3.06.2009

Homem vai viver com dois corações


Homem vai viver com dois corações após transplante em SP

São Paulo - Um homem que passou por um transplante vai permanecer com dois corações após a cirurgia, realizada no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo. Ele recebeu o coração doado de um jovem de 26 anos que morreu em um acidente de moto em Sorocaba, no interior de São Paulo. As informações são do Jornal Hoje.

O paciente de 53 anos sofria de duas doenças graves: a miocardiopatia dilatada, que é quando o músculo do coração aumenta de tamanho e perde a força para bombear o sangue, e a hipertensão pulmonar.

Por isso, os médicos optaram por deixar o coração antigo, que ficou responsável por conter a alta pressão de sangue nos pulmões. O novo órgão ficou com a função de bombear o sangue para o resto do corpo.

Os dois órgãos, que ficam ligados por um tubo, funcionarão de forma simultânea até que o coração transplantado assuma todas as funções. Só então os médicos poderão optar pela retirada do antigo órgão

As informações são do Terra

Um homem de 53 anos recebeu na quarta (4) um novo coração no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo. A diferença deste para outros transplantes é que ele agora viverá com dois corações lado a lado.

Em 30 anos, essa é a sexta vez que um paciente passa por esse tipo de cirurgia no hospital. O coração sadio foi colocado do lado direito do peito em uma cirurgia que durou cerca de 12 horas e vai auxiliar o coração original a exercer sua função de bombear sangue para os órgãos.

O procedimento, chamado transplante heterotópico, foi indicado porque o homem sofria há nove anos de insuficiência cardíaca e a doença havia evoluído a ponto de causar hipertensão pulmonar. O novo órgão se comunica com o coração doente pela veia cava e as artérias aorta e pulmonar.

Dessa forma, ele funciona como uma bomba hemodinâmica auxiliar do processo de circulação. "Se apenas substituíssemos o órgão, o coração novo não aguentaria a pressão sanguínea dos pulmões", explica o cirurgião cardíaco Ronaldo Honorato, um dos médicos responsáveis pelo transplante.

Honorato - que participou de quatro dos seis transplantes cardíacos heterotópicos realizados no Incor - afirma que o paciente deve passar o resto da vida com os dois corações. "Existem casos em que o coração ‘velho’ melhora e em raras vezes chega a ficar bom, mas, como é um homem de 53 anos, o mais provável é que fique com os dois corações",

Medicina avança nas pesquisas sobre transplantes de coração
Caso de paciente com dois corações é um dos exemplos.
Especialistas também estão aperfeiçoando versão artificial do órgão.

Um homem, que graças ao avanço da medicina, tem hoje dois corações batendo no peito. As inovações tecnológicas estão salvando vidas. Para tratar desses casos extremos, médicos brasileiros estão pesquisando até corações mecânicos e se especializando em cirurgias complexas, que devolvem a vida a quem tinha poucas chances.


O aposentado Laerte Rodella teve um infarto aos 35 anos de idade. “Quatro anos depois, eu precisei fazer ponte de safena. Não deu certo e vim a necessitar de um transplante”, comentou. Os médicos só contaram depois da operação que ele viveria um bom tempo com os dois corações. Isso foi há 16 anos. “Minha recuperação foi excelente. Consigo fazer vários exercícios. Vou à academia e também caminho. Levo uma vida normal”, contou o aposentado.

No Instituto do Coração de São Paulo (Incor), os médicos acompanham o estado de saúde de outro paciente, que passou pela mesma cirurgia na quarta-feira passada (4). “A próxima semana será uma semana crítica”, alertou um médico. O paciente estava internado há cerca de dois meses à espera de uma chance.

“É um risco muito alto, e o fator determinante nesses doentes é a hipertensão pulmonar. É um doente que está numa fase de adaptação, que foi operado numa situação muito crítica e muito grave. Ele ainda continua numa situação grave, crítica e passando por uma fase de adaptação, que é muito mais de adaptação mecânica de um órgão com outro”, explica Alfredo Fiorelli, diretor do programa de transplantes do Instituto do Coração (Incor).

Coração artificial

Nos últimos anos, a medicina tem aplicado recursos de outras áreas de conhecimento para desenvolver técnicas que podem aumentar a sobrevida de pacientes cardíacos. Em São Paulo, por exemplo, pesquisadores do Instituto Dante Pazzanese usam engenharia mecânica, informática e eletrônica para aprimorar um equipamento que funcionará como um coração artificial. “Nós não projetamos um aparelho que substitua o coração do paciente, e sim que ajude o coração do paciente a bombear o sangue circulando o sangue por seu organismo”, afirma Aron José Pazin de Andrade, doutor em engenharia mecânica.
Por enquanto, o aparelho está sendo testado em bezerros. Em seres humanos, depois de aprovado, o sistema será implantado logo abaixo do diafragma. Cânulas ligarão um coração ao outro. O sangue será captado dos ventrículos direito e esquerdo e bombeado de volta para o coração natural para as artérias pulmonar e aorta. “Todos esses dispositivos implantados no paciente são auxiliares. Eles acabam deixando o paciente numa forma segura, no tempo que for necessário para fazer o transplante”, acrescenta Andrade.

Na versão que está sendo estudada, o aparelho usa baterias externas. Elas ficariam ligadas ao paciente, que teria que usar um colete para carregá-las. “A ideia é projetar e desenvolver um sistema de controle e baterias também implantáveis. Aí o sistema passa a ser totalmente implantável”, diz o responsável pela pesquisa.

Para o especialista José Henrique Vila, que acompanha o quadro clínico de muitos transplantados, o coração artificial está evoluindo muito, assim como outras tecnologias, mas o transplante ainda será a opção por muitos anos. “Eu imagino que, no futuro, medidas de engenharia genética de células-tronco acabarão por serem talvez a solução a longo prazo. Nesse meio tempo, possivelmente o coração artificial talvez fique barato e possa ser uma alternativa também”, diz Vila, coordenador de transplante cardíaco do Hospital Beneficência Portuguesa.

Ele aposta na prevenção. “Cada vez mais precisamos cuidar melhor da saúde para que não precisemos dos procedimentos de alto custo”, afirma. As chances de sobrevida de quem recebe um transplante simples de coração chegam hoje a 90%. No caso de uma cirurgia em que um segundo coração é implantado, as chances são menores. Ficam entre 40% e 50%, porque a operação é bem mais complexa. O período crítico de recuperação do paciente do Incor vai até domingo (8). Superada essa fase, as chances de uma boa recuperação aumentam muito.
Globo.com

Um comentário:

Antonio Celso da Costa Brandão disse...

Morre homem que vivia com dois corações após transplante em SP
Paciente de 53 anos passou por transplante no Incor em 4 de março.
Ele morreu na madrugada desta quarta-feira (11).

O homem de 53 anos que passou por um transplante no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, e estava vivendo com dois corações, morreu às 4h30 desta quarta-feira (11). Segundo o hospital, a causa da morte foi falência de múltiplos órgãos.



O paciente, um funcionário público de Belém, no Pará, foi submetido ao transplante de coração em 4 de março. O procedimento durou 12 horas e foi considerado um sucesso. Apesar disso, o estado de saúde dele era considerado grave. O servidor contava com ajuda de aparelhos para respirar e para que seu sangue circulasse. Ele também recebia medicamentos para estimular os batimentos cardíacos.



Em nota, o Incor informou que, embora em estado crítico, a saúde do paciente era estável desde a cirurgia. Nas últimas horas desta terça-feira (10), contudo, o quadro evoluiu com instabilidade.