esquerdistas” no presente, ou aqueles que defendem políticas inclusivas para os pobres, negros, mulheres, homossexuais – tampouco parece faltar nessa fórmula explosiva de ódio político que hoje ameaça o país. No entanto, vários analistas têm chamado atenção para o fato de que, em países do capitalismo periférico, como o Brasil, a experiência do fascismo também tem suas peculiaridades. Tudo indica que, por aqui, o nacionalismo que caracterizou o fascismo histórico se rende facilmente à pauta das privatizações e a centralidade do Estado e é também facilmente substituída pela cartilha neoliberal, que corta direitos e ataca os trabalhadores, principalmente o funcionalismo público. Qualquer breve biografia do candidato Jair Bolsonaro não deixa dúvidas: ele votou, por exemplo, a favor da Reforma Trabalhista, que retira direitos dos trabalhadores da iniciativa privada, e da Emenda Constitucional 95, que institui um teto para os gastos federais, impondo restrições orçamentárias às instituições públicas e às políticas sociais. No âmbito específico da saúde, o deputado é um dos autores de um Projeto de Lei que revoga a obrigatoriedade de o SUS atender integralmente pessoas vítimas de violência sexual. Tudo isso sem contar o que já se tornou lugar comum na caracterização do candidato – e que, assustadoramente, tem hoje o apoio de boa parte da população: seu desprezo pelas mulheres, pelos negros, pelos LGBTs e pelos direitos humanos de modo geral.
O Movimento Asfoc de Luta é diverso, sem qualquer relação com o Partido dos Trabalhadores. A maior parte de seus simpatizantes não é filiada a partidos políticos, outros militam em organizações as mais variadas. Não assumimos como nosso nem endossamos no conjunto o programa da candidatura do PT. Não esquecemos as críticas que foram e precisam continuar sendo feitas aos governos do passado. Vários de nós participaram ativamente da oposição aos governos Lula e Dilma, nos momentos em que medidas propostas por eles contrariavam os interesses do Sistema Único de Saúde, da educação pública, do funcionalismo e das instituições públicas. Estivemos nas ruas – e nos espaços coletivos da Fiocruz - contra todas as arbitrariedades, coerentes com os nossos princípios. Mas é importante não esquecer que mesmo o exercício da oposição, no parlamento, nas instituições e nas ruas, só é possível nos marcos de um regime democrático. E é essa garantia que está em risco neste momento.
Sem falsas ilusões, estaremos, no dia seguinte às eleições, prontos para lutar e cobrar do governo eleito uma pauta plena de direitos em defesa do SUS, das instituições e dos servidores públicos. Mas, neste momento, civilização e barbárie se enfrentarão também nas urnas. E nós não podemos ter dúvida sobre o nosso lado nessa disputa: para derrotar o fascismo, é preciso votar em Fernando Haddad no dia 28 de outubro, e constituir uma frente antifascista na Fiocruz e na sociedade, em defesa da vida, como precedente para a democracia.
VOTE CONTRA O FASCISMO!
VOTE HADDAD

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