Células cancerígenas são identificadas por microchip.
Pesquisadores inventam microchip que fotografa células do câncer no sangue
Tecnologia pode ajudar a evitar volta da doença após retirada de tumores.
Testes foram feitos 55 pacientes com câncer de próstata.
Um microchip que captura e armazena imagens de células raras do câncer em circulação na corrente sanguínea pode oferecer uma forma de monitorar pacientes após cirurgias e no futuro talvez venha a orientar os tratamentos, disseram pesquisadores dos EUA.
As células tumorais circulantes (CTCs) se separam do tumor como sementes e podem se transformar em novos cânceres. A presença de CTCs no sangue pode indicar aos médicos que um câncer tende a se espalhar pelo corpo, segundo artigo publicado na revista "Science Translational Medicine".
As CTCs também podem ajudar os médicos a avaliarem rapidamente se um paciente está respondendo bem à quimioterapia ou outros tratamentos, segundo o artigo.
"Estamos muito interessados nessas células, porque acreditamos que sejam elas que vão nos dar mais informações sobre a biologia do câncer, e também pistas sobre como o câncer desenvolve metástases", disse por telefone Shannon Stott, principal autora do estudo, do Hospital Geral de Massachusetts e da Escola Médica de Harvard, em Boston.
Com a ajuda de uma substância que funciona como uma "cola" biológica, o microchip captura apenas as células que os pesquisadores querem examinar, disse Stott. No caso, foi o antígeno específico da próstata, que sinaliza a presença de câncer de próstata. O dispositivo é acoplado a um microscópio que faz pelo menos 6.000 imagens das células, explicou Stott.
"Não há pré-processamento. Você simplesmente tira o sangue e o coloca no dispositivo", afirmou ela.
Dispositivo é acoplado a um microscópio que faz pelo menos 6.000 imagens das células
A esperança é de que a técnica permita que os médicos saibam mais sobre os tumores sem terem de cortar os pacientes, acrescentou a cientista. "Você pode simplesmente fazer esse exame de sangue, então é como uma biopsia sanguínea para entender as propriedades biológicas do tumor".
No estudo, Stott e seus colegas recolheram e, pela primeira vez, contaram as CTCs de 55 pacientes com câncer. A equipe monitorou as células antes e depois de cirurgias.
"Pode-se ver não só o número absoluto de CTCs, mas também se elas têm ou não essa capacidade de se proliferar e se dividir", afirmou.
A equipe concluiu que, em alguns pacientes, as CTCs desapareciam rapidamente depois da cirurgia, enquanto em outros elas persistiam durante meses.
Os pesquisadores ainda não sabem se a persistência ou desaparição das células tem ligação com a recorrência do câncer, disse Stott, salientando que ainda se trata de um estudo-piloto que será ampliado.
G1.com
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