Pacientes cobram medicamentos já aprovados pela Anvisa que evitam transplante
Rio
- Em 2000, antes mesmo de engravidar dos seus dois filhos, a professora
de yoga Andrea Pires Soria, de 44 anos, foi diagnosticada com hepatite
C. Ela não sentia nenhum sintoma e só descobriu que estava com a doença
quando fez um exame de sangue de rotina. Desde então, Andrea acompanha o
avanço do vírus e o controla com um hepatologista. Hoje, ela é mais uma
entre tantos outros pacientes que aguardam pela chegada de novos
medicamentos na rede pública para uma possível cura da doença, que pode
levar ao câncer do fígado, cirrose e morte.
Com o novo tratamento, a chance de reduzir a lista de pessoas que aguardam por um novo fígado na fila de transplantes é alta. “A ideia é tratar todos os pacientes que têm fibrose avançada”, diz Pessoa. “Eu espero parar a progressão da doença em mais de 90% dos pacientes, evitando assim a necessidade de transplante ou de perda”, completa.
O Ministério da Saúde, informou, em nota, que “como esses produtos foram incorporados no SUS em julho deste ano, a oferta está dentro do prazo previsto (180 dias para a realização do processo de aquisição e distribuição)”. O órgão também anunciou ontem um novo exame para avaliar o grau de comprometimento do fígado dos pacientes com hepatite C.
Vírus age em silêncio
Doença contagiosa causada pelo vírus C (VHC), a hepatite C é silenciosa e assintomática. Um grande número de infectados não sabe ainda que contraiu o vírus. Estima-se que haja 2,6 milhões de pessoas infectadas atualmente, mas apenas 15% são diagnosticadas e dessas 300 mil, 0,5% fazem tratamento. Quem teve contato com sangue infectado, manteve relações sexuais sem preservativo ou realizou transfusão de sangue deve fazer o exame de sangue que pode identificar o vírus.
Novo exame testa estágio da doença
Novo exame que passará a ser oferecido no SUS, a Elastografia Hepática Ultrassônica vai facilitar o diagnóstico aos pacientes que irão utilizar os novos medicamentos para o tratamento da hepatite C (sofosbuvir, daclatasvir e simeprevir).
Segundo o Ministério da Saúde, o exame é seguro, eficaz e efetivo para diagnóstico e definição do estágio da fibrose hepática quando comparada à biópsia hepática — atual padrão de diagnóstico —, com a vantagem de ser indolor e não invasivo.
O teste para detecção do vírus, feito por exame de sangue, é fácil, rápido, gratuito e disponível na rede pública.
Reportagem da estagiária Carolina Moura
Três novos remédios aprovados em julho pela Anvisa
e com previsão de estar disponíveis no SUS até dezembro deste ano
representam uma nova esperança para quem luta contra a doença. Isso
porque as novas medicações têm um percentual de até 90% de cura, com
duração de 12 semanas e efeitos colaterais quase nulos em comparação à
terapia anterior, que leva 48 semanas. “Ficar esperando é desagradável. A
minha expectativa, em geral, é ficar curada”, conta Andrea.
De
acordo com Mário Pessoa, hepatologista da Sociedade Brasileira de
Hepatologia, os medicamentos antigos estimulavam o sistema imunológico
do portador a lutar contra o vírus, mas não tinham ação direta. Já os
novos antivirais se acoplam ao vírus e inibem a replicação e reduzem os
efeitos colaterais — os mais brandos são dores de cabeça, náusea e
fadiga. Com o novo tratamento, a chance de reduzir a lista de pessoas que aguardam por um novo fígado na fila de transplantes é alta. “A ideia é tratar todos os pacientes que têm fibrose avançada”, diz Pessoa. “Eu espero parar a progressão da doença em mais de 90% dos pacientes, evitando assim a necessidade de transplante ou de perda”, completa.
O Ministério da Saúde, informou, em nota, que “como esses produtos foram incorporados no SUS em julho deste ano, a oferta está dentro do prazo previsto (180 dias para a realização do processo de aquisição e distribuição)”. O órgão também anunciou ontem um novo exame para avaliar o grau de comprometimento do fígado dos pacientes com hepatite C.
Vírus age em silêncio
Doença contagiosa causada pelo vírus C (VHC), a hepatite C é silenciosa e assintomática. Um grande número de infectados não sabe ainda que contraiu o vírus. Estima-se que haja 2,6 milhões de pessoas infectadas atualmente, mas apenas 15% são diagnosticadas e dessas 300 mil, 0,5% fazem tratamento. Quem teve contato com sangue infectado, manteve relações sexuais sem preservativo ou realizou transfusão de sangue deve fazer o exame de sangue que pode identificar o vírus.
Novo exame testa estágio da doença
Novo exame que passará a ser oferecido no SUS, a Elastografia Hepática Ultrassônica vai facilitar o diagnóstico aos pacientes que irão utilizar os novos medicamentos para o tratamento da hepatite C (sofosbuvir, daclatasvir e simeprevir).
Segundo o Ministério da Saúde, o exame é seguro, eficaz e efetivo para diagnóstico e definição do estágio da fibrose hepática quando comparada à biópsia hepática — atual padrão de diagnóstico —, com a vantagem de ser indolor e não invasivo.
O teste para detecção do vírus, feito por exame de sangue, é fácil, rápido, gratuito e disponível na rede pública.
Reportagem da estagiária Carolina Moura
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