3.17.2016

Aécio Neves, a casa caiu pra você

Foto: George Gianni/ PSDB: <p>26/11/2015 - Brasília - DF - O senador Aécio Neves, durante reunião da Executiva Nacional do PSDB. Foto: George Gianni/ PSDB</p>
A história da humanidade é repleta de episódios onde dois pesos e duas medidas são usados para julgar seus atores.
Muitas vezes contada pelos vencedores, a versão oficial nem sempre é a verdadeira. No Brasil dos últimos anos o que vemos é uma Justiça com dois pesos e duas medidas.
Não permitiremos que desta vez nossa história seja mal contada, pela direita, ou parte dela. Esta é a hora da verdade, doa a quem doer.
A realidade dos fatos é que a Polícia Federal e setores do Judiciário tem, sim, sua ala tucana e conservadora que trabalha de acordo com suas convicções políticas: a defesa das elites deste país.
Em relação a Aécio Neves não existe imparcialidade. Isso fica cada dia mais claro. A PF sempre blindou o senador e sua família. Por mais que ele ou seus adeptos tentem negar, agora ficou impossível.
Tudo se encaixa como uma luva quando confrontamos a matéria publicada pela revista Época - que disseca o DNA corrupto de Aécio e sua família – com a delação premiada do senador Delcídio do Amaral, homologada esta semana pelo STF.
Por que a PF nunca prendeu Aécio Neves se desde 2007, a Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros - unidade da PF encarregada de investigar esquemas de lavagem de dinheiro –  encontrou farta documentação na casa do casal Norbert Muller e sua mulher, Christine Puschmann, no Rio de Janeiro, comprovando que Aécio sua mãe e sua irmã eram, ele beneficiário e elas proprietárias, de uma Fundação e contas num dos mais seletos e fechados paraísos fiscais europeus?
Segundo Época, que afirma ter acesso aos papeis apreendidos pela PF sobre Aécio Neves, existem provas de que o casal vendia aos seus clientes serviços de criação e manutenção, no mais absoluto sigilo, de contas bancárias no LGT Bank, de Liechtenstein, um minúsculo principado situado entre a Suiça e a Aústria.
No apartamento foi encontrada uma minuciosa contabilidade listando 75 clientes, como nomes, endereços, e passaportes, com contas no LGT   Bank de Liechtenstein e no UBS Bank, na Suiça.
Dentre os documentos havia uma pasta-arquivo amarela, identificada pela PF nos autos de busca e apreensão pelo número 41. Nela, o doleiro Muller escrevera a identificação “Bogart e Taylor”. Era o nome escolhido por Inês Maria Neves Faria, mãe e sócia de Aécio Neves, então presidente da Câmara dos Deputados, para batizar a fundação que, a partir de maio de 2001, administraria o dinheiro da conta secreta 0027.277 no LGT.
Alguma semelhança com o caso de Eduardo Cunha e sua família, - até hoje ocupando tranquilamente o cargo de presidente da Câmara  Federal brasileira ? Apesar de todas as provas já enviadas pelo governo suíço contra ele, Cunha continua ditando regras e a pauta de votações no Congresso Nacional.
Na delação, Delcídio diz respeito a uma fundação no exterior. Ele conta ter ouvido de Janene que Aécio era "beneficiário de uma fundação sediada em um paraíso fiscal, da qual ele seria dono ou controlador de fato". A instituição estaria no nome da mãe do tucano ou do próprio Aécio Neves e a operação financeira teria sido estruturada por um doleiro do Rio de Janeiro.
O que é necessário mais para que a PF e o MP reabram o caso ? Anos atrás, o MP chegou a arquivar o caso, sem apurá-lo.  Porque? Imaginem se Lula e sua mãe fossem acusados de ter contas em paraísos fiscais. Isso ficaria impune ? Jamais.
Na delação ao STF, Delcídio afirma que Dimas Toledo, ex-presidente de Furnas, operacionalizava pagamentos e “um dos beneficiários dos valores ilícitos sem dúvida foi Aécio Neves”.
A afirmação  de que Aécio Neves recebia a maior parte das propinas detalhadas na Lista de Furnas - documento de autenticidade reconhecida pela PF, já foi feita também pelo doleiro Alberto Youssef, que confirmou ainda que Dimas Toledo foi indicação de Aécio para a presidência de Furnas, no governo FHC.
No entanto, nenhum inquérito foi aberto para apurar o caso. Por que não ?
Outra acusação foi feita contra Aécio Neves, por Delcídio :ele acusou Aécio de atrasar envio de dados do Banco Rural para a CPI dos Correios, que investigava o 'mensalão', a fim de realizar uma "maquiagem" nas informações.
"A maquiagem consistiria em apagar dados bancários comprometedores que envolviam Aécio Neves, Clésio Andrade, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Marcos Valério e companhia", disse Delcídio.
Em cínica declaração à imprensa sobre a matéria de Época Aécio diz: “defendo que tudo seja apurado e investigado em profundidade “.
A verdade é que se a Justiça brasileira fosse imparcial isso já deveria ter acontecido há muito tempo. De 2007 até hoje 10 anos se passaram e nenhuma investigação com vista à condenação foi feita. Indícios e provas não faltaram. O que aconteceu então ?
Em meu nome como cidadão e em nome de todos os companheiros petistas que acreditam na Justiça como bem maior para todos sugiro à PF, ao MP e ao Judiciário de uma maneira geral que reabram na maior brevidade possível, ou agilizem processos em andamento que tratem destas e outras denúncias – já amplamente divulgadas – contra o senador Aécio Neves.
A democracia agradece.

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