Em entrevista ao jornal inglês The Guardian, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), definiu os Jogos Olímpicos com uma “oportunidade perdida” pelo Brasil para se promover ao mundo. Paes tem criticado a situação do Brasil frente ao evento com frequência para a mídia internacional. "Não estamos nos apresentando bem. Com crises econômica e política e todos esses escândalos, não é o melhor momento para estar nos olhos do mundo", afirmou o político ao The Guardian.
O peemedebista incluiu a imprensa brasileira na lista de culpados pelo cenário de calamidade ao dizer que os jornais restringem o Rio de Janeiro à epidemia do zika vírus e "pessoas atirando umas nas outras". Segundo ele, a imagem de que o governo causou danos aos pobres para a realização dos Jogos também é mentirosa. “Nunca houve tanta transformação para as pessoas pobres do Rio quanto agora”, garantiu.
As obras supostamente realizadas em áreas de interesse político para o prefeito e seus aliados foram lembradas pelo jornal inglês. Como argumento, foi citada a relação de Paes com o empresário Carlos Carvalho, proprietário de terrenos na Barra da Tijuca, endereço do Parque Olímpico. Em contrapartida, o prefeito refutou o dado e afirmou que 75% dos investimentos vão para áreas a Oeste e Norte do Rio de Janeiro. Mesmo assim, especialistas entrevistados para a matéria concordam com a tese de favorecimento à Barra.
LEGADO
Questionado sobre gastos públicos, o peemedebista explicou que R$ 24 bilhões foram aplicados em projetos que beneficiarão os cariocas após o fim do evento. Nesse trecho, o Guardian destacou “projetos trágicos” como, por exemplo, a queda de parte da ciclovia Tim Maia e a falta de energia no VLT na semana de inauguração.
Paes justificou apenas atrasos na construção da linha quatro do metrô, capaz de otimizar o acesso ao Parque Olímpico, e o elevado índice de poluição da Baía de Guanabara. O político transferiu a culpa para os governos federal e estadual e disse ainda que a preparação a nível municipal está “indo bem”. "Mesmo em tempos de crise, seguimos. Estamos inaugurando coisas quase toda semana", concluiu.
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