4.06.2010

Mulheres deixam de amamentar na volta ao trabalho



Governo recomenda que empresas criem salas para ordenha do leite

Mais da metade (53,6%) dos bebês com até 6 meses de idade ingerem exclusivamente leite materno quando suas mães estão em licença maternidade.
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Quando elas voltam ao trabalho, no entanto, apenas 26,8% continuam se alimentando somente com o leite, conforme recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Para incentivar a continuidade da amamentação, o Ministério da Saúde lança, dia 26, campanha para que empresas instalem salas de apoio ao aleitamento.

“As pesquisas mostram que as mulheres gostariam de continuar amamentando, mas não têm o apoio necessário. Por falta de opção, muitas retiram o leite da mama nos banheiros e jogam fora para diminuir o incômodo causado pelo excesso”, diz a coordenadora de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Elsa Giugliani.

A especialista lembra que entre as mães que estão na licença maternidade, 91,4% dão o peito para os filhos — o número inclui as que só dão o leite materno e também as que o alternam com outros alimentos. Este percentual cai para 65,9% entre aquelas que já retornaram ao trabalho. “Para manter a produção de leite, a mulher deve esvaziar a mama de três em três horas. Como não conseguem fazer isso nas empresas, a produção vai diminuindo e elas acabam parando de amamentar seus filhos”, explica.

Bebês que se alimentam exclusivamente de leite materno até os 6 meses adoecem menos porque recebem anticorpos através do alimento. “Até os 6 meses, a criança depende dos anticorpos que recebeu no útero, nas vacinas e no leite materno porque o organismo dele não é capaz de produzi-los. Ou seja, a criança amamentada adoece menos e isso faz com que sua mãe falte menos ao trabalho”, explica.

HIGIENE E PRIVACIDADE

De acordo com a regulamentação do ministério, publicada ontem no Diário Oficial, as salas deverão ter lavatório para assegurar a higiene. E também cadeiras de coleta de leite separadas por divisórias, com privacidade, além de freezer com termômetro para monitorar o resfriamento. As companhias podem disponibilizar frascos para a coleta do leite e recipientes térmicos para o transporte do alimento.

POR PÂMELA OLIVEIRA
O Dia

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