7.18.2017

Novo medicamento facilita o controle do diabetes tipo 2

 

O mesmo comprimido controla os níveis de insulina e a superprodução de glicose

Chega ao Brasil o primeiro medicamento que combina em um único comprimido um inovador redutor de glicose, a sitagliptina, com um tradicional anti-hiperglicêmico, a metformina. Conhecida internacionalmente como Janumet, a nova terapia atua nos três principais componentes do diabetes tipo 2: resistência e insuficiência de insulina e superprodução de glicose. Somente no Brasil, mais de 6,9 milhões de pessoas sofrem da doença.

As substâncias que compõem o novo medicamento agem de forma complementar, reduzindo os níveis de glicose no sangue de maneiras diferentes. Enquanto a metformina aumenta a sensibilidade à insulina, a sitagliptina melhora a síntese e a liberação de insulina pelo pâncreas e ambas reduzem a produção de glicose pelo fígado. A nova opção de tratamento também proporciona redução de peso e tem baixo risco de hipoglicemia, principais barreiras para o tratamento da doença.

Pessoas com diabetes tipo 2 freqüentemente precisam usar mais de um medicamento para atingir a meta de redução de glicose. Sitagliptina + metformina foi desenvolvido como alternativa para os pacientes que necessitam combinar vários remédios para controlar a glicemia e pode ser aliado à dieta e exercícios físicos.

A combinação sitagliptina + metformina reduz significativamente os níveis de HbA1c (glicose no sangue) e ajuda os pacientes a atingirem a meta, que deve ser inferior a 7%, conforme recomendado pela Associação Americana de Diabetes. Segundo estudos clínicos*, 66% dos pacientes tratados com sitagliptina + metformina atingiram a meta em comparação a 38% dos pacientes tratados apenas com metformina. Segundo estatísticas, em todo o mundo, menos da metade dos portadores de diabetes tipo 2 conseguem atingir a meta, indicando que os regimes de tratamento atualmente disponíveis são inadequados para o controle da doença.

Sitagliptina + metformina proporciona uma redução média de 2% nos níveis de glicose no sangue em pacientes com hipoglicemia moderada e de 3% naqueles com hipoglicemia grave. Estudos clínicos** indicam que a cada 1% de diminuição no índice glicêmico, cai substancialmente o risco de complicações associadas ao diabetes tipo 2: insuficiência cardíaca (redução de 16%), infarto do miocárdio (14%) e acidente vascular cerebral (12%).

Com mecanismo de ação inteligente, pois imita o processo fisiológico, o medicamento controla a doença potencializando as incretinas, hormônios que regulam o nível de açúcar no sangue. O remédio "informa" as incretinas para ativar as células beta do pâncreas para liberar insulina e "avisa" o fígado para interromper a produção de glicose.

O impacto do diabetes - O diabetes é uma doença crônica e progressiva caracterizada pela elevação dos níveis de açúcar no sangue. Mais de 246 milhões de pessoas, cerca de 6% da população adulta no mundo, sofrem de diabetes, e a cada 10 segundos surgem dois novos casos, segundo dados da Federação Internacional de Diabetes. Desse total, 90% têm diabetes tipo 2.

A estimativa é que o número de doentes chegará 380 milhões de indivíduos até 2025. A maior parte dos novos casos será registrada em países em desenvolvimento em razão dos seguintes fatores: crescimento da população, aumento da faixa etária, dietas inadequadas, obesidade, estilo de vida sedentário e incidência crescente do diabetes tipo 2 em adolescentes e crianças. Somente no Brasil, mais de 6,9 milhões de pessoas têm a doença.

O diabetes é um dos maiores problemas de saúde. Por ser crônico e envolver uma série de complicações, a doença cobra um preço alto tanto do Governo quanto da sociedade. A Organização Mundial da Saúde estima que em 2007 os gastos com tratamento médico da doença foram de US$ 232 bilhões. Essas cifras deverão subir para mais de US$ 300 bilhões ao ano se nenhuma medida de prevenção e controle da doença for tomada nas próximas duas décadas. Segundo a Associação Latino-Americana de Diabetes, o Brasil gasta anualmente cerca de US$ 25 milhões no tratamento da doença.

Tratamento precoce reduz ônus - Resultados de um estudo inédito, intitulado Pesquisa de Impacto do Diabetes, revelam que, na opinião dos médicos, o tratamento em estágios iniciais ajuda a reduzir o ônus doença. O levantamento, encomendado pela Merck Sharp & Dohme, avaliou o impacto econômico e social do diabetes tipo 2 por meio de entrevistas com mais de 850 médicos e cerca de 600 pacientes em seis países da Europa, América do Norte e Ásia.

O diabetes representa um ônus significativo para o paciente e suas famílias. Segundo a pesquisa, um entre 10 pacientes entrevistados foi internado devido à doença nos últimos 12 meses, um entre cinco informa que sua capacidade de trabalhar foi afetada pelo diabetes, um entre seis informa que não está trabalhando no momento ou parou de trabalhar e três entre quatro dos pacientes entrevistados declararam que foram afetados financeiramente pela da doença. O levantamento revelou ainda que 43% dos pacientes desconhecem a meta de glicose no sangue.

 Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro de um novo medicamento para controle do diabetes mellitus tipo 2 nesta segunda-feira (17).

O medicamento Soliqua será uma nova opção para o tratamento da doença. Ele será fornecido com uma caneta aplicadora e é composto por duas moléculas na formulação: a insulina glargina e a lixisenatida.

De acordo com a Anvisa, o remédio deverá ser usado em adultos para melhorar o controle glicêmico quando outras opções de tratamento não estejam mais funcionando.

A partir de agora, o produto segue para uma definição de preço que deverá ser aprovada por órgão vinculado ao Ministério da Saúde. Segundo a agência, o processo tem demorado em média três meses. Depois disso, poderá ser comercializado pelo país.

A diabetes mellitus do tipo 2 é a mais comum e representa 90% dos casos. De acordo com o Ministério da Saúde, ela tem uma relação significativa com a genética, o envelhecimento, o excesso de peso e o sedentarismo. Mais de 250 milhões de pessoas são atingidos pela doença no mundo, 4% delas (mais de 10 milhões) estão no Brasil.

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