Em novo artigo, o jornalista Hélio Doyle ressalta que os
integrantes da oposição que pedem a renúncia da presidente Dilma, como
fizeram hoje o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e os senadores
Aloysio Nunes e Cássio Cunha Lima, todos do PSDB, "sabem que Dilma não
vai renunciar e que estão apenas fazendo jogo de cena para agradar ao
público, exercendo o velho direito de travar a batalha política para
desgastar o governo e se colocar como alternativa de poder"; para ele,
"tucanos e demais partidos e políticos da centro-direita e da direita
tentam apenas dar alguma consequência às manifestações, para que as
pessoas que foram às ruas não se sintam fraudadas e abandonadas pelos
políticos – dos quais, aliás, a maioria não gosta"; ele avalia que,
"pelo que aconteceu no domingo, o governo não vai ser derrubado. Nem
Dilma vai renunciar"
Para Tereza Cruvinel, colunista do 247, manifestações
deste domingo contra o PT e o governo "foram expressivas, mas não
suficientes para encurralar o governo. Não devem ser desprezadas, mas
não serão determinantes no curso da crise política"; na avaliação da
jornalista, "se conseguir avançar com os movimentos da semana passada,
que lhe tiraram do isolamento e proporcionaram mais oxigênio, a
presidente Dilma Rousseff pode vencer a crise no jogo institucional,
suprimindo qualquer pretexto jurídico para seu impeachment. A melhora da
popularidade ficaria para depois, condicionada aos resultados da
economia"; "A rejeição de grande parcela da sociedade ao governo,
traduzida pelos protestos", acrescenta Tereza, "é um dos elementos da
crise, mas não é o único"
Um dia depois das manifestações, o senador Aloysio
Nunes (PSDB-SP), que foi vice na chapa de Aécio Neves (PSDB-MG), afirmou
que seu partido defenderá, no Congresso Nacional, o impeachment da
presidente Dilma Rousseff, eleita, de forma legítima, há menos de um
ano; nesta tarde, outro parlamentar do grupo aecista, o senador Cássio
Cunha Lima (PSDB-PB), defendeu a renúncia da presidente, assim como fez,
mais cedo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; tucanos, que
governaram o país durante oito anos e enfrentaram momentos de baixíssima
popularidade, com desemprego recorde, apagão e diversos escândalos de
corrupção, abraçaram de vez o golpismo
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