Senadora Gleisi Hoffman chama impeachment de 'farsa histórica'
Ela tentou questão de ordem pela suspensão da sessão até deliberação do STF, mas foi barrada por Renan Calheiros
"Os argumentos
usados para o afastamento da presidente Dilma não serão usados para
nenhum outro governante, morrerão aqui. Foram usados para enfraquecer o
voto popular e atingir o presidente Lula e a presidenta Dilma", afirmou
Gleisi, que é investigada na Operação Lava Jato. "Foi assim com Getúlio
Vargas e com João Goulart e está sendo assim com a Dilma, que é a
continuidade do mandato de Lula, um mandato inclusivo, infelizmente a
elite do país tenta chegar ao poder sem o voto", disse em uma clara defesa da história de Lula no PT.
Gleisi pediu ao presidente da Casa,
Renan Calheiros (PMDB-AL), a suspensão da sessão até que o ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, delibere o mandado de
segurança impetrado pelo governo para tentar anular o processo de
impeachment, mas a questão de ordem foi rejeitada.
Saiba: Decisão de Teori só deve ser liberada após início da sessão do SenadoEla reforçou o discurso petista de que as "pedaladas fiscais" nunca foram vistas como irregularidades em outras gestões. "Os crimes que estão sendo colocados na conta da Dilma nunca foram colocados como irregularidades na gestão orçamentária desse país." Disse que não acredita no processo: "A começar pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha, que começou o processo por revanchismo e por vingança."
O "caminho curto", segundo ela, que a oposição quer traçar ao poder foi duramente criticado pela senadora. "Não têm (oposição) projeto que conquiste votos nas urnas e querem chegar ao poder por ordem indireta. Seus políticos não têm paciência para respeitar o calendário eleitoral", afirmou.
O presidente Renan Calheiros fez um apelo para que os senadores tenham serenidade e espírito público e pediu que hoje disputas regionais e partidárias sejam deixadas de lado. Ele pediu serenidade ao negar questões de ordem governistas para suspender sessão. Além da senadora Gleisi, a senadora Vanessa Grazziotin (PcdoB–AM), Fátima Bezerra (PT-RN), entre outros. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou o relatório do relator do processo na Comissão Especial do Impeachment, Antonio Anastasia (PSDB-MG), dizendo que em seu texto falta "fundamentação jurídica" e por isso não aponta qual foi o crime de Dilma.
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