Walt está morrendo depois de ter feito o diabo como traficante de metanfetamina.
Guess I got what I deserved.
Acho que tive o que mereci.
Bem, essa música serve agora para o encerramento da aventura golpista de Hélio Bicudo.
Um parecer da equipe técnica da Câmara dos Deputados recomendou o arquivamento do pedido de impeachment de Bicudo por um detalhe: falta de provas.
Apenas isso. Falta de provas.
Entre as distorções da Justiça brasileira, está uma que é uma praga. Muitos juízes tomam como evidências notícias veiculadas em jornais e revistas sabidamente tendenciosos e manipuladores.
A ministra do TSE Luciana Lóssio foi extremamente feliz ao apontar isso na sessão que debateu ontem a abertura de impugnação do mandato de Dilma pelas contas da campanha.
Ela foi batida no julgamento, mas ao votar contra o pedido de impugnação disse a frase definitiva: “Notícia não é prova”.
Nunca é, e ainda menos num país cujas grandes corporações de mídia estão frontalmente empenhadas numa campanha para derrubar um governo que teve 54 milhões de votos.
(A ação contra Dilma no TCU – que vai provocar mais borbulha que qualquer outra coisa — pode ser entregue a Gilmar Mendes como relator. Será uma magnífica oportunidade para que os advogados do governo exponham o partidarismo doentio de Gilmar nos moldes do que foi feito com Nardes.)
O pedido de Bicudo padeceu do mesmo mal apontado por Lóssio ontem: muito blablablá tomado da mídia e zero de provas.
Eduardo Cunha será forçado a seguir a recomendação dos técnicos da Câmara e colocar no lixo o pedido de Bicudo – um golpe terrível nas pretensões dos golpistas.
Bicudo, assim, será devolvido à obscuridade da qual saiu espetacularmente ao defender a saída de Dilma.
Aos 93 anos, ainda lúcido segundo todos os relatos, ele agiu como uma caricatura do imperador César: chegou, viu – só que perdeu.
Dividiu não apenas os brasileiros, mas até sua família: seu filho José Eduardo manifestou publicamente repulsa pela atitude do pai.
Emergiu um perfil de Bicudo desconhecido: um sujeito vingativo, mesquinho, rancoroso, incapaz de superar o fato de não ter sido indicado ministro da Justiça por Lula.
Um ser humano desprezível, em suma.
Sua biografia ficará marcada por este lastimável episódio – muito mais do que o que quer que tenha feito no passado.
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