A
aprovação pela Câmara Federal do Projeto de Lei nº 4.567/16, de autoria
senador licenciado e chanceler interino José Serra (PSDB-SP), que
retira a obrigatoriedade da Petrobras de participar de todas as
extrações da camada do Pré-Sal foi vista como mais um golpe no Brasil
pelo líder do Governo Dilma no Senado, Humberto Costa (PT-PE). O parecer
do relator, deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), foi acompanhado por
22 dos 27 votos na Comissão Especial da Petrobras e Exploração do
Pré-Sal.
O
projeto, que tem o apoio do presidente interino Michel Temer (PMDB), é
alvo de muitas críticas e de protestos de parlamentares da oposição e
dos próprios petroleiros, que consideram a proposta “entreguista” por
abrir o Pré-Sal, uma das maiores riquezas naturais do país, para
exploração por empresas estrangeiras.
“A
Petrobras é um dos grandes patrimônios brasileiros, do qual sempre
tivemos orgulho. Não podemos deixar que esse projeto avance no Senado
porque iremos perder milhões em investimentos, caso a estatal não tenha a
prioridade em explorar o Pré-Sal”, alertou Humberto. “Estaremos pegando
o que há de mais valioso para nós e entregando nas mãos dos
estrangeiros.”
Atualmente,
a regra em vigor, aprovada ainda no Governo Dilma, autoriza que a
Petrobras seja a obrigatoriamente a empresa operadora com 30% de
qualquer bloco contratado dentro do regime de partilha. O operador é o
responsável pela condução de todas as atividades operacionais
relacionadas à exploração e à produção de petróleo e gás.
Se
aprovada pelo Congresso, a nova lei deixará aberto para que qualquer
empresa, seja nacional ou estrangeira, possa ser a operadora da
exploração dos blocos a serem contratados. A proposta também define que
as escolhas da Petrobras serão submetidas ao Conselho Nacional de
Política Energética (CNPE) e ao presidente da República, que dará a
palavra final sobre quais blocos ofertados deverão ser operados pela
estatal. Ou seja, ficará nas mãos de Michel Temer a decisão final.
Humberto
Costa prevê um grande prejuízo para o Brasil caso o projeto de Serra
realmente vire lei. “Esse é o tipo de projeto que é um crime de
lesa-pátria. Nós já tínhamos garantido que 75% dos lucros com exploração
iriam para a Educação e 25% para a Saúde. Se deixarmos que outras
empresas entrem nesse mercado, os recursos deixam de ir para essas
áreas”, previu o senador.
Proposta estapafúrdia da CNI
Outra proposta que preocupa o senador Humberto Costa e considerada por ele “estapafúrdia” é a defendida pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria CNI, Robson Braga de Andrade, de elevar a jornada de trabalho para 80 horas de trabalho semanal e até 12 horas de trabalho por dia. A medida foi defendida em encontro com o presidente interino Michel Temer (PMDB) e outros líderes da MEI (Mobilização Empresarial pela Inovação)
Outra proposta que preocupa o senador Humberto Costa e considerada por ele “estapafúrdia” é a defendida pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria CNI, Robson Braga de Andrade, de elevar a jornada de trabalho para 80 horas de trabalho semanal e até 12 horas de trabalho por dia. A medida foi defendida em encontro com o presidente interino Michel Temer (PMDB) e outros líderes da MEI (Mobilização Empresarial pela Inovação)
“Isso
demonstra exatamente o que uma parte do empresariado brasileiro pensa
sobre os direitos sociais e qual o compromisso que tem o presidente
golpista Michel Temer com esse tipo de ideia”, disse o senador. Após o
encontro com o empresariado, Temer deixou o evento sem falar com a
imprensa.
Para
Humberto, a proposta vai de encontro ao que milhares de brasileiros têm
reivindicado em manifestações em todo o Brasil. “Enquanto os
trabalhadores estão lutando por uma jornada de quarenta horas semanais
sem redução de salário para permitir que novos trabalhadores possam ter
acesso ao mercado de trabalho, vem essa proposta que quer nos devolver
ao período da escravatura”, disse o senador.
Humberto
avalia ainda que a medida atende diretamente ao interesse do
empresariado e que pode gerar ainda mais desemprego no País. “Eles
querem menos pessoas, trabalhando mais e ganhando menos. É lamentável
que uma pessoa que ocupa hoje a Presidência da República possa dar
ouvido a esse tipo de proposta”, disse o senador.
Assessoria do senador Humberto Costa
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