6.22.2015

" Uma afronta aos princípios mais básicos do Estado de Direito".

Odebrecht nega cartel e diz que prisões de executivos foram ilegais

Construtora publicou comunicado em jornais de grande circulação do país.
Na 6ª, 14ª fase da Lava Jato prendeu presidente e executivos da empresa.

Do G1, em Brasília
A construtora Odebrecht publicou um comunicado em jornais de grande circulação no país nesta segunda-feira (22) em que nega que a empresa tenha participado de cartel, como denuncia a Polícia Federal, e diz que a prisão de executivos na última sexta (19) foi ilegal.
Na 14ª fase da operação Lava Jato, da PF, deflagrada no fim da semana passada, foram presos o presidente, Marcelo Odebrecht, e executivos da empresa.  Também foram presos o presidente e executivos da construtoraAndrade Gutierrez.
Segundo as investigações, as duas empreiteiras agiam de forma mais sofisticada no esquema de corrupção e fraudes de licitações da Petrobras. Esse diferencial, de acordo com o Carlos Fernando dos Santos Lima, procurador do MPF, estava no pagamento de propina a diretores da estatal via contas bancárias no exterior.
No comunicado, a Odebrecht afirma que “aPolícia Federal não apresentou, como alegado na decisão judicial, qualquer fato novo que justificasse as medidas de força cumpridas, totalmente desnecessárias e, por isso mesmo, ilegais”.
A construtora diz ainda que a justificativa da polícia de efetuar as prisões para evitar que os executivos reiterassem nos supostos crimes "é uma afronta aos princípios mais básicos do Estado de Direito".
A Odebrecht alega que a Controladoria Geral da União, a Advocacia Geral da União e o Ministério da Justiça já afirmaram publicamente que empresas só podem sofrer restrições para contratar com a Administração Pública depois de julgadas e condenadas o que, no caso da empreiteira, ainda não ocorreu. 
A construtora ainda negou que tenha praticado cartel no esquema investigado pela Lava Jato.
"Não há cartel num processo de contratação inteiramente controlado pelo contratante, como ocorre com a Petrobras, onde a mesma sempre definiu seus próprios orçamentos e critérios de avaliação técnico-financeiro e de performance".
A Odebrecht também comentou a acusação de pagar propina à empresa off-shore Canyon View Assets, controlada pelo ex-executivo da Petrobras Pedro Barusco, também investigado pela Lava Jato. De acordo com a empreiteira, não foi propina, como dizem as investigações, mas sim um investimento realizado por Barusco.
"Trata-se de um investimento realizado por um dos réus da Lava Jato em títulos privados 9bonds) emitidos por uma empresa da Organização Odebrecht e livremente negociados no mercado internacional".
A Odebrecht conclui o comunicado se dizendo "profundamente perpelxa e indiganda" com as prisões, mas que não se "deixará abater".

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