Embalada pela inédita medalha de ouro olímpica no futebol
masculino, no sábado (20), e pela recém conquistada medalha de ouro com os
meninos do vôlei do Brasil, a cerimônia de encerramento da Rio 2016, na noite
deste domingo (21), no Maracanã, foi
marcada pelo clima de euforia e triunfo. Se a cerimônia de abertura resgatou o
orgulho carioca e conquistou o mundo com sua beleza e grandiosidade, a festa de
encerramento traz a sensação de dever cumprido e fecha com chave de ouro os
17 dias olímpicos que contaminaram a cidade. Nem o forte vento e a intensa
chuva que atingiram a cidade no início da noite foram capazes de esfriar a
celebração. Assim como na cerimônia de abertura, Santos Dumont mais uma
vez surgiu como referência, na cerimônia de encerramento. Ao som de "Odeon”,
de Ernesto Nazaré, imagens históricas do inventor do avião indicavam também a
contagem regressiva para a festa começar. Projeções de engrenagens de relógio
no chão marcaram o tempo. Coreografia reproduz imagens do Rio de JaneiroEm seguida, coreografias de massa formaram paisagens
marcantes do Rio, como Pão de Açúcar, Corcovado e Arcos da Lapa. Dançarinos
formaram os aros olímpicos. A partir de então, seguiu-se uma sequência musical
reverenciando mestres como Pixinguinha, Braguinha e Noel Rosa. Martinho da
Vila, suas três filhas e uma neta cantaram "Carinhoso" e "As Pastorinhas",
ganhando a companhia de um coral com 27 crianças. O Hino Nacional teve destaque
na sequência, acompanhado por uma forte
percussão e coro das crianças, que simbolizaram as estrelas da bandeira nacional,
projetada no chão.
Era a senha para a entrada dos atletas das 207
delegações no estádio. Neste momento, a festa prestou homenagem também a Carmem Miranda, que ajudou a
construir a imagem do Brasil no exterior. A cantora Roberta Sá relembrou seus
sucessos, como "Tico-Tico no Fubá", ao som também da gravação da voz
da própria Carmem Miranda. Ao
longo da entrada de todas as delegações, 14 passistas de frevo se apresentaram,
ao som de clássicos do gênero. Ao som do DJ Kygo e da cantora Julia Michaels, os atletas fizeram
a festa com "Carry Me". Em seguida o Canal Olímpico (nova plataforma digital que tem o objetivo e
exibir eventos esportivos ao vivo, notícias e grandes momentos do esporte) exibiu
um vídeo com atletas dançando. Na etapa seguinte da cerimônia, a arte popular e ancestral
do Brasil ganhou destaque, com referências às pinturas rupestres e indígenas.
Outro momento destacou a palavra "saudade", que só existe em português.
O cantor e compositor Arnaldo Antunes recitou "Poema Saudade",
embalado por projeções. O segmento seguinte destacou o artesanato manual brasileiro,
citando as mulheres rendeiras e com uma imensa trama de renda surgindo no
estádio. O Grupo Corpo entrou em cena para apresentar uma coreografia que fazia
alusão às artes feitas com barro, lembrando Mestre Vitalino. Ao som de "Bachianas Brasileiras nº 5", de Heitor
Villa-Lobos, um vídeo com os melhores momentos da Olimpíada do Rio foi exibido
no telão, levando o público ao delírio. No final, os vencedores da maratona,
realizada na manhã deste domingo (21) - o queniano Eliud Kipchoge, o etíope
Feyisa Lilesa e o norte-americano Gallen Rupp -, receberam suas medalhas, sendo
ovacionados. Os voluntários foram homenageados em seguida, com uma grande festa embalada por Lenine. Após
as bandeiras do Brasil e da Grécia serem hasteadas, o
prefeito Eduardo Paes, que se apresentou de chapéu panamá e foi recebido
entre vaias e aplausos do público, entregou a Bandeira Olímpica ao
presidente do Comitê
Olímpico Internacional (COI), Tomas Bach, que a repassou à governadora
de
Tóquio, Yuriko Koike, que receberá a Olimpíada de 2020. A etapa
seguinte da cerimônia apresentou a próxima sede. As
palavras "arigato" e "obrigado" surgiram numa coreografia
com crianças.Num jogo de efeitos com recursos de personagens de
videogames, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, surgiu no centro
do Maracanã, como se tivesse atravessado a Terra de Tóquio ao Rio. Após
a apresentação de Tóquio, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB),
Carlos Arthur Nuzman, discursou, brincando com o mau tempo. "A chuva veio celebrar a
Olimpíada", começou, prosseguindo: Os Jogos do Rio ficarão para sempre na memória. O Rio fez história,
se modernizou, se transformou. Foram sete anos de muita luta, mas valeu a pena,
graças a vocês. Fazer os Jogos no Rio foi um grande desafio, mas um desafio com
sucesso. Por isso tenho orgulho do meu país e do meu povo. Todos os brasileiros são heróis olímpicos.
Vencemos juntos. Essas olimpíadas provaram que o filho do Brasil não foge à
luta. Renovamos a autoestima de ser brasileiro. Vocês têm a medalha de ouro e o
Rio fez história", disse, visivelmente emocionado e sendo intensamente aplaudido. Em
seguida, foi a vez do presidente do COI, Thomas Bach,
discursar. "Nós amamos vocês, brasileiros", iniciou. Bach agradeceu aos
voluntários, agradeceu aos aletas refugiados: "Vocês nos inspiraram."
Depois elogiou os brasileiros. "Vocês terão sempre um lugar no nosso
coração", sendo também intensamente aplaudido. A festa teve sequência com imagens lembrando o paisagista
Burle Marx ao som de "Chovendo na Roseira", de Tom Jobim. Artistas
com figurinos inspirados na flora brasileira fizeram formações, transformando o
Maracanã num imenso jardim. A cantora Mariene Castro interpretou "Pelo tempo que
durar", da Marisa Monte e Adriana Calcanhoto, enquanto um efeito de chuva
apagou a chama olímpica. No centro do estádio, uma imensa árvore surgiu
representando o renascimento. Ao som de "Cidade Maravilhosa",
sambistas e percussionistas resgataram as marchinhas de carnaval. Foi a deixa
para o Maracanã se transformar numa imensa festa do samba, com 50 baianas e 200
passistas se apresentando. Uma grande queima de fogos encerrou uma emocionante
e comovente festa.
Tags: cerimônia, encerramento, festa, maracanã, olimpíada, rio 2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário