O debate sobre o controle do colesterol em crianças ganhou mais força após a publicação de um artigo no jornal "Pediatrics" indicando o teste dos níveis de gordura no sangue para toda criança a partir dos dois anos.
Droga para colesterol não previne morte de pessoas sem doenças cardíacas
No Brasil, recomenda-se o teste apenas em crianças com história familiar de doença cardiovascular ou indicação médica.
Segundo Ieda Jatene, do departamento de cardiologia pediátrica da Sociedade Brasileira de Cardiologia, não há estudos mostrando que medir o colesterol em todas as crianças tenha impacto no desenvolvimento da doença.
Os autores do artigo argumentam que, em pesquisa feita com 20.000 crianças nos EUA, o colesterol elevado foi observado em 10% das que não tinham história familiar de doenças do coração.
O exame de colesterol irrestrito indicaria quais precisam ser tratadas, diminuindo o risco de doença. Mas muitos médicos temem que isso leve ao abuso de prescrição de estatinas para crianças.
"Tem médico que vê o número [do colesterol] e trata o exame, não a criança. Em vez de tentar mudanças de hábitos e dieta, vai dar o remédio e correr o risco dos efeitos colaterais", acredita Jatene.
Francisco Fonseca, da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, acha que ampliar o exame de colesterol em crianças é benéfico. "Não podemos, por medo de que o exame leve ao excesso de prescrições [de estatina], deixar de diagnosticar e orientar crianças que precisam."
Folha
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