Fique atento ao que você come todos os dias. Saiba como se alimentar para que esses “filtros” tenham um ótimo desempenho por muito mais tempo. Conheça quatro nutrientes com essa função poderosa
Texto: Romulo Osthues / Fotos: Shutterstock / Adaptação: Clara RibeiroUma das principais missões dos rins não é bem uma novidade para ninguém. A nutricionista Luciana Rezende, professora do Centro Universitário São Camilo (SP), bem explica esse mecanismo: “após a passagem do sangue por eles, há reabsorção do que é importante para o corpo e excreção da sobrecarga diária de água e produtos finais do metabolismo, que podem se tornar tóxicos”.
Entretanto, “os rins não são apenas ‘os filtros’ do nosso organismo. Eles são também responsáveis pela produção de substâncias que ajudam na regulação das funções orgânicas”, salienta Vanessa Menck, nutricionista e mestranda da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp-Limeira). Entre elas, está a do sistema hormonal chamado “renina-angiotensina-aldosterona”, que é finamente supervisionado pelos órgãos no intuito de manter a pressão arterial controlada.
Há ainda o eritropoietina (EPO), que é um hormônio fabricado pelos rins, e que é determinante na atividade da medula óssea e na transformação da vitamina D em sua forma ativa. “Embora haja meios adaptativos que podem ser acionados quando o rim normal é submetido a uma sobrecarga, a alimentação saudável mantém o estado nutricional adequado e contribui para a prevenção das doenças renais”, destaca Rezende.
A especialista reforça que um ou outro alimento individualmente não será o grande mantenedor da saúde de seus rins, e sim uma composição alimentar adequada – baseada em carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais.
A nutricionista Vanessa explica que a composição da dieta e o trabalho renal influenciam diretamente o volume sanguíneo, sendo o sódio um dos principais reguladores desse processo. Se necessário (como no caso de uma doença renal), além do sal, distintos elementos podem vir a ser sacrificados na dieta para manter esse equilíbrio, como a água e o potássio.
“Outros nutrientes que são responsáveis por aumentar o trabalho renal, segundo estudos científicos, são as proteínas e os lipídeos. Uma dieta rica em queijos, leite se carnes, por exemplo, aumenta a reabsorção proximal de sódio, o que pode ser prejudicial aos rins”, conta Samara Prozzi, nutricionista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP).
Acompanhe a seguir quatro nutrientes e seus alimentos-fontes que podem favorecer a manutenção da saúde renal.
Leite e seus derivados são ótimas fontes de cálcio
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Fontes alimentares: Couve-manteiga, leite e derivados, bem como o tofu.
Como age? Atua em diversas atividades com participação dos rins como vasodilatação e metabolismo ósseo. É dependente da vitamina D. Ainda que sejam fontes de cálcio, os alimentos de origem vegetal não são tão ricos nele. Prefira, sempre que possível, consumir leite e derivados.
Ingestão recomendada: 1.000 mg/dia [2 porções de produtos lácteos, sendo cada porção: 1 xícara (chá) de leite, ou 1 xícara (chá) de iogurte ou 2 fatias de queijo minas]; [4 porções de vegetal verde-escuro: 4 colheres (sopa) de brócolis al dente ou 4 folhas de couve crua ou 4 colheres (sopa) de espinafre; e tofu 2 colheres (sopa)].
Vitamina K pode ser encontrada em vegetais verde-escuros
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Fontes alimentares: vegetais verde-escuros (brócolis, espinafre, couve-manteiga), repolho, óleos vegetais.
Como age? Diversas outras vitaminas que realizam funções nos rins são dependentes dela. interfere também no metabolismo ósseo.
Ingestão recomendada: 4,7 g por dia, que você encontra em 4 porções de vegetal verde-escuro + 2 colheres (sopa) de óleo de soja + 6 colheres (sopa) de salada de legumes (cenoura, couve-flor, ervilha, vagem) + 2 colheres (sopa) de azeite de oliva extravirgem + 2 colheres (sopa) de lentilha.
Duas colheres de sopa por dia de linhaça é o ideal para ativar o ômega-3
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Alimentos fontes de ômega 3: chia e linhaça
Como age? auxiliam na modulação da ação de hormônios, principalmente os que controlam o tônus vascular e o equilíbrio hídrico.
Ingestão recomendada: 2 colheres (sopa), em média, atingem a recomendação. 1 colher tem cerca de 15 g de linhaça ou chia e cada uma tem aproximadamente 4,5 mg de ômega 3. Devem ser trituradas na hora do consumo e podem ser utilizadas em uma ampla variedade de preparações: vitaminas, sucos, iogurtes, saladas etc. O consumo deve ser regular e associado à redução da ingestão de fontes de ômega 6, como óleos vegetais (milho, girassol) e carnes.
O salmão é considerado um peixe gorduroso e possui em sua composição muita vitamina D
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Fontes alimentares: óleos do fígado de peixes gordurosos (atum, sardinha, salmão), gema de ovos e leite
Como age? O metabolismo hormonal da vitamina D relaciona-se à regulação do cálcio, agindo no processo renal.
Ingestão recomendada: 5 microgramas, que você consegue em 1 filé pequeno de peixe (100 a 120 g) ou 2 xícaras (chá) de leite. Por ser uma vitamina que é solúvel em gordura, o leite integral ajuda em seu transporte e favorece a absorção – é recomendado para as crianças; ou ainda em 6 ovos (mas não tudo de uma vez). “Vale ressaltar que a vitamina D, para chegar à sua forma ativa, passa por uma transformação ativada pela luz solar que ocorre na pele. Cerca de 5 a 15 minutos de exposição, duas e três vezes na semana, supre as necessidades de crianças a idosos. O sol da manhã e do final da tarde são suficientes”, indica Menck.
Clara Ribeiro | Comente!
Revista VivaSaúde - Edição 137
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