Um pesquisador da USP (Universidade de São Paulo) conseguiu, com uma técnica simples, fazer com que um portador de uma doença que leva à degeneração dos músculos recuperasse massa muscular.
O idoso estudado tem um problema raro chamado miosite por corpúsculo de inclusão (MCI), que faz com que os músculos percam volume e capacidade de produzir força.
Normalmente, essas pessoas não reagem bem aos exercícios intensos, que geram mais inflamação. Por isso, foram prescritos exercícios leves, mas com um detalhe: foi acoplado à perna do paciente um aparelho de medir pressão, obstruindo parcialmente o fluxo sanguíneo.
"Com essa oclusão, o exercício de baixa intensidade passa a ter o mesmo efeito que um exercício de altíssima intensidade. É uma estratégia para obter os mesmos ganhos com cargas menores", explica o doutor em educação física Bruno Gualano, autor do estudo.
O resultado foi significativo: houve aumento de força, de massa e de função muscular e melhoras na qualidade de vida. Segundo Gualano, não há remédios para a MCI. "É uma doença que não responde a praticamente nada."
Esse tipo de garroteamento é muito difundido no Japão entre praticantes saudáveis de musculação, que desejam obter uma melhor performance. "Agora estamos usando esse conhecimento para buscar benefícios clínicos em algumas doenças que levam à perda de massa muscular e que não suportam exercícios de alta intensidade", afirma Gualano.
Segundo ele, o método poderá ser testado, no futuro, em casos de perda de massa muscular por câncer ou HIV, por exemplo, ou mesmo para melhorar a perda que ocorre normalmente com a idade.
O próximo passo será testar o método em duas outras doenças reumatológicas -polimiosite e dermatomiosite. O trabalho foi publicado na revista "Medicine and Science in Sports and Exercise".
Folha
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