Participantes pediram respeito e amor. PM reprimiu focos de confusão na Avenida Atlântic
Rio
- Mais de 800 mil pessoas estão reunidas em Copacabana, na Zona Sul do
Rio, para a 22ª Parada do Orgulho LGBTI - lésbicas, gays, bissexuais,
travestis, transexuais e pessoas intersexuais, desde o começo da manhã
deste domingo. Seis trios elétricos percorrem a Avenida Atlântica desde
às 16h. Os presentes pediram respeito à diversidade e fizeram protestos
contra o presidente Michel Temer e o prefeito Marcelo Crivella. Entre as
atrações estão as cantoras Daniela Mercury, Valesca Popozuda, Preta Gil
e Pabllo Vittar.
Elan Barreto, montado em uma perna de pau, pediu
mais amor e respeito. "Essa, mais do que nunca, é a parada da
resistencia. Precisamos acabar com todas as formas de intolerância",
disse.
William Mazzani veio de Belo Horizonte com amigos para
participar do evento. "Viemos para apoiar a causa. A nossa luta é por
liberdade de expressão e respeito. Apesar do discurso, alguns focos de
violência foram registrados e rapidamente desfeitos pela Polícia
Militar, que usou spray de pimenta.
No alto de um dos trio elétricos, a cantora Pabllo
Vittar fez críticas aos 'brigões'. "Queremos respeito meu amor, se a
gente quisesse brigar, não estaríamos aqui", disse, para o delírio do
público. Marina Paixão veio curtir a festa com a filha e amigos. Ela
disse que o evento é importante para reforçar a "necessidade de um mundo
livre de preconceito".
"Historicamente, somos uma resistência. O
Brasil não tem uma política pública de fato para a população LGBT. A
homofobia é um fato. Praticamente a cada dia morre um homossexual vítima
de homofobia no país. Se existimos, de alguma forma, é uma
resistência”, disse o presidente do Grupo Arco-Íris, Almir França. De
acordo com ele, a expectativa é reunir até 1 milhão de pessoas no
evento. A PM não divulgou estimativa de público.
De acordo com a arquiteta Luiza Schreier, o evento é
fundamental para manter a resistência. "Acho que a sociedade tem
evoluído, mas ainda há muito o que melhorar. Temos que evoluir Ainda
mais", avaliou. Ela disse que o Brasil ainda está muito atrasado se
comparado a outros países nas questões ligadas ao movimento LGBTI.
O comerciante Ricardo Medeiros foi vestido de Carmen Miranda. Na avaliação dele, o mundo precisa de mais amor e menos preconceito. "Os direitos são iguais para todos. Precisamos de um mundo mais humano.
O comerciante Ricardo Medeiros foi vestido de Carmen Miranda. Na avaliação dele, o mundo precisa de mais amor e menos preconceito. "Os direitos são iguais para todos. Precisamos de um mundo mais humano.
Segundo os organizadores, a parada leva para
as ruas pessoas que lutam por direitos iguais, que combatem a
intolerância, o preconceito e o ódio, dando voz a quem viveu muito tempo
à margem da sociedade.
Este ano, houve incerteza sobre a
realização da parada por falta de recursos financeiros para viabilizar
trios elétricos e atrações artísticas.
De cadeiras de rodas por causa de um acidente
vascular cerebral, Silvina Correa Fernandes, de 87 anos, foi assistir à
parada levada pelo filho Osvaldo Araújo, de 52 anos, e seu marido André,
com quem está casado há 26 anos. “Eu sempre venho, eu gosto. Tem que
apoiar, né? Meu filho é uma maravilha”, disse Silvina.
Segundo Araújo, sua mãe sempre o apoiou e fica feliz
em participar do evento. “A parada é importante para mostrar que todos
somos iguais. Não tem diferença. Trabalho, pago meus impostos, tenho
direito como qualquer outra pessoa”, contou o professor.
Acompanhada
do marido, a psicóloga Mônica Ribeiro, de 46 anos, disse ser importante
que a sociedade civil esteja presente na parada. “É importante esse
tipo de ocupação, esse tipo de resistência. Apoio qualquer tipo de
diversidade, as diferenças. Sou completamente a favor da diversidade,
cada um tem direito de amar quem quiser”.
Com informações da Agência Brasil
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