6.17.2013

Incontinência urinária em mulheres causa depressão


Mulheres têm que abrir mão de atividades por causa do problema Foto: Getty Images
Mulheres têm que abrir mão de atividades por causa do problema
Foto: Getty Images

Mulheres com idades entre 43 e 65 anos são mais propensas a sofrer depressão por problemas de saúde comuns, como incontinência urinária, descobriu uma pesquisa da Universidade de Adelaide. Segundo o pesquisador Jodie Avery, as mulheres até 65 anos foram mais prováveis a ficarem deprimidas com o problema do que as com idades entre 65 e 89 anos. 

Jodie explicou que a autoestima das mulheres mais jovens tende a ser duramente atingida pela incontinência urinária, enquanto as mulheres mais velhas são mais resistentes e aceitam a condição. Questões-chave para as mais jovens, como vida sexual, familiar, esportes e lazer, são afetadas pela doença. 

No auge da vida, a pesquisadora disse que as mulheres com incontinência costumam reclamar que não podem mais ir à academia, passear ou dançar sem se preocupar com o problema. A incontinência urinária atinge cerca de 35% da população feminina e a principal causa é a gravidez.

"Nossos estudos mostram que 20% da população incontinente têm depressão”, disse Jodie. Os doentes são resistentes a pedir ajuda, mas o aconselhamento é importante. A incontinência urinária, por vezes, pode ser curada com uma operação. 

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Por Adriana Toledo
aviso de banheiro feminino
Tamanha é a importância de reverter a encrenca precocemente, ou, melhor ainda, de impedir que ela dê as caras, que o assunto mobilizou cientistas da Universidade de Otago, na Nova Zelândia. Eles acabaram de revisar 15 estudos envolvendo 6 181 mulheres jovens que já tinham passado por uma gravidez, em busca de uma solução para a incontinência. Não à toa. “Até 30% das gestantes sofrem de episódios de escape de urina, que, muitas vezes, persistem após darem à luz”, afirma o urologista Fernando Almeida, da Universidade Federal de São Paulo. A autora da pesquisa neozelandesa, Jean Hay-Smith, explica o motivo. “O peso e o tamanho do bebê sobrecarregam a chamada musculatura do assoalho pélvico, responsável por controlar a saída da urina. Sem contar que o parto provoca traumas ali, principalmente quando é normal”, diz.
A cesárea também representa riscos, embora menores, porque as contrações e o encaixe do bebê que precedem a cirurgia por si sós causam impacto na região. “Além disso, as mudanças hormonais da gestação alteram os tecidos, deixando-os mais elásticos para preparar o corpo para o parto”, completa. Resultado: as estruturas responsáveis por controlar a micção ficam frágeis, perdendo parte de sua função. E, claro, quanto maior o número de gestações, maior a chance de a incontinência progredir. Felizmente, há como prevenir as conseqüências. “Concluímos que exercícios específi cos de contração e relaxamento dessa musculatura reduzem pela metade a ocorrência de incontinência nas futuras mamães”, diz Jean (leia mais nas páginas seguintes).

Quem não tem filhos também precisa ficar alerta. Sim, as gestações são o principal fator desencadeante, mas há outros gatilhos capazes de defl agrar a chateação. “Traumas na coluna, como pancadas em acidentes, as vezes atingem os nervos da bexiga, reduzindo sua sensibilidade”, exemplifica o ginecologista Edilson Ogeda, doHospital Samaritano, em São Paulo. “O mesmo vale para doenças neurológicas, que podem atrapalhar os comandos cerebrais responsáveis por ordenar a micção”, conclui.

Manter a silhueta também tem seu preço. As pessoas que abusam dos exercícios físicos precisam ficar ainda mais de olho na musculatura pélvica. Excesso de abdominais pode deixá-la flácida. “Já esportes como o judô, o atletismo e o vôlei, considerados de alto impacto, às vezes deslocam a bexiga para baixo, forçando o assoalho”, alerta a ginecologista Ivani Kehdi, do Hospital São Luiz, em São Paulo. Toda mulher pode ainda sofrer de incontinência provocada por infl amações ou infecções urinárias, mas aí ela costuma ser transitória. Conheça, a seguir, a melhor forma de prevenir ou reverter a disfunção.

Antes de tudo, é importante entender o que acontece no organismo quando o tal assoalho pélvico é prejudicado. Em condições normais, a urina é armazenada na bexiga. Quando esse reservatório natural fica cheio, ele se esvazia por meio de um canal, a uretra. Ela, por sua vez, possui músculos que se contraem e relaxam, atuando como uma torneira que abre e fecha, para reter ou expulsar o líquido. Acontece que, algumas vezes, esses tecidos estão fora de forma e não funcionam a contento, deixando o xixi vazar.
Design Letícia Raposo

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