2.18.2015

Antiinflamatórios e seus efeitos nocivos no estômago

Os processos inflamatórios são, sem dúvida, problemas bastante comuns
em nosso dia a dia.
Inadvertidamente, consumir antiinflamatórios sem prescrição médica
 é comum não somente no caso de doenças específicas, como artrite
 reumatóide ou osteoartrite, mas também em muitos outros em que
estão presentes fenômenos dolorosos em geral, incluindo dores de
cabeça, gripes, contusões e cólicas menstruais.
Em todo mundo, medicamentos aintiinflamatórios não hormonais 
( AINHs) e o ácido acetilsalicílico (AAS) são consumidos e por não
 ter acompanhamento médico, boa parte dos usuários destes e de
outros antiinflamatórios apresentam algum tipo de sintoma gástrico,
como dor de estômago, azia, náuseas e vômitos, sintomas estes
que frequentemente levam à interrupção do tratamento.

O que os AINHs e os AAS podem causar de mal no 
aparelho digestivo?
O uso destes medicamentos podem proporcionar o aparecimento
de sintomas de queimação gástrica, azia, dor e desconforto
 abdominal, além de complicações como gastrite, úlcera e
 hemorragias digestivas.

As ações lesivas dos AINHs e dos AAS atinge outros órgãos?
Infelizmente, as ações lesivas dos antiinflamatórios sobre o
trato gastrointestinal não se limitam apenas ao estômago e
ao duodeno, mas incluem também o esôfago, todo intestino
 delgado e cólon. Além disto, o seu uso indiscriminado está
associado a problemas renais e cardíacos.

O uso de antiinflamatórios aumenta a chance de 
complicações de doenças?
Sim. as úlceras pépticas têm sua incidência significativamente
 aumentada com o uso de AINHs, corticóides( antiinflamatórios
 hormonais) e AAS. As complicações ocorrem de maneira
silenciosa, sendo frequente o aparecimento de hemorragia
e perfuração do órgão como primeiro sinal. O risco de
 possíveis complicações é maior se a pessoa tiver mais
 de 60  anos de idade ou se já possuir uma história
pregressa de gastrite ou úlcera.

Fatores de risco para  ÚLCERAS induzidas por AINHs : 
  • Idade maior que 60 anos
  • História prévia de gastrite, úlcera e hemorragia
  • Co-tratamento com corticóides
  • Uso de altas doses de AINHs
  • Associação de AINHs
  • Co-tratamento com anticoagulantes
  • Sexo feminino
  • Tabagismo
  • Infecção por " helicobacter pylori "  
Quais os antiinflamatórios não hormonais mais comuns?
Alguns exemplos: ácido acetilsalicílico, diclofenaco, nimesulida,
meloxicam, piroxicam, indometacina, ibuprofeno, celecoxibe.
Antiinfamatórios como o celecoxibe e o lumiracoxib são
menos agressivos, porém também podem causar complicações
renais , cardíacas e gastrointestinais.

Por que os AINHs agridem o aparelho digestivo?
Pois o uso prolongado de antiinflamatórios interfere na
 capacidade do estômago de proteger-se contra os seus ácidos.
O estômago possui três defesas contra os sucos
digestivos: o muco, que reveste a parede gástrica
e a protege contar o ácido; o bicarbonato, que neutraliza
o ácido do estômago; e a circulação sanguínea gástrica,
 que ajuda na renovação e reparação celular. Os AINHs
interferem nestes mecanismos de proteção e, com as
defesas do estômago baixas, os sucos gástricos podem
 ferir e lesar de maneira superficial ou profunda a mucosa
 do órgão, desencadeando sintomas e doenças.

Estudos epidemiológicos sugerem que 15 a 40% dos
 pacientes que utilizam AINHs apresentam algum tipo
de sintoma digestivo, sendo que 10% destes pacientes
são obrigados a interromper o tratamento devido a severidade
dos sintomas. Além disto, de todos os usuários crônicos de
AINHs, 10 a 30% poderão vir a desenvolver úlcera péptica,
predominantemente úlcera gástrica.
Existe ainda uma grande preocupação quanto ao uso de AAS
em baixa dosagem para a prevenção de fenômenos
tromboembólicos cardivasculares e seu impacto sobre
o trato gastrointestinal. Segundo estudos apresentados
 no último Congresso Europeu de Gastrenterologia-UEGW
de  Londres em 2009, estima-se que a incidência de úlceras
com sangramento em usuários crônicos de AAS para a
 prevenção de eventos cardiovasculares seja de
1,2 por 100 pacientes-ano.

Existe alguma proteção contra os efeitos gastrointestinais
 lesivos dos AINHs e AAS ?
Atualmente contamos com opções de medicamentos capazes
 de diminuir a acidez gástrica e proteger o esôfago, estômago
 e duodeno de tais agressões. Naqueles pacientes que
necessitam de uso prolongado ou crônico dos antiinflamatórios
faz-se necessária a adequada avaliação dos fatores de risco
para gastrite, doença ulcerosa péptica e suas complicações.

Vale lembrar: antiinflamatórios usados de forma 
incorreta podem ser prejudiciais à saúde.
Como em qualquer outra situação, antes de tomar qualquer
 medicamento, consulte sempre o médico para obter o
melhor tratamento e orientação para  o seu caso.

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