1.09.2010

A HUMANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO HOSPITALAR


A Humanização possui objetivos como:
Estimular a melhoria das relações interpessoais com base nos princípios do acolhimento;
Sensibilizar a comunidade hospitalar (usuários e profissionais) quanto a importância e benefícios da humanização;
Incentivar a criação de planos direcionados à humanização;

Humanização na área da saúde é dar ênfase para criação de espaços de trabalho menos alienantes que valorizem a dignidade do trabalhador e usuário.

Enfermo, é o indivíduo cujo organismo não está funcionando apropriadamente, que sofre, que se desequilibra, que enfraquece na sua capacidade e desenvolvimento pessoal, que perde temporariamente, seu espaço na sociedade.
O dia-a-dia de um hospital traz cenas de grande solidariedade, mas também de profunda desvalorização do ser humano que, muitas vezes não passa de um número, de um caso de um órgão ou de uma parte anatômica. É o caso do “joelho”, do “olho” e de outras identificações, esquecendo que segundo Boltanski (1979), a doença do doente é do seu organismo total e não a “doença anatômica”, identificada pelo especialista.
Por vezes, o enfermo não é respeitado na sua privacidade; acamado tem sua intimidade invadida “Ao contrário do paciente do” consultório “que mantém seu direito de opção em aceitar ou não o tratamento ou desobedecer à prescrição”, o doente acamado perde tudo.

Sua vontade é aplasmada, seus desejos coibidos, sua intimidade invadida, seu trabalho proscrito, seu mundo de relações rompido. Ele deixa de ser sujeito, eis que tem suspensa sua individualidade, sente-se –um número a mais a ser contabilizado “- (Ribeiro,1993).

Grande parte das pessoas que tratam o enfermo, sequer lhe dá “um bom dia...” não olham o seu rosto e não percebem a dor “velada”, sob os quais os sedativos não agem.
Em geral, não sanam dúvidas, e muito menos se mostram solidários. Falta sensibilidade. Parece que tudo e todos são escravos de uma rotina que ninguém sabe quem a escreveu e por que escreveu. Parece que o paciente é que foi feito para o hospital e não o hospital para o paciente.
AS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE para atingir a satisfação de seu cliente, devem centrar – toda a atividade – para atender suas necessidades: físicas (tratamento) e emocionais (atendimento). Têm o dever de proporcionar-lhe BEM ESTAR, e,
nunca esquecendo que as mesmas, existem para seus doentes, e que estes pagam a conta, e mantêm a empresa de saúde. A filantropia também é sustentada.


A cultura organizacional institucionalizada em alguns hospitais e clínicas de saúde, não vê o paciente como ser humano livre e portador de sentimentos e emoções. Na maioria das vezes é o paciente que se mostra solidário com o pessoal que atende, e, evita até pedir-lhe o que necessita, para não “ sobrecarregá-lo” , tirando-os de sua “rotina”.
Os hospitais se preocupam mais em discutir sobre novas tecnologias, no orçamento financeiro, o fluxo de caixa, construção de novas instalações, otimização do uso dos leitos do que melhorar o atendimento ao paciente. Também parece que não é preocupação dominante a capacitação das pessoas para a correta realização de seu trabalho, julgando que, se somente se, agir tecnicamente correto é condição necessária e suficiente para garantir a satisfação do cliente.
A informatização, rotinas, controles em excesso, despersonalizaram a atividades no ambiente hospitalar; tornando as pessoas insensíveis e preocupadas, apenas em cumprir a carga horária, fazer o que está manualizado, afinal todos hospitais querem obter a certificação hospitalar, que é absolutamente louvável, desde que obedecidas às características de uma instituição de saúde que trata de pessoas doentes, e que os critérios de qualidade não podem ser idênticos à de uma indústria com um parque fabril. O humanismo deve ser o cerne do hospital, de onde nunca deveria ter saído - A humanização nos hospitais é de suma importância, pois os cuidados de saúde são atividades humanistas, independentes da tecnologia envolvida no diagnóstico e no tratamento.
Humanização não é conceito é ação solidária. É presença... É a mão estendida... É o silêncio que comunica... É a lágrima enxugada... É o sorriso que apóia... É a dúvida desfeita... É a confiança restabelecida... É a informação que esclarece... É o conforto, se houver a despedida.
O humanismo deve ser o cerne do hospital - A humanização nos hospitais é de suma importância, pois os cuidados de saúde são atividades humanistas, independentes da tecnologia envolvida no diagnóstico e na terapêutica prescrita.
O hospital não pode esquecer o paciente, que além de tudo se sente, inseguro e temeroso. Não é só o paciente que deve ser respeitado, compreendido e informado. São também os acompanhantes, familiares, que também vivem a dolorosa experiência da enfermidade.
A presença excessiva da tecnologia, na maioria das vezes faz com que alguns hospitais, tornem-se alienados em relação ao paciente e ao pessoal que atende. o hospital, esquece-se que os cuidados da saúde são atividades humanistas.
A função primordial do hospital é servir, ou seja, pôr-se a serviço de quem precisa com: competência técnica; relacionamento humano; e ambiente confortável e seguro.
Pacientes e profissionais da área de saúde precisam redescobrir-se como pessoas tanto no meio da alta tecnologia quanto na precariedade dos recursos disponíveis.
O hospital precisa estar centrado no paciente (cliente) se quiser ser um hospital humanizado. O que vale realmente, é a sua dimensão humana, seja, ver o paciente com suas doenças, emoções, sentimentos e fragilidades.

Dra. Ester Garia

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