Deficientes físicas podem ser mães se tomarem cuidados especiais
Rio - Na ficção, a cadeirante Luciana, personagem de Alinne Moraes em ‘Viver a Vida’, vai realizar hoje o sonho de muitas mulheres deficientes: ter filhos.
Na vida real, o desafio é grande, mas possível.
Cadeirante e mãe de gêmeos, Flávia é inspiração para Alinne Moraes Foto: AE
“É difícil ser mãe.
Cadeirante e mãe de gêmeos, Flávia é inspiração para Alinne Moraes Foto: AE
“É difícil ser mãe.
A mãe cadeirante tem uma dupla coragem: a de enfrentar limitações físicas e a própria maternidade”, afirma a obstetra e uroginecologista Miriam Waligora.
Segundo o membro da Comissão de Reprodução Humana da Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia, Mário Cavagna, a gravidez de cadeirantes é arriscada e, por isso, exige atenção.
Segundo o membro da Comissão de Reprodução Humana da Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia, Mário Cavagna, a gravidez de cadeirantes é arriscada e, por isso, exige atenção.
O principal problema é desenvolver infecção urinária.
“Para deficientes, esse risco aumenta, pois elas ficam sentadas por muito tempo e têm dificuldades de controlar a bexiga. Senão for tratada, a infecção pode levar ao aborto, ao parto prematuro e até se alastrar para o rim, causando morte”, explica Cavagna.
O médico também ressalta que alterações no sistema de circulação do sangue, comuns em gestantes, podem ser mais graves para as deficientes, aumentando o risco de trombose e inchaço nas pernas.
A fisiatra do Instituto de Medicina de Reabilitação do Hospital das Clínicas de São Paulo Midory Namihira lembra que algumas cadeirantes não têm sensibilidade sacral. Segundo Namihira, isso aumenta o risco de partos prematuros, pois a gestante não tem percepção de dor e contrações.
“No parto e durante a gravidez, é fundamental ficar atento a essas contrações. Se não forem controladas, o sistema nervoso autônomo pode responder com aumento da pressão arterial, que pode levar ao AVC ou enfarte”, alerta a fisiatra.
“Não é porque há riscos que a gestação é contra-indicada. Toda mulher tem o direito de ter filhos. Basta planejar”, conclui Cavagna.
Opção por maternidade exige consciência das limitações
Segundo Miriam Waligora, para ter um filho, é necessário que o casal tenha vontade e comprometimento, independente da mulher ser cadeirante. As limitações não impedem a maternidade e fazem da nova mamãe uma vencedora.
O sonho de ter um bebê vai ser realizado pela psicóloga Tatiana Rolim, 33 anos, em julho. Cadeirante desde os 17, ela está grávida há sete meses de Maria Eduarda. “A gravidez está sendo mágica, é uma fase muito especial para toda mulher. Mas só deve ser vivida se a pessoa está resolvida com a deficiência”, aconselha, orgulhosa, a futura mamãe.
“Para deficientes, esse risco aumenta, pois elas ficam sentadas por muito tempo e têm dificuldades de controlar a bexiga. Senão for tratada, a infecção pode levar ao aborto, ao parto prematuro e até se alastrar para o rim, causando morte”, explica Cavagna.
O médico também ressalta que alterações no sistema de circulação do sangue, comuns em gestantes, podem ser mais graves para as deficientes, aumentando o risco de trombose e inchaço nas pernas.
A fisiatra do Instituto de Medicina de Reabilitação do Hospital das Clínicas de São Paulo Midory Namihira lembra que algumas cadeirantes não têm sensibilidade sacral. Segundo Namihira, isso aumenta o risco de partos prematuros, pois a gestante não tem percepção de dor e contrações.
“No parto e durante a gravidez, é fundamental ficar atento a essas contrações. Se não forem controladas, o sistema nervoso autônomo pode responder com aumento da pressão arterial, que pode levar ao AVC ou enfarte”, alerta a fisiatra.
“Não é porque há riscos que a gestação é contra-indicada. Toda mulher tem o direito de ter filhos. Basta planejar”, conclui Cavagna.
Opção por maternidade exige consciência das limitações
Segundo Miriam Waligora, para ter um filho, é necessário que o casal tenha vontade e comprometimento, independente da mulher ser cadeirante. As limitações não impedem a maternidade e fazem da nova mamãe uma vencedora.
O sonho de ter um bebê vai ser realizado pela psicóloga Tatiana Rolim, 33 anos, em julho. Cadeirante desde os 17, ela está grávida há sete meses de Maria Eduarda. “A gravidez está sendo mágica, é uma fase muito especial para toda mulher. Mas só deve ser vivida se a pessoa está resolvida com a deficiência”, aconselha, orgulhosa, a futura mamãe.
G1.com
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