Alberto Beltrame esteve em Porto Alegre neste sábado (13).
RS decidiu suspender uso após suspeitas de relação com microcefalia.
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"Os estados da federação têm autonomia para tomar decisões", disse
Beltrame, para completar: "Importante dizer que o larvicida distribuído
pelo Ministério da Saúde tem absoluta segurança para uso em água potável
e principalmente no tratamento de criadouros de mosquito. Não há nenhum
motivo de alarme, de suspensão."Ele acredita que a decisão deve ser repensada. "Acredito que a secretaria deverá rever a posição em breve, porque o Ministério da Saúde está respaldado pela Organização Mundial da Saúde, que garante a segurança do produto para consumo humano", salientou.
O larvicida é utilizado na água para combater a proliferação do Aedes aegypti, sendo aplicado em caixas d'água e em outros pontos de concentração de água parada, conforme medida adotada pelo Ministério da Saúde. No entanto, uma outra abordagem começou a ser divulgada recentemente.
Um grupo de médicos da organização Physicians in the Crop-Sprayed Towns, da Argentina, e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), por exemplo, questionam se o medicamento não teria relação com os casos de microcefalia.
O secretário gaúcho, João Gabbardo, afirmou que, mesmo sem comprovação de que a substância possa ter alguma relação com casos de microcefalia, determinou que não seja mais usada no estado. "Mesmo que ainda não haja confirmação, só a suspeita nos fez decidir pela suspensão do uso, não podemos correr esse risco", explicou.
Em nota, o governo do Rio Grande do Sul avisou que "a suspensão já foi comunicada às 19 Coordenadorias Regionais de Saúde do Estado, que devem informar às Vigilâncias Municipais."
O governo também esclareceu que o larvicida, enviado pelo Ministério da Saúde, era utilizado em pequena escala no estado, apenas em casos específicos, quando não é possível evitar o acúmulo de água nem remover os recipientes, como chafarizes e vasos de cimento em cemitérios.
Ministro da Saúde e fabricante descartam ligação
Na cidade de Salvador, na Bahia, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, decartou a possibilidade levantada pelos médicos sobre o uso do larvicida em água consumida pela população, afirmando que se trata de boato.
"Isso é um boato. Isso é desprovido de qualquer logica e sentido. Não tem nenhum fundamento. O nosso é aprovado pela Anvisa e usado no mundo inteiro. Pyriproxyfen é reconhecido por todas as agências de regulação do mundo inteiro", disse.
Em nota, a empresa fabricante do Pyriproxyfen afirma que "não há nenhuma base científica em tal afirmação". De acordo com a Sumitomo Chemical, é aprovado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para combate a mosquitos, dentre eles o Aedes Aegypti.
"Segundo a OMS, em seu documento Pyriproxyfen in Drinking-water, publicado em 2004 - também publicado pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) em 2001 -, o Pyriproxyfen não é mutagênico, não é genotóxico, não é carcinogênico nem teratogênico. O produto foi submetido a rigorosos testes toxicológicos que não demonstraram efeitos sobre a reprodução, sobre o sistema nervoso central ou periférico", continua a nota do fabricante.
Prefeito de Porto Alegre, José Fotunati participou do dia de mobilização (Foto: Joel Vargas/PMPA)
Dia D contra o AedesNo Rio Grande do Sul, 45 cidades gaúchas receberam a campanha. O dia nacional de mobilização ocorre em meio às medidas do governo federal para combater o vírus da zika, apontado pelo Ministério da Saúde como responsável pelos casos de microcefalia que têm sido registrados em bebês desde o ano passado.
Durante o mutirão, os agentes distribuíram panfletos e orientaram a população sobre o perigo das doenças, as formas de prevenção e como eliminar os criadouros do mosquito. A intenção da campanha é que a população assuma a tarefa de combater o inseto.
Na próxima fase, que será realizada entre os dias 15 e 18, os agentes voltarão a visitar as casas para aplicar inseticidas e eliminar os locais com água parada, onde o mosquito pode se reproduzir.
Aumentam notificações de casos suspeitos no RS
Em uma semana, aumentaram as notificações de suspeitas de casos de zika, dengue e chikungunya no Rio Grande do Sul. Os dados do último boletim epidemiológico foram divulgados nesta sexta-feira (12) pela Secretaria Estadual da Saúde.
Atualmente no estado, há 701 casos notificados de dengue neste ano, e 58 confirmados. Na última semana, eram 572 notificações, e 36 ocorrências confirmadas. Sobre a chikungunya, houve aumento de nove notificações. Em uma semana, passou de 39 para 52 casos notificados. No entanto, não houve confirmações.
Também houve aumento de notificações de suspeitas de zika. Na última sexta (5), eram 40 casos suspeitos. Agora são 52. Um deles foi confirmado, ainda na semana passada. Trata-se de uma mulher, de 30 anos, moradora do bairro Jardim Carvalho, em Porto Alegre, que contraiu a doença fora do estado.
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