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4.08.2010
DERMATITES
Dermatite seborreica
A dermatite seborreica é uma inflamação das camadas superficiais da pele que provoca escamas no couro cabeludo, na cara e, ocasionalmente, noutras zonas.
A dermatite seborreica afecta habitualmente vários membros da mesma família e o clima frio costuma piorá-la.
Sintomas
A dermatite seborreica costuma aparecer gradualmente, provocando uma escamação seca ou gordurosa no couro cabeludo (caspa), por vezes com comichão, mas sem perda de cabelo. Nos casos mais graves aparecem pápulas amareladas ou avermelhadas ao longo do risco do penteado, por trás das orelhas, no canal auditivo, sobre as sobrancelhas, na cana do nariz, à volta do nariz e no peito. Nos bebés com menos de um mês, a dermatite seborreica pode provocar uma lesão com crosta, amarela e espessa (gorro do lactente) e, por vezes, uma escamação amarela por trás das orelhas, além de pápulas vermelhas na face. Frequentemente, com a erupção do couro cabeludo aparece também outra, muito persistente, na zona da fralda. As crianças mais crescidas podem desenvolver na pele lesões espessas, persistentes e com grandes escamas.
Tratamento
Nos adultos, o couro cabeludo pode ser tratado com champôs que contenham zinco, sulfureto de selénio, ácido salicílico, sulfureto ou alcatrão. A pessoa usa em regra estes champôs diariamente até controlar a caspa e, depois, duas vezes por semana. Geralmente, o tratamento deve continuar durante vários meses. Se a dermatite reaparecer depois de se suspender o tratamento, pode começar-se de novo. As loções que contêm corticosteróides também se usam na cabeça e noutras áreas afectadas. Na cara só se deverão usar loções com corticosteróides não muito potentes, como a hidrocortisona a 1 %. Até os corticosteróides fracos devem ser utilizados com precaução porque o uso prolongado pode reduzir a espessura da pele e provocar outros problemas. Se a terapia com corticosteróides não eliminar as lesões, em alguns casos usa-se um creme com quetoconazol.
Nas crianças pequenas que apresentam uma crosta espessa no couro cabeludo, todas as noites se pode esfregar suavemente com ácido salicílico em óleo mineral sobre a lesão, utilizando uma escova de dentes macia. Além disso, há que lavar a erupção com champô todos os dias até a crosta desaparecer.
Nos lactentes, o couro cabeludo lava-se com um champô suave para bebés e, de seguida, aplica-se um creme com hidrocortisona.
Dermatite seborreica
Esta figura mostra algumas localizações da dermatite seborreica.
Dermatite atópica
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A dermatite atópica é uma inflamação crónica pruriginosa nas camadas superficiais da pele e costuma afectar indivíduos que têm febre dos fenos ou asma, ou então familiares com estas doenças.
Os afectados por dermatite atópica costumam apresentar muitas outras perturbações alérgicas. Não é evidente a sua relação com a dermatite: algumas pessoas podem ter uma tendência hereditária para produzir uma quantidade excessiva de anticorpos, como a imunoglobulina E, em resposta a estímulos diferentes. (Ver secção 16, capítulo 167)
Muitas doenças podem piorar a dermatite atópica, incluindo o stress emocional, as variações de temperatura e de humidade, as infecções bacterianas da pele e o contacto com peças de vestuário irritantes (especialmente a lã). Em algumas crianças pequenas, as alergias alimentares podem provocar dermatite atópica.
Sintomas
Em alguns casos a dermatite atópica surge nos primeiros meses de vida. Os bebés podem desenvolver lesões vermelhas, exsudativas e com crostas na cara, no couro cabeludo, na zona das fraldas, nas mãos, nos braços, nos pés ou nas pernas. Normalmente, a dermatite desaparece aos 3 ou 4 anos de idade, apesar de voltar a aparecer com frequência. Nas crianças mais crescidas e nos adultos, as lesões costumam apresentar-se (e reaparecer) numa determinada zona ou em qualquer outra região, especialmente na parte superior dos braços, na parte anterior dos cotovelos ou por trás dos joelhos.
Embora a cor, a intensidade e a localização das lesões possam variar, estas provocam sempre comichão. Esta leva a uma coceira incontrolável, que activa um ciclo de comichão-coçar-erupção-comichão que piora o problema. Coçar e esfregar a pele também a podem danificar, permitindo a proliferação de bactérias e provocando infecções.
Por razões desconhecidas, os indivíduos com dermatite atópica de curso prolongado, desenvolvem por vezes cataratas entre os 20 e os 30 anos de idade. Nos que sofrem de dermatite atópica, o herpes simples, que normalmente afecta uma pequena zona e é ligeiro, pode provocar uma doença grave com eczema e muita febre (eczema herpético).
Diagnóstico
Podem ser necessárias várias visitas até que o médico consiga fazer o diagnóstico. Não existe nenhuma análise para detectar a dermatite atópica. O médico faz o diagnóstico em função das características próprias das lesões e com frequência tem em conta a existência de possíveis alergias noutros membros da família. Apesar de a dermatite atópica poder parecer-se muito com a dermatite seborreica das crianças, os médicos têm de começar por diferenciá-las, pois as suas complicações e tratamento são diferentes.
Tratamento
Não existe cura, mas certas medidas médicas podem ser benéficas. Evitar o contacto com as substâncias que já se sabe que irritam a pele pode prevenir a erupção.
Os cremes ou unguentos com corticosteróides podem suavizar as lesões e controlar o prurido. No entanto, os cremes com corticosteróides potentes que se aplicam sobre grandes áreas, ou por tempo prolongado, podem causar graves problemas médicos, em especial nas crianças, porque estes medicamentos são absorvidos pela corrente sanguínea. Se um creme ou um unguento corticosteróide perder a eficácia, pode ser substituído por vaselina (do petróleo) durante uma semana ou mais para de seguida repetir o tratamento. Aplicar vaselina ou óleo vegetal sobre a pele pode ajudar a mantê-la macia e lubrificada. Quando se repete o tratamento com o corticosteróide após uma breve interrupção, é mais provável que surta efeito novamente.
Alguns indivíduos com dermatite atópica descobrem que o banho piora a erupção: a água, o sabão e também o facto de secar a pele, especialmente ao esfregá-la com uma toalha, pode causar irritação. Nestes casos, lavar-se com menos frequência, secar ligeiramente a pele com uma toalha e aplicar óleos ou lubrificantes inodoros como os cremes hidratantes ajuda muito.
Um anti-histamínico (difenidramina, hidroxizina) pode por vezes controlar o prurido, em parte porque actua como sedativo. Como estes fármacos podem causar sonolência, é melhor aplicá-los à noite.
Manter as unhas curtas pode ajudar a reduzir o dano causado à pele pela coceira e, além disso, diminui as probabilidades de infecção. Aprender a reconhecer os sinais de infecção cutânea provocada pela dermatite atópica (maior vermelhidão, inflamação, estrias vermelhas e febre) e procurar ajuda médica o mais cedo possível é muito importante. Estas infecções tratam-se com antibióticos orais.
Como os corticosteróides em comprimidos e em cápsulas podem provocar graves efeitos colaterais, os médicos só os usam como último recurso para os indivíduos de tratamento difícil. Estes fármacos orais podem travar o crescimento, enfraquecer os ossos, inibir a função das glândulas supra-renais e causar muitos outros problemas, especialmente nas crianças. Além disso, os seus efeitos benéficos são apenas temporários.
Por razões desconhecidas, o tratamento com luz ultravioleta associado a doses orais de psoralene, um fármaco que intensifica os efeitos da luz ultravioleta sobre a pele, pode ajudar os adultos. Este tratamento raramente é prescrito às crianças devido aos seus potenciais efeitos colaterais a longo prazo, co
Dermatite crónica das mãos e dos pés
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Dermatite de contacto
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A dermatite de contacto é uma inflamação causada pelo contacto com uma determinada substância. A erupção fica confinada a uma área específica e costuma ser bem delimitada.
As substâncias que provocam dermatites de contacto podem causar a inflamação da pele por um de dois mecanismos: irritação (dermatite irritativa) ou reacção alérgica (dermatite alérgica). Até os sabões suaves, os detergentes e certos metais podem irritar a pele depois de um contacto frequente. Por vezes, uma exposição repetida, inclusivamente à água, pode secar e irritar a pele. Os irritantes fortes, como os ácidos, os álcalis (como os tira-nódoas) e alguns solventes orgânicos (como a acetona, utilizada para remover o verniz das unhas) podem provocar alterações na pele em questão de minutos.
Numa reacção alérgica, a primeira exposição a uma determinada substância (ou, por vezes, as primeiras exposições) não provoca nenhum sintoma, mas a exposição seguinte pode provocar ardor e dermatite no espaço de 4 a 24 horas. As pessoas podem usar (ou ser expostas a) determinadas substâncias durante anos sem problemas e, de repente, desenvolver uma reacção alérgica. Mesmo os unguentos, os cremes e as loções usadas para tratar a dermatite podem provocar essa reacção. Cerca de 10 % das mulheres são alérgicas ao níquel, a causa mais frequente de dermatite provocada por jóias. Também é possível desenvolver dermatite a partir de qualquer material em que uma pessoa toque enquanto trabalha (dermatite ocupacional).
Uma dermatite que ocorre quando se toca em determinadas substâncias e em seguida se expõe a pele à luz solar denomina-se dermatite de contacto fotoalérgica ou fototóxica. Entre estas substâncias encontram-se os filtros solares, as loções para depois de barbear, certos perfumes, antibióticos, alcatrão (coltar) e óleos.
Sintomas
Os efeitos da dermatite de contacto variam entre uma vermelhidão, ligeira e passageira, e uma inflamação grave com formação de bolhas. A erupção consiste frequentemente em bolhas diminutas que provocam comichão intensa (vesículas). Ao princípio as lesões limitam-se à zona de contacto, mas posteriormente podem espalhar-se. A zona afectada pode ser muito reduzida (por exemplo, os lóbulos das orelhas, se os brincos provocarem dermatite) ou então pode abranger uma grande superfície do corpo (por exemplo, se a dermatite for provocada por uma loção para o corpo).
Dermatite de contacto
A dermatite de contacto pode ser causada por objectos de níquel ou de plástico.
Quando se suprime a substância que provoca a erupção, a vermelhidão costuma desaparecer em poucos dias. As bolhas podem exsudar e formar crostas, mas secam rapidamente. A escamação residual, a comichão e o espessamento temporário da pele podem durar dias ou semanas.
Diagnóstico
Nem sempre é fácil determinar a causa da dermatite de contacto porque as possibilidades são infinitas. Além disso, a maioria das pessoas não tem consciência de todas as substâncias que tocam na sua pele. A localização da erupção inicial é, frequentemente, um factor importante.
Se o médico suspeita de dermatite de contacto mas não descobre a causa através de um cuidadoso processo de eliminação, pode fazer a prova do adesivo. Para este teste, colocam-se sobre a pele durante dois dias pequenos emplastros adesivos com substâncias que costumam causar dermatite, para comprovar se se verifica erupção debaixo de algum deles.
Apesar de ser muito útil, esta prova do adesivo é complicada. O médico deve decidir que substância testar, que quantidade aplicar de cada substância e quando se deverão fazer os testes. Além disso, os resultados da prova podem ser difíceis de interpretar. Os testes podem ser falsamente positivos ou negativos. A maioria das pessoas pode descobrir a origem da sua dermatite sem esta prova do adesivo, eliminando sistematicamente as causas possíveis. De qualquer forma, trata-se de uma prova que pode contribuir com dados importantes para identificar a causa.
Tratamento
O tratamento consiste em eliminar ou evitar o que esteja a causar a dermatite de contacto. Para prevenir a infecção e evitar a irritação, a pessoa afectada deverá limpar a área regularmente com água e sabão suave. As bolhas não deverão ser rebentadas. As ligaduras secas também podem ajudar a evitar uma infecção.
Os cremes ou unguentos com corticosteróides costumam aliviar os sintomas da dermatite de contacto leve, a menos que a pessoa apresente muitas bolhas, como no caso da reacção à sumagre (poison ivy). Os comprimidos com corticosteróides (como a prednisona) por vezes administram-se em casos de dermatite de contacto. Embora em algumas situações os anti-histamínicos aliviem a comichão, não são particularmente benéficos na maioria dos casos de dermatite de contacto.
Causas frequentes de dermatite alérgica de contacto
Cosméticos: substâncias químicas depilatórias, verniz das unhas, acetona, desodorizantes, hidratantes, loções para depois do barbear, perfumes, filtros solares.
Compostos metálicos (em joalharia): níquel.
Plantas: diversas variedades de sumagre, ambrósia, prímula.
Fármacos contidos nos cremes para a pele: antibióticos (penicilina, sulfamidas, neomicina), anti-histamínicos (difenidramina, prometazina), anestésicos (benzocaína), anti-sépticos (timerosal), estabilizadores.
Compostos químicos utilizados no fabrico de peças de vestuário: tintas para o calçado, agentes impermeabilizadorers e antioxidantes em luvas, sapatos, roupa interior e outras peças de vestuário.
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A dermatite crónica das mãos e dos pés inclui um conjunto de perturbações em que as mãos e os pés se inflamam e se irritam com frequência.
A dermatite crónica das mãos dá-se em consequência de uma sucessão de trabalhos e de contactos com substâncias químicas. A dermatite crónica dos pés surge pelas condições de humidade e temperatura que as meias e os sapatos criam. A dermatite crónica pode fazer com que se sinta comichão ou dor na pele das mãos e dos pés.
A dermatite de contacto, um tipo de dermatite crónica das mãos, costuma dever-se a uma irritação causada por substâncias químicas (como os sabões) ou pelo uso de luvas de borracha.
O pomfolix, uma doença crónica que dá origem a bolhas que provocam comichão nas palmas das mãos e nos lados dos dedos, também pode aparecer nas plantas dos pés. As bolhas são escamosas, vermelhas e, além disso, exsudam. O pomfolix recebe por vezes o nome de disidrose, que significa «sudação anormal», mas a doença não tem nada a ver com o suor.
A infecção micótica é uma causa frequente de erupção nos pés, especialmente sob a forma de bolhas diminutas ou profundas erupções vermelhas. Em determinados casos, a pessoa que tem uma infecção micótica crónica nos pés desenvolve dermatite nas mãos devido a uma reacção alérgica ao fungo.
Tratamento
O tratamento da dermatite crónica depende da causa. Na maioria dos casos, o melhor tratamento consiste em eliminar a substância química que esteja a irritar a pele. Podem-se aplicar cremes com corticosteróides para tratar a inflamação. As infecções bacterianas que possam surgir nas úlceras abertas da pele tratam-se com antibióticos. Quando a causa dos sintomas é um fungo, usa-se um antimicótico.
Fonte: Merk
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