Faltas, brancos e nulos somam quase 40% no primeiro turno — mais que os Marcelos juntos
Rio
- Num país onde o voto é obrigatório, faltosos e revoltosos conseguem
ser mais numerosos que o eleitorado de João Doria, vitorioso no primeiro
turno em São Paulo, e batem o desempenho (somado) dos Marcelos Crivella
e Freixo. A abstenção, que na média nacional ficou em 17%, bateu
recordes nas megalópoles e até chamou a atenção de Michel Temer. “É uma
mensagem, um recado que se dá à classe política brasileira, para que
reformule eventuais costumes inadequados”, disse o presidente, em viagem
à Argentina.
Veja quantos votos o Rio não computou
O bloco dos ausentes não é o único que se destaca. Os que votaram em branco ou anularam também deram seu recado e formam, com os faltosos, um contingente que chega a 38% do eleitorado no Município do Rio — que passam a ser cortejados pelos Marcelos na disputa.
Já Thereza Cristina da Silva Reis, de 39 anos, guarda com orgulho seu comprovante de anteontem. “Faço questão de exercer a cidadania do voto”, afirma. Dia 30, garante, estará de novo na sua seção eleitoral.
Se não houver justificativa em 60 dias, o eleitor que não votou recebe a multa. Se não pagar, fica em débito com a Justiça Eleitoral e não poderá solicitar a Certidão de Quitação Eleitoral. Isso faz com que o devedor fique impedido de requerer passaporte ou carteira de identidade, assim como receber o salário, se for funcionário público. Também não poderá pedir empréstimo em banco público, inscrever-se em concurso público ou em instituições públicas de ensino.
Veja quantos votos o Rio não computou
O bloco dos ausentes não é o único que se destaca. Os que votaram em branco ou anularam também deram seu recado e formam, com os faltosos, um contingente que chega a 38% do eleitorado no Município do Rio — que passam a ser cortejados pelos Marcelos na disputa.
O Centro foi a região onde mais se jogou voto no
lixo: 41% ou faltaram, ou anularam ou teclaram branco. A 1ª Zona, na
Saúde, puxou a média para cima. Praticamente metade do eleitorado não
deu a mínima.
“Os números da alienação eleitoral
foram elevados não só no Rio, mas em outras capitais também. O fenômeno
pode estar relacionado a uma descrença generalizada da política depois
dos sucessivos escândalos de corrupção, do processo de impeachment e
também da falta de resposta da classe política em relação à crise
econômica”, explica Felipe Borba, cientista político e professor da
Unirio.
Entre os eleitores que sequer deram as caras nos
locais de votação domingo está o comerciário Luan Malaquias da Silva, de
26 anos, morador da comunidade de Cantagalo, em Copacabana. “É a
primeira vez que deixo de votar. Cansei. Tô ‘por aqui’ com a classe
política. Não vi proposta com soluções concretas para os problemas
básicos nas áreas de Saúde, Educação e segurança”, pondera Alan, sem se
importar com as punições previstas pela lei eleitoral, entre elas o
pagamento de multa de R$ 3,51 por turno. “Já pagamos tantos impostos...
Será apenas mais uma taxa”, ironizou, dizendo-se indignado de ter que
conviver, “em pleno século 21”, com esgoto a céu aberto onde mora.Já Thereza Cristina da Silva Reis, de 39 anos, guarda com orgulho seu comprovante de anteontem. “Faço questão de exercer a cidadania do voto”, afirma. Dia 30, garante, estará de novo na sua seção eleitoral.
Se não houver justificativa em 60 dias, o eleitor que não votou recebe a multa. Se não pagar, fica em débito com a Justiça Eleitoral e não poderá solicitar a Certidão de Quitação Eleitoral. Isso faz com que o devedor fique impedido de requerer passaporte ou carteira de identidade, assim como receber o salário, se for funcionário público. Também não poderá pedir empréstimo em banco público, inscrever-se em concurso público ou em instituições públicas de ensino.
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