3.04.2010

Informação sobre as práticas que concorrem para uma vida saudável e aquelas que deve evitar.

O consumo de tabaco é, nos dias de hoje, a principal causa de doença e de mortes evitáveis.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), anualmente cerca de 4,9 milhões de pessoas morrem, em todo o mundo, em resultado do tabagismo. Se a epidemia não for travada, a mesma organização estima que, em 2020/30, esse número chegará aos 10 milhões de pessoas por ano.

Uma vez iniciado o consumo do tabaco, rapidamente se transforma em dependência (física e psíquica), provocada por uma droga psicoactiva - a nicotina – presente na folha do tabaco.

O fumo produzido pelo consumo do tabaco contém mais de quatro mil compostos químicos com efeitos tóxicos e irritantes, dos quais mais de 40 são reconhecidos como cancerígenos.

O tabagismo não é factor de risco apenas para o próprio fumador, mas também para aqueles que, não sendo fumadores, se encontram frequentemente expostos ao fumo passivo. Dados recolhidos em 1992, pela Comissão Europeia, revelaram que 29 por cento dos fumadores portugueses nunca se abstêm de fumar em presença de não-fumadores.

Estudos epidemiológicos confirmam a associação entre o tabagismo e...


Um terço de todos os casos de cancro;
90 por cento dos casos de cancro do pulmão;
Cancro do aparelho respiratório superior (lábio, língua, boca, faringe e laringe);
Cancro da bexiga, rim, colo do útero, esófago, estômago e pâncreas;
Doenças do aparelho circulatório, dos quais a doença isquémica cardíaca (25 por cento);
Bronquite crónica (75-80 por cento), enfisema e agravamento da asma;
Irritação ocular e das vias áreas superiores.
Fumar reduz a esperança média de vida em cerca de dez anos.

Problemas ligados ao álcool

Saiba quais são os problemas ligados ao álcool e como se pode mudar os hábitos de consumo.


Como se define o consumo de álcool?
Perceba as diferenças entre o consumo e a dependência do álcool.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica os consumos de álcool em:

Consumo de risco;
Consumo nocivo;
Dependência.

Consumo de risco - é um padrão de consumo que pode vir a implicar dano físico ou mental se esse consumo persistir.

Consumo nocivo - é um padrão de consumo que causa danos à saúde, quer físicos quer mentais. Todavia não satisfaz os critérios de dependência.

Dependência - é um padrão de consumo constituído por um conjunto de aspectos clínicos e comportamentais que podem desenvolver-se após repetido uso de álcool, desejo intenso de consumir bebidas alcoólicas, descontrolo sobre o seu uso, continuação dos consumos apesar das consequências, uma grande importância dada aos consumos em desfavor de outras actividades e obrigações, aumento da tolerância ao álcool (necessidade de quantidades crescentes da substância para atingir o efeito desejado ou uma diminuição acentuada do efeito com a utilização da mesma quantidade) e sintomas de privação quando o consumo é descontinuado.

Quais as consequências destes tipos de consumos?
O consumo de álcool contribui mais do que qualquer outro factor de risco para a ocorrência de acidentes domésticos, laborais e de condução, violência, abusos e negligência infantil, conflitos familiares, incapacidade prematura e morte. Relaciona-se com o surgimento e/ou desenvolvimento de numerosos problemas ou patologias agudas e crónicas de carácter físico, psicológico e social, constituindo, por isso, um importante problema de saúde pública.

Os hábitos de consumo diferem sensivelmente entre homens e mulheres, mas os homens consomem mais. No entanto, a idade de início do consumo é cada vez mais precoce e assiste-se ao aumento do consumo nos jovens e nas mulheres.

Muitos factores contribuem para o desenvolvimento dos problemas relacionados com o álcool como sejam o desconhecimento dos limites aceitáveis quando se consome e dos riscos associados ao consumo excessivo.


Um dos benefícios de ser feita a detecção precoce é o facto de os indivíduos que não são dependentes do álcool poderem parar ou reduzir os seus consumos de álcool com adequada intervenção, a qual deverá ser feita pelo seu médico assistente.

Verdade ou mentira?
O álcool não aquece – o álcool faz com que o sangue se desloque do interior do organismo para a superfície da pele, provocando sensação de calor. Mas este movimento do sangue provoca uma perda de calor interno, já que o sangue se encontra a uma temperatura que ronda os 37º e que é quase sempre superior à temperatura ambiente. Quando o sangue regressa ao coração há necessidade de o organismo despender energia no restabelecimento da sua temperatura.

O álcool não mata a sede – a sensação de sede significa necessidade de água no organismo. As bebidas alcoólicas não satisfazem esta falta, provocando, ainda, a perda através da urina, da água que existe no organismo, o que vai aumentar a carência de água, e, portanto a sede.

O álcool não dá força – o álcool tem um efeito estimulante e anestesiante, que disfarça o cansaço provocado pelo trabalho físico ou intelectual intenso, dando a ilusão de voltarem as forças. Mas depois o cansaço é a dobrar, porque o organismo vai gastar ainda mais energias para "queimar" o álcool no fígado.

O álcool não ajuda a digestão e não abre o apetite – o álcool faz com que os movimentos do estômago sejam muito mais rápidos e os alimentos passem precocemente para o intestino sem estarem devidamente digeridos, dando a sensação de estômago vazio. O resultado é a falta de apetite e o aparecimento de gastrites e de úlceras.

O álcool não é um alimento – o álcool não tem valor nutritivo porque produz calorias inúteis para os músculos e não serve para o funcionamento das células. Contrariamente aos verdadeiros alimentos, ele não ajuda na edificação, construção e reconstrução do organismo.

O álcool não é um medicamento – é exactamente o contrário porque provoca apenas excitação e anestesia passageiras que podem esconder, durante algum tempo, dores ou sensação de mal-estar, acabando por ter consequências ainda mais graves.

O álcool não facilita as relações sociais – o álcool em quantidades moderadas tem um efeito desinibidor que parece facilitar a convivência. Mas trata-se de uma ilusão, porque nem sempre é possível controlar os consumos nesse ponto e porque a relação com os outros se torna pouco profunda e artificial.

Será que bebo demais?
Para muitas pessoas, beber um copo de uma bebida alcoólica pode constituir um momento social em que os riscos desse consumo vão depender da quantidade e da frequência com que se bebe e de algumas condições individuais, nomeadamente, o seu estado de saúde.


Por outro lado, existem algumas situações, como a condução de veículos, em que o consumo de álcool pode ser muito perigoso para o próprio e para os outros.

O que é a unidade de bebida padrão?

Com a finalidade de quantificar o consumo de álcool foi criado o conceito de bebida padrão. Consiste numa forma simplificada de calcular a quantidade de álcool consumida, diária ou semanalmente.

Embora as bebidas alcoólicas tenham diferentes graduações, os copos habitualmente mais usados para as diferentes bebidas têm quantidade idêntica de álcool, o que corresponde a uma unidade bebida padrão com cerca de 10 a 12 gramas de álcool puro. Este facto permite fazer a quantificação por unidades de bebidas ingeridas, o que facilita os cálculos do total de bebidas consumidas diária ou semanalmente.

A OMS considera que não se devem fazer consumos que ultrapassem 20 gramas de álcool (2 unidades/dia) e de preferência estar pelo menos dois dias por semana sem beber qualquer bebida alcoólica.

Mas não deve beber rigorosamente nada:
Se estiver grávida ou a amamentar;
Se conduzir ou trabalhar com uma máquina;
Se tomar medicamentos;
Em situação de doença;
Em situação de dependência alcoólica;
Se tiver menos de 18 anos de idade.
As mulheres grávidas não devem ingerir bebidas alcoólicas porque o álcool será absorvido pelo organismo do bebé através do sistema circulatório, o que, na prática, significa que o bebé absorve o que a mãe bebe. Se a mulher grávida beber muito ou beber frequentemente, o bebé em gestação está permanentemente sob a influência do álcool. O mesmo acontece com as mulheres que amamentam.

Quais são as consequências da ingestão de álcool para o feto?

Os hábitos, o grau de dependência e a tolerância da mulher grávida face ao álcool são importantes para determinar os efeitos sobre o bebé.

As consequências podem ser muito graves, pois o álcool pode impedir o normal desenvolvimento do feto, quer retardando o seu crescimento, quer provocando lesões cerebrais e malformações físicas ou orgânicas.

Além disso, os bebés podem nascer com a Síndroma de Alcoólico Fetal (SAF), isto é, subdesenvolvidos e com peso abaixo do normal.

Em casos mais graves, nascem com malformações físicas e orgânicas, sofrem de perturbações do comportamento (hiperactividade, descoordenação motora, dificuldades de aprendizagem e de linguagem), desenvolvimento emocional retardado e atraso mental.

Estes sintomas podem ser ligeiros, mas também podem ser extremamente graves e prolongarem-se até à idade adulta, sobretudo no que respeita às doenças mentais e do comportamento.

Devo reduzir os meus consumos ou parar totalmente de beber?
Muitas pessoas que bebem demais devem reduzir, mas outras têm mesmo que deixar de beber.

É muito importante que deixe completamente de beber, se, por exemplo:

Tem tremores, geralmente de manhã;
Tem problemas de saúde, como doenças do fígado ou do coração;
Tem perdas de memória e não se recorda do que aconteceu num determinado período.
Caso detecte qualquer destas situações, deverá deixar de beber completamente. Se tiver dificuldade em fazê-lo, deverá procurar acompanhamento médico.

Um plano por etapas pode ajudar a modificar os seus hábitos de beber.

Como se afere a taxa de alcoolémia?
Pela medição da quantidade de álcool existente no sangue em determinado momento. A taxa de 0,5 gramas por litro de sangue (prevista no Código da Estrada) atinge-se com dois ou três copos de cerveja.


Note-se, porém, que há vários factores que influenciam a taxa de alcoolémia, pelo que a quantidade de álcool ingerida não tem o mesmo efeito em todas as pessoas. Ser mulher, ter baixo peso, estar doente ou fatigado e beber fora da refeição são factores que aumentam a taxa de alcoolémia.

Para saber mais, consulte:
Organização Mundial da Saúde - Europa (Alemão, Francês, Inglês e Russo)
DGS - Direcção-Geral da Saúde
Portal da Juventude - Alcoolismo
Instituto da Droga e da Toxicodependência – Álcool
Governo da Catalunha - PHEPA - Primary Health Care European Project on Alcohol (Catalão, Inglês)
Centro Regional de Alcoologia do Sul
Centro Regional de Alcoologia do Norte
Centro Regional de Alcoologia do Centro
Hospital de Santa Maria (consulta de Etilo-risco Psiquiatria): Av. Professor Egas Moniz, 1649-035 Lisboa; Telefone: 217 805 143. Website: http://www.hsm.pt./
Hospital Miguel Bombarda (GEPTRA): Rua Dr. Almeida Amaral, 1169-053 Lisboa; Telefone: 213 177 400; Fax: 213 177 475; E-mail: hospital.miguel.bombarda@clix.pt
Alcoólicos Anónimos Portugal
Governo da Catalunha - Programa Beveu Menys (Catalão, Espanhol, Inglês
Alcohol Concern (Inglês)
Institute for Alcohol Studies (IAS) (Inglês)
Eurocare - European Alcohol Policy Alliance (Inglês)
National Institute for Alcohol Abuse and Addiction (NIAAA) (Inglês)
Leadership to Keep Children Alcohol Free (Espanhol e Inglês)
Nursing Council on Alcohol (Inglês)


Plano em seis etapas para modificar os seus hábitos de consumo de bebidas alcoólicas.


1. Identifique boas razões para mudar os seus hábitos de beber.


Procurar boas razões para mudar os seus hábitos constitui uma excelente forma para o conseguir. Há boas razões para que mude os seus hábitos, como por exemplo:

Terá mais tempo para outras actividades;
Poupará dinheiro;
Sentir-se-á mais feliz;
Terá mais energia;
Perderá peso;
Dormirá melhor;
Discutirá menos com as pessoas;
Terá menos risco de os seus filhos serem bebedores excessivos.
2. Estabeleça metas em relação aos consumos.


Conte com a ajuda do seu médico para o fazer.


Ter um plano para reduzir as bebidas implica estabelecer metas. Deverá escolher um dia para começar o seu plano e definir metas dos seus consumos. O passo seguinte é registar o que consumiu e verificar se foi capaz de não ultrapassar os limites que definiu para cada dia da semana.

3. Reconheça os momentos difíceis.

Apesar de ter vontade de mudar os seus hábitos alcoólicos, encontrará momentos mais difíceis que outros. Correspondem a momentos de alto risco.


Alguns exemplos de momentos de alto risco são:

Após o trabalho;
Quando conhece novas pessoas em actos sociais;
Quando sai para uma festa ou uma discoteca;
Quando tem um dia difícil no trabalho;
Quando quer relaxar;
Quando tem situações de conflito no trabalho;
Quando tem situações de conflito familiar;
Quando se sente só e está triste.

4. Lide e ultrapasse os momentos difíceis.

Evite ir a cafés/bares quando sair do trabalho;
Procure arranjar outras actividades sociais;
Evite estar com amigos que bebam em excesso;
Evite situações em que possa beber demais;
Se está aborrecido ou enervado, faça exercício físico ou vá dar um passeio;
Não beba bebidas alcoólicas para matar a sede;
Evite alimentos salgados;
Coma antes de beber;
Beba uma bebida sem álcool em alternativa a uma bebida alcoólica;
Aprenda a pedir bebidas como sumos ou água;
Tenha presente que sentir-se-á mais saudável se reduzir os seus consumos;
Beba em pequenos tragos;
Evite beber em rodadas;
Aprenda a não aceitar bebidas alcoólicas.
Desta forma será mais fácil, quando estiver perante estas situações, recordar as soluções que encontrou para lidar com elas.

5. Procure alguém que o ajude e lhe dê suporte.

Este plano tem como finalidade ajudá-lo a mudar os seus hábitos de consumo de bebidas alcoólicas. Algumas pessoas acham que é mais fácil conseguir este objectivo se tiverem alguém que os ajude.

Essa pessoa pode ser o companheiro/a ou alguém no trabalho que também queira mudar os seus hábitos.

Essa pessoa deve ser alguém com quem possa falar facilmente, ser honesto e a quem pode pedir um conselho se necessitar.

Se está muito preocupado com os efeitos das bebidas alcoólicas na sua saúde e se tem a noção que bebe demais, procure o seu médico ou outro profissional de saúde, que o pode aconselhar sobre a melhor forma de ultrapassar este problema.

6. Não desista dos seus objectivos.

Toda esta informação tem a finalidade de o ajudar neste propósito:

Não abandone o seu objectivo;
Se se esforçar por mudar os seus hábitos, acabará por conseguir;
Se reduzir os consumos lhe parece mais complicado do que pensava, fale com o seu médico. Ele ajudará a encontrar outras soluções;
Se necessitar de mais ajuda existem serviços especializados para o efeito. Para tal se disponibilizam alguns contactos telefónicos.

Dependência alcoólica

Factores de risco, sintomas, diagnóstico, consequências e tratamento da dependência alcoólica ou alcoolismo.


Como se define a dependência alcoólica?

A dependência alcoólica ou alcoolismo é uma doença, frequentemente crónica e progressiva, que se caracteriza pelo consumo regular e contínuo de bebidas alcoólicas, apesar da recorrência repetida de problemas relacionados com o álcool.

Quais são os factores de risco?

História familiar relacionada com o alcoolismo;
Ambiente sociocultural. A integração em famílias ou em meios sociais propensos ao consumo de álcool (ter de frequentar festas, reuniões sociais, etc.);
Situações imprevisíveis de rotura na vida quotidiana;
Distúrbios emocionais – pessoas deprimidas ou ansiosas;
Conflitos entre os pais, divórcio, separação ou abandono, de um ou de ambos os progenitores;
Dificuldades de adaptação à escola;
Dificuldades de aprendizagem.
Como é que se fica dependente do álcool?

O processo de dependência do álcool desenvolve-se como o de qualquer outra dependência, como por exemplo em relação ao tabaco, às drogas e outras substâncias psicoactivas.

Começa-se por experimentar beber, depois bebe-se pontualmente e daí passa-se a beber com regularidade, até criar dependência. Para algumas pessoas é um processo relativamente rápido.

Quais são os sintomas da dependência alcoólica?

Sentir grande necessidade de consumir bebidas alcoólicas;
Incapacidade para controlar o consumo, seja o início, o fim ou os níveis de consumo;
Síndrome de abstinência – estado de abstinência fisiológica quando se para ou reduz os consumos;
Tolerância ao álcool;
Abandono progressivo de interesses alternativos em favor do uso da substância;
Persistência no uso da substância, apesar da evidência de consequências manifestamente nocivas.
Deve, pois, estar atento aos seguintes comportamentos e sintomas:

Se bebe muito em ocasiões sociais;
Se tem episódios de amnésia ou blackouts frequentes – quando, no dia a seguir, acorda sem nenhuma memória ou recordação da noite anterior ou de ter ingerido álcool em excesso;
Se utiliza subterfúgios para esconder a bebida alcoólica, como usar garrafas ou embalagens de bebidas não alcoólicas ou esconder as garrafas para que ninguém à volta perceba;
Se se irrita e se torna agressivo verbalmente, com declarações de rejeição da dependência da bebida ou mesmo que deixou de beber de uma vez por todas;
Se tem medos, comportamentos obsessivos, sentimentos de perseguição contra si próprio ou ciúmes em relação ao cônjuge;
Se sente cansaço, insónias, disfunções sexuais, depressão, ansiedade;
Se ocorrem fracturas, quedas, queimaduras no corpo ou mesmo convulsões sem causa aparente.
Como se diagnostica?

Após avaliação clínica do indivíduo pelo médico assistente ou de família, será orientado para uma consulta de alcoologia.

Há pacientes que, quando são avaliados, têm dificuldade em relatar os sintomas físicos e psicológicos, porque sofrem já de défice de memória e não conseguem recordar-se de tudo o que fizeram, ou têm negação para a doença.

Quando o paciente admite o problema ligado ao álcool é, normalmente, sinal de melhor adesão ao tratamento.

Quais são as consequências, físicas e mentais, da dependência severa do álcool?

Dependem da duração da dependência e das quantidades de álcool ingeridas. As pessoas com dependência severa do álcool podem padecer de:

Desnutrição;
Alterações sanguíneas – ao nível dos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas;
Esofagites;
Gastrites;
Úlcera péptica;
Pancreatite crónica ou crises de pancreatite aguda;
Esteatose hepática;
Hepatite alcoólica;
Cirrose hepática;
Hipertensão arterial;
Cardiomiopatia alcoólica;
Acidentes vasculares cerebrais;
Alterações endócrinas e metabólicas;
Alterações musculoesqueléticas - como a osteoporose;
Alterações dermatológicas;
Maior prevalência de tuberculose e de infecções bacterianas;
Maior prevalência de cancros a nível de todos os órgãos;
Síndrome de abstinência;
Delirium tremens;
Síndrome de Wernicke;
Síndrome de Korsakov;
Demência alcoólica.
O que é a síndrome da abstinência?

É uma consequência da interrupção ou redução súbita do consumo excessivo de álcool. Resulta das alterações que ocorrem no sistema nervoso central pela activação excessiva do sistema neurovegetativo. Quer dizer que não se deve reduzir os consumos ou parar de beber? Não, pode-se e deve-se, mas com ajuda de medicação indicada pelo médico.

Esta síndrome caracteriza-se, fundamentalmente, pela ocorrência de ansiedade, irritabilidade, tremores, suores, náuseas, aumento da pulsação cardíaca, taquicardia, insónia, febre, entre outros sintomas.

Em geral, os primeiros sintomas da abstinência ocorrem durante as 24 horas que se seguem à última bebida ingerida. O pico é atingido entre as 36 e as 48 horas depois e, a partir daí, os sintomas começam a decrescer, acabando, em média, ao final de cerca de cinco dias.

Nas situações mais severas, o indivíduo pode ter convulsões, alucinações e entrar em delirium tremens.

O que é o delirium tremens?

Caracteriza-se por forte agitação, delírios e alucinações extremas (visuais, auditivas e tácteis), podendo, por vezes, ser também acompanhado de febre e convulsões (do tipo da epilepsia). Entre cinco a dez por cento dos alcoólicos que entram no estádio de delirium tremens acabam por falecer.

Como se trata o alcoolismo ou dependência alcoólica?

O tipo e a duração do tratamento variam em função do grau de dependência e do estado de saúde geral do doente.

Quanto mais cedo o problema do alcoolismo for diagnosticado, maiores são as probabilidades de sucesso do tratamento e da recuperação.

Requere-se o uso de medicação, sobretudo na fase aguda de abstinência, e apoio para manutenção dessa abstinência, com vigilância médica, podendo incluir medicamentos que reduzem a vontade de beber, e também psicoterapias estruturadas individuais ou em grupo, movimentos de auto-ajuda e de antigos bebedores que desempenham um papel fundamental no tratamento e na recuperação dos pacientes com sintomas de dependência do álcool.

Há medicamentos para tratar o alcoolismo que são normalmente usados durante os primeiros dias da desintoxicação e que se destinam a ajudar o doente a passar a fase aguda da abstinência do álcool e outros que se destinam a ajudar o doente a manter-se sóbrio e a evitar recaídas.

A participação em programas de recuperação e em grupos de auto-ajuda também constitui um apoio muito importante para a recuperação e para o bem-estar do alcoólico.

O alcoolismo ou dependência alcoólica tem cura?

Como doença crónica que é não tem cura. A única forma de estar controlado é a manutenção da abstinência.

Um alcoólico pode manter-se sóbrio por um longo período de tempo, mas isso não significa necessariamente que esteja curado. O risco de recaída mantém-se.

Fonte:Portal da Saúde

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