8.29.2009

O que fazem os grandes líderes?


O que fazem os grandes líderes?

por AméricaEconomia.com.br

São Paulo. Em um ambiente de sobrevivência, o profissional utiliza apenas uma quantidade limitada de energia e pensamento oportunista. Por esta razão, os líderes têm a responsabilidade de inspirar as pessoas frustradas e ajudá-las a ver as oportunidades decorrentes de qualquer crise.

Para mudar o constante pensamento negativo para a ideia de que estão prontos para uma recuperação, os líderes precisam fazer com que as pessoas pensem de forma positiva e inspirá-las para que alcancem um estado de energia.

Tudo isso parece ser fácil escrito no papel, mas quando a dura realidade consiste em demitir pessoas e cortar custos, alcançar um estado de “energia inspirada” representa um desafio para qualquer líder, particularmente para um que esteja rodeado de pessoas frustradas. Como pode, então, uma pessoa inspirar outras nesse ambiente?

Jogando para ganhar

Para avançar se requer de uma mudança no pensamento e isso significa tomar controle da própria fortaleza, decidindo “jogar para ganhar”. O primeiro passo é o líder compreender a dor que ele e seus empregados vão atravessar. Com esse estado de empatia, os líderes podem ajudar seus trabalhadores a olhar para os benefícios e oportunidades que geralmente estão ocultas em uma crise. Jogar para ganhar requer uma boa avaliação do risco, de um plano claro e, o mais importante, da habilidade para inspirar as pessoas por meio de conhecimento e novas ideias.

Os líderes que ajudam seus empregados a ver que “uma mudança traz benefícios” tornam o ambiente mais ativo. Isso significa “jogar para ganhar”. O oposto se foca no medo e em evitar a dor, o que é “jogar para não perder”.

O que faz um grande líder?

Qualquer líder que não tenha trabalhado com si mesmo terá dificuldades para se direcionar de forma apropriada. Os grandes líderes começam com si mesmos, entendendo suas bases seguras (pessoas, lugares, eventos, experiências, crenças, tudo o que esteja dentro deles). Só a partir deste ponto será possível focar nas metas externas e conseguir tirar o medo dos outros.

Os grandes líderes tornam-se bases seguras para as outras pessoas, alcançando um arraigado sentido de confiança em si mesmos. Eles não se sentem agoniados pelo temor, nem impotentes, já que isso só poderia ser destrutivo para eles e os demais. Não temem as discussões nem às pessoas que tentam frear suas ideias e também não tomam decisões baseadas nos aportes de outros, incluindo de seus adversários. Aceitar e ver o potencial dos indivíduos é inerente a eles. Os grandes líderes não ameaçam nem se comunicam focando-se no perigo. Eles entendem a importância de avaliar o risco e possuem a habilidade de calculá-lo. Além disso, têm duas características fundamentais:

1. Poder e a habilidade para usá-lo de forma positiva para eles e os outros. Parte disso implica seguir a filosofia utilizada por Lincoln, a de “equipes de rivais”, que significa atrair inimigos potenciais e que sejam seus aliados para reunir pessoas com diferentes ideias para mudar o status quo. Isso assegura a inovação e as novas ideias.

2. Influência

Os líderes alcançam uma autoridade formal, mas os bem-sucedidos são aqueles que usam uma autoridade informal (influência) para conseguir as coisas, em vez de exercer um poder hierárquico. Eles têm a capacidade de influenciar os outros por meio do diálogo, buscando uma realidade comum.

Recuperação do poder

Existem muitas histórias de equipes e indivíduos que têm feito grandes coisas nas piores crises. Uma crise, com a capacidade de criar dúvidas sobre o que é importante e o que um indivíduo ou organização deve fazer, pode às vezes ser o que provoca uma situação crítica, mas também pode ser a luz no caminho. Para manejar a crise e suas perguntas intrínsecas, os líderes devem ter a capacidade de recuperar seu poder e ajudar os outros a fazer o mesmo.

Tomar outra vez o poder levaria as organizações a voltar a seus valores ou essência para que tudo possa melhorar ou que comecem a inovar e avancem para outra direção, o que poderia atrair novos talentos no futuro. Também pode envolver o desenvolvimento da inteligência emocional como líder, ser melhor nos negócios, expandir o conhecimento em novos setores de negócios ou entrar em novas áreas profissionais. Em uma situação de redução de pessoal, recuperar o poder pode ajudar a contatar pessoas ou explorar possibilidades empresariais.

Os amigos de confiança têm um papel chave nessa transição. Qualquer pessoa que tenha sofrido uma perda, seja pessoal ou profissional, sabe que, apoiada por outros, pode resistir até as crises mais duras. Só se requer de habilidades técnicas e emocionais para fazê-lo, e a atual crise mundial não é a exceção.

* O professor George Kohlrieser é diretor do programa High Performance Leadership na escola suíça de negócios IMD. Também ensina nos seguintes programas: Advanced High Performance Leadership, Breakthrough Program for Senior Executives, International Seminar for Top Executives, Leading the Family Business, Orchestrating Winning Performance

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