6.21.2015

Ministro do Trabalho aposta na qualificação para manutenção do emprego


21/06/2015 

Ao divulgar os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, destacou a importância da qualificação profissional oferecida pelo Sistema Fiems, por meio do Sesi, Senai e IEL, para a manutenção do emprego e alavancar a geração de novos postos de trabalho. “O desafio não é só manter os empregos, mas também como melhorá-los. Por isso, temos de investir agora, como prioridade, na qualificação profissional, na melhoria da qualidade do emprego”, declarou em entrevista coletiva realizada na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, em Campo Grande (MS). 

Manoel Dias criticou ainda a campanha exagerada de pessimismo com relação ao momento em que o País está passando. “Precisamos ressaltar o que estamos realizando de bom, investindo muito na qualificação para criar competitividade”, afirmou, citando que, nos últimos meses, o setor da indústria é um dos que mais vem demitindo e por isso precisa urgentemente de políticas que busquem sua modernização e inovação para poder competir. 

Nesse sentido, ele anunciou que, na próxima semana, será instaurado um comitê interministerial, composto pelo MTE, MDIC e Ministério da Fazenda, para iniciar um processo de discussão da modernização do parque industrial brasileiro. “Vamos discutir a desburocratização dos entraves e a modernização, além da NR 12, que é uma das reclamações recorrentes do setor industrial”, apontou. 

Caged - Pelos dados do Caged, o País voltou a perder vagas de empregos formais no mês de maio e teve uma redução de 115.599 postos de trabalho. Esse é o pior resultado para meses de maio desde o início da série histórica do indicador, em 1992. No acumulado do ano, a queda registrada no emprego atingiu o montante de 243.948 postos de trabalho, ou seja,0,59% e, nos últimos 12 meses, ocorreu a redução de 452.835 empregos. 

Os setores que registraram as maiores perdas foram da indústria da transformação, com baixa de 60.989 postos, o setor de serviços com queda de 32.602 empregos e o setor da construção civil com menos 29.795 postos. O desempenho do setor da indústria da transformação originou-se da queda de todos os ramos com destaque para a indústria de produtos alimentícios (-8.604 postos), indústria mecânica (-8.373 postos), indústria metalúrgica (-7.861 postos) e indústria de material de transporte (-7.715 postos). 

Apesar da crise, Mato Grosso do Sul foi um dos Estados que apresentou desempenho positivo em relação ao comportamento do emprego, seguido por Goiás, Acre e Piauí. Em contrapartida, os Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais foram os principais responsáveis pela perda do emprego no mês de maio. 

Setor industrial de MS - O emprego formal na indústria sul-mato-grossense encerrou mais um mês com redução liquida de postos de trabalho. Em maio, o conjunto das atividades industriais (indústria de transformação, indústria da construção, indústria extrativa e SIUP) apresentou saldo negativo de 453 vagas. No acumulado do ano, o total de vagas encerradas nas atividades industriais do Estado sobe para 1.012. Por fim, nos últimos 12 meses, o resultado é de 9.998 postos de trabalho fechados. 

Com o resultado o conjunto das atividades industriais em Mato Grosso do Sul encerrou maio de 2015 com um contingente de 132.603 trabalhadores formalmente empregados, queda de 0,31% em relação a abril. Os segmentos industriais com pior desempenho em 2015 são indústria da construção (-1.194), indústria metalúrgica (-191), indústria de produtos alimentícios e bebidas (-186) e indústria do vestuário e têxtil (-145). 

“O resultado do Caged, infelizmente, só confirma o cenário de ajuste recessivo pelo qual a economia brasileira passa em 2015. Outros levantamentos como a Sondagem Industrial e Índice de Confiança do Empresário da Indústria já adiantam há algum tempo a fragilidade e a falta confiança existentes no ambiente econômico nacional e estadual”, analisou Ezequiel Resende Martins, coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems. 

Ainda de acordo com Ezequiel Resende, o nível de atividade não deve apresentar uma melhora de desempenho no curto prazo em Mato Grosso do Sul. “Especialmente no atual cenário, marcado pelo crescente desemprego, queda da renda do trabalhador, maiores restrições em relação ao crédito e, para finalizar, inflação em alta mesmo com a atividade em queda”, afirmou.

IG 

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