Felizes e entusiastas tem menos risco de sofrer do coração do que aqueles que são tristonhos e estressados. A descoberta - quase óbvia - é dos pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.
Num estudo que analisou a relação entre felicidade e doenças do coração, eles concluíram que se as pessoas fizessem mais aquilo que as deixa feliz, reduziriam significativamente o risco de sofrer infarto ou angina.
"Estamos muito felizes com a descoberta", afirmou Karina Davidson, diretora do Centro de Comportamento e Saúde Cardiovascular de Columbia. Segundo ela, vários fatores combinados produzem esse efeito. "Pessoas felizes tendem a dormir melhor e a apresentar comportamentos mais saudáveis. Além disso, tem menos estresse em suas vidas", disse.
A pesquisa, publicada no European Heart Journal em fevereiro, acompanhou 1739 pessoas, durante 10 anos.
O estresse envolvido em situações de contrariedade pode mesmo levar ao estreitamento das artérias. Além disso, ele ativa as plaquetas que são responsáveis pela coagulação do sangue.
A soma dos dois efeitos leva a uma condição propícia para o entupimento de uma artéria, o que causa o infarto e o acidente vascular cerebral. "A felicidade, associada a bons hábitos, libera hormônios que são protetores para o sistema cardiovascular", garante.
O especialista diz que pessoas de bem com a vida costumam cuidar mais da saúde e gerenciar os problemas sem sobrecarregar o organismo. Já os estressados têm mais chance de desenvolver a síndrome metabólica, que é uma reunião de disfunções - como pressão alta, excesso de gordura abdominal, níveis anormais de colesterol e elevada taxa de açúcar no sangue - fatores que aumentam o risco de diabetes, cardiopatias e infarto.
Otávio ensina ainda que o estresse ativa o sistema nervoso simpático e ele libera adrenalina e noradrenalina, que aceleram o coração e aumentam as chances de arritmias e espasmos nas artérias do coração. "O estresse libera também o hormônio cortisol que, além de alterar o bom funcionamento dos vasos, altera o metabolismo de gorduras e açúcares".
A depressão - mal que acomete duas vezes mais mulheres do que homens - também leva a alterações no sono e à irritabilidade. "Juntas, elas acendem o estopim do sistema nervoso simpático, aumentando a pressão e acelerando os batimentos cardíacos".
Além disso, a depressão se associa aos maus hábitos como o sedentarismo, alimentação em excesso e o tabagismo. "Ela ativa o sistema inflamatório que acelera o processo de aterosclerose (depósito de gordura nas artérias)".
Para se ajudar, não basta apenas querer ficar feliz. É preciso juntar uma série de fatores. "O que se sabe é que algumas atividades, como a meditação e o relaxamento, liberam na circulação substâncias protetoras e diminuem os hormônios ligados ao stress, como o cortisol e a adrenalina".
Fora isso, Otávio lista outras atitudes que podem trazer mais alegria aos dias - e deixar longe os pesadelos do coração.
Reconheça suas limitações: Procure não se preocupar excessivamente com aquilo que não está em suas mãos.
Compartilhe suas preocupações: Converse com alguém capaz de lhe ouvir e dar palpites, ajuda bastante.
Pratique atividade física: Os exercícios fazem o cérebro liberar substâncias que auxiliam no relaxamento.
Sorria mais: A prática induz o cérebro a produzir neurotransmissores ligados ao bem-estar.
Procure meditar: Fique só, em silêncio, na penumbra, pensando apenas em coisas boas. Os pensamentos influenciam a química cerebral.
Descanse: Insônia e tensão só geram mais e mais estresse.
Divirta-se: O lazer é uma medida preventiva inigualável quando se fala em saúde cardiovascular.
Seja mais sociável: Interagir com amigos, familiares ou colegas de trabalho ajuda a espantar a tristeza e a depressão, que são notórias inimigas do coração.
Organize as atividades: Fazer tudo ao mesmo tempo provoca um nervosismo tremendo. Faça uma coisa de cada vez, dando prioridade às tarefas que são de fato mais urgentes.
Respire corretamente: Sente-se confortavelmente. Feche os olhos e inspire, contando até seis. Prenda o ar por mais seis segundos e expire, bem devagar.
Durma bem: Para um bom sono, feche os olhos e os movimente para cima. Faça uma contagem regressiva de 30 a zero. Repita o procedimento quantas vezes precisar.
Fonte: Otávio Gebara
Receitas para o bem-estar
Pesquisa do IBGE e do Ministério da Saúde mostra que 80% dos habitantes do Sudeste se acham saudáveis. Para realmente ter saúde, especialistas dizem ser indispensável boa alimentação e exercício físico.
Rio - A população do Rio de Janeiro acha que vai bem, obrigada. Pelo menos foi o que revelou pesquisa sobre a saúde do brasileiro, feita pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde, divulgada dia 31. Segundo o estudo, 80,1% dos habitantes da região Sudeste consideram sua saúde “boa” ou “muito boa”.
Mas o que fazer para realmente ficar saudável? De acordo com especialistas, a receita infalível é aliar atividade física à boa alimentação.
O cardiologista e clínico Marcos Benchimol recomenda, em primeiro lugar, que se tenha uma vida ativa fisicamente em qualquer idade. “Isto não significa, necessariamente, atividades físicas programadas, em academias, mas fazer as tarefas de casa, subir escadas ou preferir caminhar a tomar condução para pequenos trajetos”.
Os efeitos serão ainda mais benéficos se a atividade física gerar bem-estar psicológico, o que certamente irá ocorrer se for praticada uma modalidade que se goste e em companhia de outras pessoas.
“A atividade prazerosa e divertida libera substâncias que dão sensação de bem-estar, como a serotonina”, garante a psicóloga Maria Valésia Vilela.
“Para se sentir saudável, o mais importante é estar de bem com a vida, levá-la com humor e se divertir”.
O ocio, de uma forma geral, é algo a ser evitado, pois é paralisante e pode levar à depressão.
“Atividade física e boa alimentação nos fazem sentir saudáveis, mas para estar bem completamente é preciso ter o lado emocional tranquilo”.
Percentualmente em relação aos homens, menos mulheres se declararam com a saúde boa ou muito boa (79,5% contra 75,2%).
Elas, segundo o ginecologista do Instituto Fernandes Figueira Cláudio Crispi, devem ter uma dieta rica em fibras, cálcio e derivados de soja. Este último, explica, “tem efeito estrogênico e age como uma reposição natural do hormônio perdido com a menopausa”.
Doenças crônicas castigam os brasileiros, diz estudo
Os dados da pesquisa do IBGE e do Ministério da Saúde mostram que a Região Sudeste tem um dos maiores percentuais de pessoas com pelo menos uma doença crônica (34,2%).
Pressão alta, dor nas costas, reumatismo, asma e depressão estão entre os males mais citados pelas pessoas entrevistadas.
Em todo o Brasil, dos 59,5 milhões que relataram ter alguma doença crônica, 36 milhões sofrem com três delas. “O aumento da longevidade traz mais problemas de saúde”, disse Eduardo Pereira Nunes, presidente do IBGE.
O índice de pessoas que dizem sofrer de doenças crônicas chega a 79,1% entre os maiores de 65 anos.
O Dia
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