5.16.2017

Ciro diz que não há ‘nenhuma chance’ de Lula ser condenado a tempo de ficar fora da eleição


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Ex-ministro e ex-governador do Ceará, que foi professor de Direito Constitucional, avalia que não há "nenhuma chance" de o ex-presidente Lula ser condenado em segunda instância a tempo de se tornar inelegível e deixar a disputa à presidência em 2018; "E nem seria justo que acontecesse", afirma, em entrevista à BBC Brasil; sobre o depoimento de Lula ao juiz Sergio Moro, Ciro acredita que o ex-presidente arrastou o juiz para a política; "O Lula trouxe o Moro para o campo dele, onde ele reina"
 O ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes, que pretende se candidatar à presidência da República em 2018, avalia que não há tempo hábil para que o ex-presidente Lula seja condenado em segunda instância a tempo de se tornar inelegível.
"Nenhuma chance", aposta Ciro, que foi professor de Direito Constitucional. "E nem seria justo que acontecesse", acrescenta, em entrevista à BBC Brasil.
Ele explica: "Pelos tempos processuais brasileiros. Em primeira instância, o Lula está acusado em cinco processos e nenhum deles ele foi julgado em primeira instância ainda, então não é provável".
"Ainda, por exemplo, nesse processo que ele depôs recentemente, ele tem 86 testemunhas para serem ouvidas...", lembra.
Sobre o depoimento de Lula ao juiz Sergio Moro, Ciro comentou: "Lula é o campeão da psicologia popular e o Moro é um garoto". Em seguida, fez duras críticas ao juiz: "Não duvido que tenha boa fé, boa intenção. Mas esse negócio de aplauso demais e juventude acabam deformando demais as pessoas. Eu sei bem o que estou falando".
Para Ciro, Lula trouxe Moro para a política, seu campo. "O Lula trouxe o Moro para o campo dele, onde ele reina. O Moro seria um rei se fosse um juiz, um juiz severo, restrito aos autos, às leis, aos códigos. Aí ele seria absolutamente imbatível, mas não... Ele preferiu trocar ideias com o Lula, aceitar ser visualizado em capas de revista como antagônico. Onde o juiz é antagônico, ele já perdeu. O juiz só merece respeito e acatamento se ele for um magistrado, se ele for a terceira parte, isenta, obediente à lei, severo na presunção da inocência dos acusados, garantidor da ampla defesa, do contraditório, e justo na hora de afirmar a sentença. Ele arrastou o Moro para a política".

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