8.15.2017

Apoio ao golpe tirou chances de Marina em 2018, diz fundador da Rede

Um dos fundadores e ex-membro da Rede Sustentabilidade, o cientista político e antropólogo Luiz Eduardo Soares disse que a ex-senadora Marina Silva, principal liderança do partido, "queimou caravelas" e perdeu a chance de disputar à Presidência em 2018 na posição de favorita devido ao seu apoio ao impeachment de Dilma Rousseff; "Quando ela assumiu essa posição, extremamente irresponsável do ponto de vista da democracia, acho que ela queimou as caravelas relativamente ao campo das esquerdas. Não só do PT, das esquerdas", avalia; "Ela hoje teria todas as condições de ser favorita nas eleições de 2018 se tivesse se mantido contra o impeachment", afirmou; para Soares, o apoio ao impeachment "entregou o país ao núcleo mais perigoso da política nacional, o PMDB" 
  Um dos fundadores e ex-membro da Rede Sustentabilidade, o cientista político e antropólogo Luiz Eduardo Soares disse que a ex-senadora Marina Silva, principal liderança do partido, "queimou caravelas" e perdeu a chance de disputar a Presidência da República na posição de favorita após apoiar o impeachment que tirou Dilma Rousseff do poder no ano passado.
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"Quando ela assumiu essa posição, extremamente irresponsável do ponto de vista da democracia, acho que ela queimou as caravelas relativamente ao campo das esquerdas. Não só do PT, das esquerdas", avaliou. "Isso circunscreve o seu potencial eleitoral e político", completou Soares em entrevista à BBC Brasil (leia aqui a íntegra).
Ele conta que sua "divergência com a Marina teve a ver com seu apoio ao impeachment". "Ela tinha sempre se manifestado contrária. O [deputado federal Alessandro] Molon entrou para o partido depois que ela se comprometeu a ser contrária. E uma semana antes da votação, ela se pronunciou a favor do impeachment, sem nos consultar", relatou.
"Ser a favor do impeachment significava entregar o país ao núcleo mais perigoso da política nacional, o PMDB. Quando ela assumiu essa posição, extremamente irresponsável do ponto de vista da democracia, acho que queimou as caravelas relativamente ao campo das esquerdas. Não só do PT, das esquerdas", avaliou. Para ele, "retirar a Dilma para levar o representante do PMDB para o poder em nome da ética é despudoradamente hipócrita". 
"Ela hoje teria todas as condições de ser favorita nas eleições de 2018 se tivesse se mantido contra o impeachment. Poderia unificar o campo das esquerdas com um discurso palatável, capaz de suscitar respeito entre eleitores do centro, e a população evangélica também se reconheceria nela. Ela viria com um potencial eleitoral muito grande", destacou.
"Ela deixou de ser espontânea e genuína. Essa era a sua marca. Passou a estar sempre numa posição ambígua, com poucas definições claras, e a jogar o jogo mais tradicional. Mas sem dúvida é uma candidatura forte potencialmente", completou Soares.
Ele destaca que para 2018, "Lula é um forte candidato, porque para a maioria da população fez o melhor governo que experimentaram. E de fato os resultados foram notáveis, superiores aos governos anteriores em termos de crescimento e de redução de desigualdades. Ele saiu com 85% de aprovação popular. Isso é um patrimônio extraordinário.

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