Por Estadão Conteúdo
Fabio Braga/Folhapress
O
PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estudam lançar uma chapa
para as eleições de 2018 em São Paulo com o ex-prefeito Fernando Haddad
e o vereador Eduardo Suplicy na disputa pelo Senado.
A proposta foi apresentada por
Lula e pelo presidente do diretório estadual do PT de São Paulo, Luiz
Marinho, pré-candidato a governador, em reuniões com Haddad e Suplicy na
quinta e sexta-feira, respectivamente, na sede do Instituto Lula
Suplicy gostou. "Ponderei que
isso significaria uma força muito grande para o PT, para a candidatura
de Lula em São Paulo e para o candidato a governador", disse. Já o
ex-prefeito, segundo relatos, apontou as dificuldades da proposta.
"Falei com o Fernando Haddad hoje (sexta-feira) e ele avaliou que se a
Marta (Suplicy, PMDB) for candidata as pessoas podem votar em mim e nela
do mesmo jeito que muitos podem votar nele e em outro candidato e é
capaz de nós dois perdermos", afirmou Suplicy.
Encaixar os dois principais
líderes do partido em São Paulo na chapa para 2018 tem sido uma das
maiores dificuldades de Lula e do PT estadual. A chapa idealizada teria
Marinho para governador, Haddad ou Suplicy concorrendo ao Senado e um
dos dois na disputa pela Câmara. Ambos são vistos como puxadores de
votos em potencial, capazes de ajudar a eleger candidatos do PT a
deputado. Mas nem o vereador nem o ex-prefeito aceitam se candidatar à
Câmara. Suplicy chegou a dizer a Lula e Marinho que se não for candidato
ao Senado prefere terminar o mandato de vereador, para o qual foi
eleito com mais de 500 mil votos, um recorde na cidade.
Já Haddad tem evitado o
confronto. O ex-prefeito se comprometeu a apoiar a pré-candidatura de
Marinho que, em troca, ofereceu a vaga ao Senado, mas Haddad respondeu
que só aceita se houver acordo com Suplicy. Lideranças do PT-SP não
descartam a possibilidade de Haddad entrar na disputa pelo governo caso a
candidatura de Marinho não decole.
Imposto de Renda
Num ato como pré-candidato do PT à
Presidência, Lula disse ontem, em Diadema (SP), que "salário não é
renda" e, portanto, o "povo" não deve pagar Imposto de Renda sobre seus
vencimentos. Para o petista, a tributação deve recair sobre os "ricos".
"Salário não é renda, portanto o
povo não tem que pagar Imposto de Renda sobre salário. Quem tem que
pagar Imposto de Renda é rico", afirmou o ex-presidente, sem dar
detalhes.
Lula fez comentário imediatamente
depois de prometer revogar feitos da gestão Michel Temer como a mudança
do modelo de concessão do pré-sal. "Eu vou voltar e se eu ganhar a
gente vai revogar tudo isso", disse. Lula participou de um ato em
comemoração aos 35 anos da vitória do PT na eleição para a prefeitura da
Diadema, em 1982, quando o partido tinha apenas um ano de existência e
ocupou pela primeira vez a chefia de um Executivo
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