O retrocesso ambiental perpetrado por Michel
Temer, que nesta quarta-feira publicou um decreto que extingue a Reserva
Nacional de Cobre e Associados (Renca), na Amazônia, provocou
protestos de políticos, ambientalistas, especialistas no setor e até da
comunidade internacional; pelo texto do governo, a região de cerca de 47
mil quilômetros quadrados entre o Pará e o Amapá está liberada para
extração de ouro e outros minerais nobres; área fechada é maior que a
Dinamarca e tem o tamanho equivalente ao do estado do Espírito Santo, ou
oito vezes a dimensão do Distrito Federal; a decisão foi classificada
como “catástrofe anunciada” pelo coordenador de políticas públicas do
WWF Brasil, Michel de Souza
O decreto diz que uma região de cerca de 47 mil quilômetros quadrados entre o Pará e o Amapá está liberada para extração de ouro e outros minerais nobres. O Ministério de Minas e Energia afirma que áreas protegidas da floresta e reservas indígenas não serão afetadas.
A área fechada é maior que a Dinamarca e tem o tamanho equivalente ao do estado do Espírito Santo, ou oito vezes a dimensão do Distrito Federal.
Especialistas em mineração e legislação ambiental veem uma série de pontos que podem levar a disputas judiciais. Pedro Garcia, sócio da área de mineração do escritório Veirano Advogados, observa que a suspensão da reserva é parte do processo de revitalização do setor no país, iniciado em 2012. E complementa três medidas provisórias baixadas pelo governo há menos de um mês. De acordo com Garcia, nesses anos todos, muitas empresas apresentaram requerimentos ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) para pesquisar áreas na reserva, e as novas medidas baixadas pelo governo estabelecem que esses requerimentos ficam invalidados. Requerimentos anteriores a 1984, porém, continuam valendo.
A extinção da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca) por meio de decreto nesta quarta-feira foi classificada como “catástrofe anunciada” pelo coordenador de políticas públicas do WWF Brasil, Michel de Souza. Ele vê com preocupação a decisão do governo e diz que coloca em risco as nove áreas protegidas que estão dentro dos limites da reserva — como o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, que é o maior parque de florestas tropicais do mundo:
— A Floresta Amazônica é nosso maior ativo. Nesse momento de desespero e de crise, estão colocando em risco as áreas protegidas que se encontram dentro da reserva — destaca Souza.
As informações são de reportagem de Manoel Ventura e Lucianne Carneiro em O Globo.
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