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4.17.2009
Alergia alimentar
Alergia alimentar: como diagnosticar e tratar
O número de crianças com alergia alimentar está aumentado. Essa é a constatação não apenas dos médicos brasileiros. Um estudo do Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos mostrou que nos últimos 10 anos aumentou em 18% o número de crianças e adolescentes até 18 anos com algum tipo de alergia a alimentos. Os dados mostram que quatro em cada 100 crianças apresentam reação alérgica.
Para Luiz Antonio Bernd, alergista e diretor científico da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia, o uso precoce de antibióticos, a falta de contato com a natureza e a estímulos microbianos fazem com que as crianças que moram em áreas urbanas sejam mais suscetíveis a sofrerem do problema do que aquelas que moram em zonas rurais. “Essas se expõem precocemente a uma série de substâncias que estimulam a sua imunidade”, diz.
A alergia é uma resposta anormal do sistema imunológico da criança. Ou seja, o organismo cria um anticorpo contra uma determinada proteína (“recebida” por ele como uma substância estranha). Em crianças menores, leite de vaca, clara de ovo, soja, trigo e peixe são os principais vilões à medida que passam a fazer parte do cardápio alimentar. Entre os sinais mais comuns de que algo não vai bem estão dor abdominal, urticária e manifestações respiratórias (como asma, rinite e falta de ar).
A genética também é responsável pela sensibilização, que, mesmo mais comum em crianças, pode surgir em qualquer fase da vida. “Se a criança se torna alérgica por volta dos 6, 7 meses, há uma chance enorme de ela não ter essa reação na vida adulta”, diz Luiz Antonio. Isso porque o intestino amadurece e passa a “quebrar” as proteínas em partículas menores, o que antes não conseguia e provocava a sensibilização.
Para isso é preciso que a alergia seja confirmada logo cedo, e a criança faça a dieta com exclusão imediata do que causa a reação. Mas isso não é tão simples assim. Se a alergia for ao leite, por exemplo, há uma série de derivados que ela também não pode comer, como bolachas e iogurtes. É preciso ainda que a família seja parceira nesse momento. “Ela tem que assumir o papel de proteção, e não comer nada que a criança não possa ingerir perto dela”, diz Luiz Antonio.
Os rótulos dos produtos não podem passar despercebidos. Há sinônimos para uma mesma substância. Soro, coalho, manteiga, por exemplo, têm proteína do leite.
Diagnóstico preciso
Um dos principais assuntos que serão discutidos no 35o Congresso Brasileiro de Alergia e Imunopatologia, que acontecerá no começo de novembro, em Porto Alegre (RS), é o diagnóstico correto. “Há crianças (e famílias) com dieta de exclusão de alimentos sem comprovação de que são alérgicas”, diz Luiz Antonio, presidente do Congresso. Muitas vezes as crianças estão passando por uma restrição alimentar sem necessidade.
Segundo o especialista, é cada vez mais comum a reintrodução de alimentos a que a criança apresenta reação. Mas só se eles forem realmente essenciais para o seu desenvolvimento. E, ainda assim, esse processo só pode ser realizado com orientação médica, jamais como decisão dos pais.
Intolerância alimentar
Há muita confusão em torno de alergia e intolerância. Enquanto a alergia envolve o sistema imunológico da criança, a segunda é a falta de uma enzima necessária para digerir determinados alimentos. O sintoma mais freqüente é a diarréia.
Diferente da alergia, quando a criança tem intolerância é possível que ela não tenha problemas ao consumir pequenas quantidades do que provoca a reação. Por isso, em alguns casos, não é preciso a exclusão completa daquele alimento de sua dieta.
Revista Crescer
Alergia Alimentar
Causará provavelmente surpresa saber que as verdadeiras alergias alimentares são responsáveis por menos de 50% dos casos de urticária, asma, diarreia e outros sintomas que habitualmente lhes são atribuídos. isto deve-se ao facto de mais de metade destes sintomas serem realmente causados por intolerância alimentar
A alergia alimentar e a intolerância alimentar são muitas vezes confundidas porque produzem frequentemente o mesmo tipo de sintomas. Biologicamente, contudo, o modo como produzem estes sintomas é, na verdade, muito diferente.
As alergias alimentares são designadas por reacções de hipersensibilidade",
Nas verdadeiras alergias alimentares, o sistema imune do organismo reage a determinados alimentos como se fossem potencialmente perigosos. Para se defenderem destes invasores, as células do sistema imune produzem moléculas chamadas "anticorpos". Infelizmente, esta reacção incita outras células especializadas, os mastócitos, a libertar uma substância chamada "histamina". É a histamina que provoca os sintomas alérgicos.
A circunstância de uma pessoa desenvolver ou não uma alergia alimentar depende de diversos factores, por exemplo, uma herança genética, a idade, os hábitos alimentares e, por vezes, as consequências de doenças infecciosas.
INTOLERÂNCIA ALIMENTAR
A intolerância alimentar depende de mecanismos que não envolvem anticorpos:
• Num caso, determinados componentes ou aditivos dos alimentos actuam directamente sobre os mastócitos, levando‑os a libertar histamina.
• Noutro caso, determinadas substâncias causadoras de sintomas, chamadas "mediadores" (tiramina, serotonina, dopamina, etc.), existem já nos alimentos quando estes são ingeridos.
Sintomas
Os sintomas de alergia alimentar e de intolerância alimentar são, muitas vezes, idênticos e, por isso, frequentemente confundidos.
Clinicamente, os mais importantes sintomas comuns a ambas as situações envolvem a pele, o tracto gastrintestinal (sistema digestivo) e o tracto respiratório. Adicionalmente, a intolerância alimentar causa, muitas vezes, cefaleias, dores nas articulações, fadiga e mal‑estar geral.
Tratamento
O meio mais eficaz de tratar uma alergia ou uma intolerância alimentares consiste em eliminar da dieta a substância responsável. Porém, isto é mais fácil de dizer do que de fazer.
Primeiro, é necessário identificar a substância. Muito do que hoje em dia comemos é de fabrico industrial; alguns alimentos são complexos e podem conter diversas substâncias causadoras de sintomas.
Em segundo lugar, é necessário excluir essas substâncias da dieta. No entanto, como são tão utilizadas nos alimentos de fabrico industrial modernos, o processo pode revelar‑se muito difícil sem o recurso a um especialista... e a força de vontade para seguir o seu conselho durante anos ou, talvez, a vida inteira.
Se novos hábitos alimentares se demonstram, só por si, insuficientes, a terapêutica farmacológica (medicamentos) pode ser a resposta. Esta terapêutica deve visar:
• Bloquear o efeito prejudicial da histamina;
• ou impedir os mastócitos de libertarem histamina e outros mediadores.
A terapêutica farmacológica ideal deverá atingir estes dois objectivos.
Muitos alimentos vulgares são responsáveis por uma verdadeira reacção alérgica ou por uma reacção de intolerância alimentar. Alguns alimentos podem, na verdade, provocar reacções alérgicas e reacções de intolerância alimentar ao mesmo tempo.
ALIMENTOS QUE PROVOCAM REACÇÕES ALÉRGICAS
os alimentos alergénicos mais comuns são: maças, nozes, tomates, leite, ovos, espinafres, uvas, bananas, amendoins, cacau, mariscos, moluscos, soja, peixe e galinha.
ALIMENTOS QUE PROVOCAM REACÇÕES DE INTOLERÂNCIA
• Os alimentos que actuam directamente nos mastócitos e provocam libertação de histamina são: chocolate, tomates, espinafres, morangos, ovos, peixe, mariscos, ananás e especiarias (canela).
• Os alimentos que contêm histamina e outros mediadores causadores de sintomas são: chocolate, tomates, espinafres, morangos, mariscos, ruibarbo, queijo, arenque, bananas, cavala, bacalhau, pimenta, nozes, vinho, couve fermentada e atum.
Além disso, muitos alimentos contêm corantes, aromatizantes, conservantes, etc., que podem também causar sintomas de intolerância alimentar. Os corantes são: E 102, E 107, E 110, E 122, E 123, E 124, E 128 e E 15 1. Os aromatizantes são: cinamato (canela), anetol (alcaçuz), baunilha, eugenol (cravinho) e mentol. Os conservantes são: E 2 10, E 219, E 200, E 203. Os antioxidantes são: E 311, E 3 20 e E 32 1. Os aromatizantes são: E 620, E 624, E 626, E 629, E 630 e E633
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