Mania antivacinação coloca em risco saúde de crianças americanas
Médicos temem que ideias obscurantistas se popularizem no Brasil.
Infecção com sarampo, por exemplo, pode causar problemas sérios.
A cada ano mais pais americanos deixam de vacinar seus filhos pelos mais variados motivos, religiosos, crenças naturais ou pelo simples desconhecimento dos riscos. Em alguns estados a recusa de vacinação cresceu quase três vezes em 4 anos. Um dado interessante: a motivação religiosa não altera a cobertura vacinal, porem as razões filosóficas são as responsáveis pelo crescimento da recusa. O pior é que pais brasileiros estão embarcando nessa onda. Por enquanto, de acordo com pediatras consultados, o fenômeno está restrito a grupos ditos naturalistas.
A descoberta das vacinas talvez tenha sido o avanço mais importante em termos de saúde pública da história do homem. Acho que é hora de lembrarmos como era antes da era das vacinas. Vamos pegar como exemplo o sarampo, uma doença viral que muitos acreditam ser benigna.
Realmente, para 80% das pessoas que a contraírem, depois de passarem os sintomas não ficarão sequelas. Porém 20% dos casos de sarampo podem evoluir com complicacões. As infecções de ouvido poderão atingir 10% das vítimas e a pneumonia pode acontecer em 5% dos casos. Infelizmente, algumas poucas crianças poderão sofrer de infecções do sistema nervoso central, que podem levar a convulsões e deixar sequelas como retardo mental.
Para cada mil crianças que pegarem sarampo, 1 ou 2 morrerão. O sarampo ainda mata no mundo, nos dias de hoje, mais de 1 mihão de crianças por ano. Além dessas complicações diretas, se uma gestante se infectar com o sarampo, isso poderá levar a um aborto, parto prematuro ou um bebê de baixo peso.
Dois artigos científicos em revistas como "The New England Journal of Medicine" e "Archives of Pediatric and Adolescence Medicine" chamam a atenção para a repercussão da recusa em vacinar os filhos.
Nos Estados Unidos, antes da era vacinal, aconteciam cerca de 2 milhões de casos de sarampo por ano. Após a implantação do esquema de vacinação, os casos caíram para pouco mais de 50 por ano.
Do ponto de vista de saúde pública o aparecimento de núcleos de crianças que não se vacinam pode significar o aumento do risco de que as outras crianças venham a se contaminar.
No Estado do Colorado, de 1985 a 1992, o aumento da recusa na vacinação aumentou o risco da ocorrência de um surto de sarampo em 35 vezes para certas comunidades. Portanto, antes de tomar a decisão de não vacinar seu filho, seja por que causa for, pense no risco que você pode estar trazendo para as outras crianças que convivem com ele.
Globo.com
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