O
Tiratricol, também conhecido como TRIAC, é um análogo a hormônio da tireóide. Ele é indicado para o controle da síndrome da resistência ao
hormônio da tireóide e usado em combinação com levotiroxina para suprimir a
produção de hormônio estimulador da tireoide em pacientes com câncer da
tireoide.
O
tiratricol foi amplamente comercializado como auxiliar de emagrecimento sob
vários nomes comerciais, porém em 1999 e 2000 os órgãos que regulam
medicamentos dos Estados Unidos e Canadá alertaram o público sobre os perigos
dos suplementos e fórmulas
para emagrecer contendo tiratricol. Os efeitos perigosos à saúde provocados
pelo tiratricol incluem infarto,
AVC e morte
súbita.
Atualmente
o tiratricol não é aprovado para venda nos Estados Unidos e Canadá. Tiratricol
já foi aprovado no Brasil, porém sua comercialização foi suspensa pela
Anvisa em 2003 depois de alerta do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Alerta
do FDA em Novembro de 2000 contra suplementos alimentares contendo Tiratricol
21/11/2000.
O FDA (órgão americano que regula os medicamentos) alerta os consumidores a
respeito de produtos comercializados como suplementos alimentares que contêm tiratricol,
também conhecido como TRIAC, um potente hormônio tireóide que pode causar
sérias consequências à saúde, incluindo ataque
cardíaco e AVC.
Apesar de todos os recalls nos últimos sete meses, vários produtos contendo tiratricol ainda assim chegaram aos consumidores.
Alerta
do Idec sobre o tiratricol
Em
2003 o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor)
divulgou alerta sobre os perigos do tiratricol,
o qual acabou resultando na proibição da sua comercialização pela ANVISA. O Idec
alertou que o tiratricol usado em fórmulas
para emagrecimento poderia provocar sérios riscos para a saúde, incluindo taquicardia,
palpitações, enfarto agudo do miocárdio,
derrame cerebral, insônia,
depressão,
vômitos, diarréia severa,
reações alérgicas e até mesmo morte súbita.
O tiratricol só seria adequado para tratamento de pacientes com câncer na tireoide
quando a produção dos hormônios T3 e T4
fosse interrompida.
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Revista Época
O Instituto
Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) quer que a venda dos
emagrecedores Triac, Trimag, Redulip, Liporex LP e Bieso, à base da
substância tiratricol, seja proibida. Usados principalmente por mulheres
jovens e nem sempre acima do peso ideal, esses medicamentos provocam
efeitos colaterais sérios, como diarréia severa, hipertireoidismo
(funcionamento excessivo da glândula tireóide), problemas
cardiovasculares, depressão, insônia e osteoporose.A medida também é defendida pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso). As duas entidades representam os maiores especialistas na área sobre o assunto. "Os médicos sabem dos riscos desses produtos há 20 anos", afirma o endocrinologista Márcio Mancini, presidente da Abeso. "A venda só deve ser permitida para casos de disfunções raras da tireóide e não como emagrecedores", completou Valéria Guimarães, presidente da SBEM.
O tiratricol é uma substância sintética que imita a ação dos hormônios tireoidianos no organismo. Esse princípio ativo acelera o metabolismo, provocando uma ação semelhante ao hipertireoidismo. O remédio emagrece até quatro quilos por mês sem necessidade de dieta, mas devido à perda de massa muscular e óssea. A substância também provoca elevação da pressão arterial e pode levar até a um infarto.
A conclusão do Idec é baseada em um levantamento realizado pelos pesquisadores Otávio de Toledo e Margô Karnikowski, do Núcleo de Estudos de Saúde Pública da Universidade Federal de Brasília (UNB). Eles analisaram dados científicos, bula dos medicamentos e informações ao consumidor no Brasil e em outros países.
De acordo com o relatório, embora necessitem de receita médica, os emagrecedores são vendidos livremente nas farmácias e pela internet. O baixo preço do produto — uma caixa com 100 comprimidos custa, em média, R$ 13 — também facilita o consumo irregular. "O tiratricol está na composição de suplementos alimentares vendidos livremente em academias e em farmácias de manipulação", lembrou Sezifredo Paz, do Idec.
Laboratórios discordam do Idec
Os laboratórios fabricantes dos medicamentos à base de tiratricol usaram a legislação para responder à denúncia do Idec envolvendo seus produtos. Em nota oficial, o Laboratório Aché, fabricante do remédio Triac, afirma que seu produto é seguro e obedece às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Além disso, afirma o laboratório, o medicamento é de tarja vermelha e depende de prescrição médica para ser consumido. Mesmo assim, segundo Valéria Guimarães, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, os médicos dessa especialidade têm recomendação para não prescrever o produto como emagrecedor.
O Triac é usado como base para o desenvolvimento de similares, como o Trimag e o Redulip. "Não posso garantir a toxicidade do princípio ativo, pois essas informações já constam do medicamento de referência", afirmou Telma Salles, gerente de Desenvolvimento de Mercado do Hexal do Brasil Ltda, fabricante do Redulipe. "Mas obedecemos ao controle de qualidade previsto pela Anvisa", completou.
A União Química Farmacêutica Nacional S.A, responsável pela venda do Trimag, também afirmou desconhecer qualquer efeito colateral relatado em relação ao seu produto no país. O Liporex, também da Aché, entrou no relatório do Idec, mas teve o registro cancelado em 2001 por caducidade. Os pesquisadores não conseguiram identificar o fabricante do Bieso, vendido na internet.
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