A jornalista contou que ganhava US$ 3 mil mensais, entre 2002 e 2006, por meio de contrato fictício de trabalho com a Brasif
Rio - Amante durante seis anos de Fernando Henrique Cardoso (1985/1991), a jornalista Mirian Dutra revelou que a empresa
Brasif Exportação e Importação, concessionária à época das lojas duty
free nos aeroportos brasileiros, ajudou o ex-presidente a enviar
dinheiro para ela no exterior.
Em entrevista ao jornal ‘Folha de S.Paulo’, Mirian contou que a transferência ocorreu por meio da assinatura de um contrato fictício de trabalho, com validade entre dezembro de 2002 e dezembro de 2006. Os US$ 3 mil dólares do contrato eram destinados a Mirian e a Tomás Dutra, que seria filho de Fernando Henrique.
Em nota divulgada nesta quinta-feira, FHC disse que vai esperar a empresa se manifestar sobre contrato fictício. O empresário Jonas Barcellos, dono da Brasif, não desmentiu o acerto. “Tem alguma coisa mesmo sim”, disse Barcellos para ‘Folha’. E acrescentou: “Eu só não sei se era contrato”.
Mirian trabalhou durante 35 anos na TV Globo, dos
quais os últimos 25 anos na Europa. Seu contrato com a emissora foi
rompido em dezembro passado. Em nota, rede
de televisão informou que “jamais foi avisada por Mirian Dutra sobre o
contrato fictício de trabalho e que, se informada, condenaria a
prática”.
Na entrevista, Miriam afirmou também que FHC tem
contas no exterior e perguntou por que nunca ninguém as investigou. E
contou que em 2015 o ex-presidente deu a Tomás um apartamento de 200 mil
euros.FHC afirmou que enviou recursos legalmente por contas declaradas
ao IR. Citou que os recursos saíram de contas no Banco do Brasil, em
Nova York e Miami, do Novo Banco, em Madri, e de contas em bancos do
Brasil.À Folha, a jornalista disse que ficou grávida outras duas vezes em seis anos de relacionamento, e afirmou que o ex-presidente lhe pediu para fazer o aborto. “Ele pagou por dois abortos. Eu não queria ter outro filho”, contou. Sobre o filho Tomás, Mirian disse que, após o nascimento, FHC foi visitá-la “duas ou três vezes” em sua casa. Na época, ela decidiu ir embora do Brasil.
Segundo a reportagem, Mirian disse que, quando Tomás fez três anos de idade, em 1994, aceitou que FHC pagasse o colégio da criança. Depois, quando já vivia em Barcelona, não lhe foi permitida a volta ao Brasil. A pressão partia do então senador Antonio Carlos Magalhães e de seu filho, Luís Eduardo Magalhães. “Diziam para eu ficar longe. Daí eu pensei e achei que, para os meus filhos, era melhor eu ficar (no exterior), pois eles seriam muito perseguidos no Brasil”.
‘É óbvio que ele é o pai’
Na entrevista ao jornal ‘Folha de S. Paulo’, Mirian Dutra voltou a pôr em dúvida a veracidade de dois testes de DNA, feitos em 2011, que revelaram que Fernando Henrique Cardoso não é pai biológico de Tomás. “É óbvio que é dele”, garantiu a jornalista.
Questionada se o ex-presidente havia forjado o exame, ela afirmou: ‘Não estou afirmando nada, mas tudo me parece muito estranho. Além do mais, uma mulher sabe quem é o pai”. Nesta quinta, o colunista Lauro Jardim, do jornal ‘O Globo, informou que Margrit Dutra Schmidt, a irmã de Mirian Dutra, é funcionária fantasma no gabinete do senador José Serra (PSDB-SP). Serra confirmou que Magrit está lotada em seu gabinete e trabalha como consultora em casa. O Senado proíbe, no entanto, os servidores de fazerem isso.
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