Ainda que PT e PC do B não oficializem o apoio ao peemedebista, a tentação é grande. Os dois partidos, mais o PDT, voltam a analisar o quadro hoje. Se Castro chegar ao segundo turno contra o candidato do Centrão, Rogério Rosso, o Governo terá que sair do conforto e entrar com tudo na disputa. Mas talvez seja tarde. O PSDB terá que sair da moita e escolher entre o candidato de Cunha e o peemedebista enjeitado pelas vacas sagradas do Palácio.
Elas andaram dizendo que não iriam repetir o erro de Dilma, que teria insuflar um candidato petista (Arlindo Chinaglia) contra a candidatura de Cunha, no ano passado. Mas estão repetindo. Dilma também fingiu que não se metia na disputa, ficou fora das articulações e deixou o barco correr, acreditando que o candidato petista conseguiria o apoio da maioria dos aliados. Perdeu feio e pagou caro. Temer fez a mesma coisa, acreditando que Cunha e o Centrão dariam conta do serviço sozinhos. A verdade é que governo algum pode brincar com este negócio de sucessão na Câmara. Tem que ter candidato sim, mas para isso precisa de uma base bem coesa. O que se está vendo, aos poucos, é que a unidade de abril era contra Dilma mas não era exatamente a favor de Temer.
O curral está tão estranho que podem acontecer três coisas, e todas terão consequências:
1) Vitória de Castro, que o Planalto terá de engolir mas causará indigestão no baixo clero do Centrão.
2) Vitória de Rosso, que dificilmente pacificará a Câmara depois de ter derrotado o PMDB
3) Vitória de um dos muitos Severinos que estão no páreo, se um deles chegar ao segundo turno, hipótese bem menos provável.
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