6.17.2013

A manifestação de quarta-feira (17-06)

Protestos reúnem milhares de pessoas nas principais cidades do Brasil

Manifestações começaram na capital paulista, no início da semana passada

Ao menos 65 mil pessoas se reuniram nesta segunda-feira (17) para protestar contra o aumento das tarifas de transporte e exigir melhores serviços públicos em São Paulo (SP). A estimativa é do instituto de pesquisas Datafolha.

Em outras cidades do País, os protestos também reuniram milhares de pessoas, que se manifestaram contra os gastos do País nos preparativos para a Copa do Mundo de 2014.

Divididos em três frentes em um certo momento, os manifestantes de São Paulo chegaram a fechar trechos de importantes vias, como a Marginal Pinheiros e avenida Faria Lima. Nenhum incidente grave tinha sido registrado até o início da noite.

A concentração no Largo da Batata, região oeste da capital paulista, ganhou força no fim da tarde. Os manifestantes carregavam cartazes com dizeres como "Violência é a tarifa" e "Não é por 20 centavos", em referência ao aumento no valor das passagens de ônibus e metrô.

Ativistas de partidos políticos como PSTU e PSOL, que portavam bandeiras, foram hostilizados e expulsos do local. Uma equipe da Rede Globo de Televisão também deixou a área após protestos dos presentes. Não houve registro de violência física.

As manifestações em São Paulo começaram há uma semana incitadas pelo Movimento Passe Livre, que através das redes sociais recebeu apoio de outras organizações e de cidadãos que moram dentro e fora do País.

Manifestam ocupam espelho d'água e sobem rampa do Congresso

Manifestantes ocuparam o gramado e chegaram a subir a rampa do Congresso Nacional, em Brasília (DF), nesta segunda-feira. Em protesto, o grupo da "Marcha do Vinagre" partiu do Museu Nacional de Brasília e rumou pela Esplanada dos Ministérios, interrompendo as seis faixas de trânsito da face sul do Eixo Monumental (que liga a Rodoviária à Praça dos Três Poderes). O policiamento foi reforçado no local.

O ato em Brasília contou com mobilização por meio de redes sociais, pela internet. O protesto é contra a brutalidade de policiais nas manifestações, dinheiro gasto na construção de estádio Mané Garrincha, de mais de R$ 1,5 bilhão, e também em solidariedade aos protestos pela redução da passagem de ônibus em outras cidades do Brasil, como São Paulo.

Protesto no Rio toma toda a extensão de avenida

Na manifestação que aconteceu na noite desta segunda-feira, no Rio, e que tomou praticamente toda a extensão da Avenida Rio Branco, no trecho da Candelária à Cinelândia, palavras de ordem foram entoadas, entre elas as que pedem a redução da tarifa, como "Olê, olê, olá. Se a passagem não abaixar, o Rio vai parar". O protesto reuniu cerca de 40 mil pessoas, segundo as primeiras estimativas.

Um grupo de 60 advogados se pôs à disposição dos manifestantes para agir em caso de prisões arbitrárias. Vinte estudantes de medicina vestindo jalecos se prontificaram a dar atendimento a eventuais feridos.

O número de manifestantes foi maior do que o do ato de quinta-feira, 13, mas ainda não foi feita uma avaliação oficial da Polícia Militar (PM). Na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), perto dali, que foi alvo de pichações no último ato, cerca de 50 cavaletes foram postos, preventivamente, pela polícia, com o objetivo de proteger o prédio histórico. O centro teve reforço de policiamento desde o início da tarde.

Fortaleza tem protesto contra Copa das Confederações

A presença da seleção brasileira em Fortaleza provocou na tarde desta segunda-feira um protesto contra a realização da Copa das Confederações no Brasil. A manifestação pelas ruas da capital cearense transcorreu de maneira pacífica, com a polícia apenas observando a movimentação dos participantes.

O protesto, convocado pelas redes sociais, começou com um grupo de cerca de 500 pessoas, a maioria de estudantes. Eles fizeram a concentração na praça Gentilândia, que fica a menos de 1 quilômetro do Estádio Presidente Vargas, onde a seleção brasileira fez seu treino na tarde desta segunda-feira.

A ideia inicial dos coordenadores da manifestação era ir até os arredores do estádio, mas, como havia uma outra multidão por lá - torcedores que foram ao Presidente Vargas para acompanhar o treino da seleção -, não quiseram misturar os dois públicos e preferiram evitar confusão.

Assim, a manifestação optou por fazer uma longa caminhada até o centro de Fortaleza, bloqueando o trânsito nas principais avenidas pelo caminho. "Fifa devolva o nosso dinheiro" e "Queremos saúde e educação. Fora Copa" foram alguns dos cartazes que eram carregados no protesto.
Segundo o major Tomaz, da Polícia Militar, o protesto reuniria cerca de 600 pessoas. Mas os coordenadores do movimento chegam a falar em cinco mil participantes. Independente da quantidade de manifestantes, não foram registradas cenas de violência ou conflito.

Polícia entra em confronto com manifestantes em Belo Horizonte

Quatro horas após o início da manifestação em Belo Horizonte contra os gastos públicos com as obras para as copas das Confederações, que começou neste fim de semana, e do Mundo, em 2014,  e o preço dos transportes públicos, a tropa de choque da Polícia Militar (PM) disparou bombas de gás lacrimogênio para dispersar os manifestantes que se agrupavam na Avenida Antônio Carlos, perto da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A marcha teve início na Praça Sete, no centro da cidade, e o confronto entre policiais e manifestantes começou pouco depois das 17h.

Informações divulgadas no Facebook dão conta que, depois que a ação da PM começou, os manifestantes revidaram arremessando pedras e colocando fogo em alguns objetos na avenida. Ainda não é possível saber se há feridos. O motivo do conflito também não foi esclarecido.

Milhares vão à prefeitura em Porto Alegre

Na capital gaúcha, ao menos 5 mil pessoas se reuniram em frente à prefeitura para protestar contra os preços das tarifas de transporte público. Até as 19h20, a manifestação transcorria de forma pacífica.

A polícia fez um cordão de isolamento para tentar evitar invasões.
 
RJ reúne 100 mil, mas grupo gera tumulto (Globo News e AP)

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