8.09.2010

Maitê Proença diz que discriminação contra as mulheres podem ter um fim se elegermos a Dilma Roussef

Maitê Proença diz que discriminação contra as mulheres pode salvar o país de Dilma
Leila Suwwan
SÃO PAULO - Está aberta a temporada de polêmicos depoimentos eleitorais de personalidades. A atriz Maitê Proença, que declara simpatia a Marina Silva (PV) e José Serra (PSDB), já declarou que talvez a discriminação contra as mulheres "venha a calhar nesse momento de eleições" para salvar o país de Dilma Rousseff.
A presidenciável petista, por sua vez, já publicou dois depoimentos em seu site. No primeiro, a jornalista Hildegard Angel, faz uma defesa, com lágrimas, da atuação de Dilma contra a ditadura, critica a "manipulação" da biografia e compara ela a seu irmão, Stuart, e mãe, Zuzu Angel, que foram mortos pelo regime militar. No segundo, a cantora popular Alcione, prega o fim do preconceito e a manutenção da "harmonia" entre o governo federal e o Rio de Janeiro.
- Qualquer ser humano que se submeta a tortura, à prisão, a toda sorte de medo e de perseguição, em nome de um ideal, do bem estar de seus compatriotas, da liberdade do seu país, como foi o caso da minha mãe e do meu irmão, que deram suas vidas pelo Brasil, é uma pessoa especial, é uma pessoa diferente. Não é justo o que estão fazendo com Dilma. É falso. É mentiroso - disse Hildegard Angel. O irmão Stuart foi preso e morto no Doi-Codi. A mãe morreu em um acidente de carro em circuntâncias mal esclarecidas.
A jornalista fala de "grandes publicações brasileiras" que não se desmentem após praticar perjúrio e calúnia e em seguida, fala, já quase chorando:
- Eu tenho muita pena que os jovens brasileiros que deram sua vida por esse país, se tivessem sobrevivido, estariam sofrendo o mesmo tipo de calúnia.
A campanha de Dilma tem feito uso frequente das "vacinas" eleitorais e o a discussão sobre o passado da candidata, especificamente seu envolvimento com grupos praticaram a resistência armada, tem sido alvo de polêmica e preocupação. No caso de Alcione, o depoimento tenta transmitir duas mensagens: abolir o preconceito e preservar a boa relação do Rio de Janeiro com o governo federal - a mais recente pesquisa Datafolha mostra Dilma à frente no Estado, que tem recebido muita atenção do tucano.
- O Rio de Janeiro não pode perder essa harmonia que tem com o governo federal. O Rio já sofreu o que tinha que sofrer. Depois da meia-noite tem que clarear. Tá clareando com Lula, com o prefeito e com o governador - disse Alcione, que ressalta a diferença entre ter autoridade e também lembra que Dilma "já sofreu na vida".
- Precisamos acabar com esse preconceito contra a mulher, as mulheres hoje podem tudo, e nós precisamos de uma mulher no poder - disse Alcione, também tocando em tema precioso à campanha petista, já que Dilma perde entre o eleitorado feminino. O assunto também pautou o pensamento de Maitê Proença.
- Só no Ocidente houve progressos, muitos, mas ainda há discriminação. Quem sabe a própria venha a calhar nesse momento de eleições, atiçando os machos selvagens e nos salvando da Dilma? - disse a atriz, em entrevista ao "Estado de S.Paulo" nesta segunda.
Aliás, o preconceito e o feminismo têm sido tema conturbado para Dilma. No próprio site do PT, na seção de Mulheres, há um artigo publicado que critica a temática de "Mãe", escolhida e reiterada pela campanha petista para promover Dilma.
- Quando Dilma diz "nós, mulheres, nascemos com o sentimento de cuidar, amparar e proteger. Somos imbatíveis na defesa de nossos filhos e de nossa família'" valorizando estas funções como grande qualidade das mulheres, ela colabora com os valores do patriarcado e dos fundamentalistas na defesa de que lugar de mulher é na casa, no lar e na família - escreveu a feminista Terezinha Vicente Ferreira.

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