"O prolongado processo de investigação resultou em enfraquecimento na confiança dos investidores e menor disponibilidade de financiamento para os projetos do grupo", afirmou a avaliadora de riscos Moody's, que reduziu a nota da Odebrecht para B3 e afirmou que a nota segue em revisão para possível rebaixamento adicional – o que pode colocá-la no nível de títulos podres; empreiteira já demitiu 70 mil pessoas e seu ex-presidente, Marcelo Odebrecht, está preso há 14 meses
"O rebaixamento dos ratings reflete a percepção da Moody's de aumento do risco de crédito para a OEC devido à evolução do perfil de liquidez da companhia e riscos reputacionais em meio às incertezas de negócios e um ambiente desfavorável para investimentos em infraestrutura na América Latina", disse a agência.
Segundo a Moody's, apesar da ampla experiência da Odebrecht em construção e do sólido histórico de execução em complexos projetos de engenharia, a vantagem competitiva da companhia tem sido gravemente impactada pelas atuais alegações de corrupção.
A OEC é controlada pela holding Odebrecht S.A., que é alvo da Lava Jato, operação que investiga o envolvimento da companhia num escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras PETR4.SA.
"O prolongado processo de investigação resultou em enfraquecimento na confiança dos investidores e menor disponibilidade de financiamento para os projetos do grupo", afirmou a avaliadora de riscos.
A Moody's citou a queda de 11 por cento no volume de projetos da OEC no primeiro trimestre, após já ter tido queda de 17 por cento em 2015.
Esta redução mais recente no estoque de projetos foi acompanhada de um consumo de caixa de 600 milhões de dólares, afirmou a agência, após ter tido uma redução de 1,9 bilhão de dólares do caixa em 2015.
"O perfil de crédito e a posição de liquidez da companhia deterioraram até o primeiro trimestre de 2016 mais rápido que o antecipado pela Moody's, e vemos um espaço limitado para recuperação da geração de caixa no restante deste ano", disse a agência.
(Por Aluisio Alves)
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