Le Monde desta terça-feira, 16, traz uma reportagem de página
inteira sobre a situação política do Brasil; em texto de uma página, o
jornal diz que o governo golpista do Temer "tem dificuldade para impor sua legitimidade";
"Desconfortável, ele foge desse 'povo' que gosta muito do Lula.
Impopular, ele evita as cerimônias públicas, com medo de ser vaiado";
jornal francês diz que um ano após a saída da presidenta Dilma do poder, através de um golpe parlamentar, a recessão
e o desemprego continuam destruindo o país, enquanto os escândalos de
corrupção,principalmente no seu governo golpista, não poupam nenhum partido, provocam um vazio político;
"Um espaço deserto que apenas Lula consegue ocupar", apesar das falsas acusações, sem provas que o atingem, analisa o texto.
Um ano após ter substituída a presidente de esquerda Dilma Rousseff, o golpista Michel Temer, que é "motivo de chacota por seu excesso de solenidade, tem dificuldade para impor sua legitimidade", explica o jornal. "Desconfortável, ele foge desse 'povo' que gostava tanto de Lula. Impopular, ele evita as cerimônias públicas, com medo de ser vaiado", continua o vespertino.
Para explicar esse contexto, a correspondente traça um perfil do atual presidente, lembrando que ele "representa melhor que ninguém a elite paulista". O texto qualifica o golpista Temer, ex-presidente da Câmara dos deputados e professor de direito constitucional de refinado, erudito, fã de poesia, e que usa sempre um vocabulário preciso. "Um aristocrata, que representa o oposto de Lula, o 'pai dos pobres', querido dos mais humildes e que adora pontuar seus discursos com metáforas futebolísticas", compara.
Do lado político, Le Monde explica que o atual chefe de Estado é um especialista das negociações entre partidos, das alianças e das intrigas. Segundo o vespertino, o golpista Temer não é audacioso, e sim oportunista. Ao sentir que a rua começava a protestar contra Dilma, ele se afastou da presidente, se isentando de qualquer responsabilidade nos erros da então chefe de Estado, explica o texto.
"Traidor para muitos, salvador da Pátria para outros, o golpista Temer prometeu, em seu primeiro discurso, reconciliar um Brasil castigado pelo golpe paralamentar. Mas seus primeiros passos foram apocalípticos", lembra a correspondente, frisando que o governo golpista do novo presidente era composto apenas por homens, brancos e idosos, projetando uma imagem ultrapassada. Sem esquecer a polêmica tentativa de acabar com o ministério da Cultura e suas declarações desastrosas sobre as mulheres, que irritaram os feministas, enumera o texto.
Mês após mês, a magra popularidade do presidente desmorona ao ponto de ultrapassar sua antecessora, constata a correspondente, lembrando que os muros das grandes cidades estão repletos de pichações "Fora Temer". Mesmo assim, o chefe de Estado não parece se incomodar, comenta a reportagem. Ele se sentiria apoiado pelo mundo dos negócios de direita para implementar seu impopular programa de reformas estruturais, como a da aposentadoria ou ainda o congelamento dos gastos públicos do país, continua o texto.
A reportagem lembra que o golpista Temer não pretende se candidatar em 2018 e explica que um ano após a saída de Dilma do poder, a recessão e o desemprego continuam destruindo o país, enquanto os escândalos de corrupção, que não poupam nenhum partido, provocam um vazio político. "Um espaço deserto que apenas Lula consegue ocupar", apesar das acusações de corrupção que também o atingem, analisa o texto.
Leia na íntegra reportagem do Le Monde.
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