3.15.2016

100 MILHÕES DE DÓLARES EM PROPINA NO GOVERNO FHC: "ISTO NÃO VEM AO CASO"

Cerveró cita propina de US$ 100 milhões ‘ao Governo FHC’ na venda da Pérez Companc

Ex-diretor da Petrobras diz que cada diretor da petrolífera argentina recebeu US$ 1 milhão como prêmio pela venda e operador do ex-presidente Carlos Menem, US$ 6 milhões
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O ex-diretor da área Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou que a venda da empresa petrolífera Pérez Companc envolveu uma propina ao Governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) de US$ 100 milhões. As informações constam de documento apreendido no gabinete do senador Delcídio Amaral (PT/MS), ex-líder do governo no Senado.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirma que declarações ‘vagas como essa, que se referem genericamente a um período no qual eu era presidente e a um ex-presidente da Petrobras já falecido (Francisco Gros). 
Nestor Cerveró está preso desde o início de janeiro. Foto: André Dusek/Estadão
Nestor Cerveró está preso desde o início de janeiro de 2015.
O papel apreendido é parte do resumo das informações que Cerveró prestou à Procuradoria-Geral da República antes de fechar seu acordo de delação premiada. O documento foi apreendido no dia 25 de novembro, quando Delcídio foi preso sob acusação de tramar contra a Operação Lava Jato. O senador, que continua detido em Brasília, temia a delação de Cerveró.
Neste documento, o ex-diretor não explica para quem teria ido a suposta propina ou quem teria feito o pagamento. Cerveró citou o nome ‘Oscar Vicente’, que seria ligado ao ex-presidente argentino Carlos Menem (1989-1999).
“A venda da Pérez Companc envolveu uma propina ao Governo FHC de US$ 100 milhões, conforme informações dos diretores da Pérez Companc e de Oscar Vicente, principal operador de Menem e, durante os primeiros anos de nossa gestão, permaneceu como diretor da Petrobrás na Argentina”, relatou Cerveró.
Em outubro de 2002, a Petrobras comprou 58,62% das ações da Pérez Companc e 47,1% da Fundação Pérez Companc. Na época, a Pecom, como é conhecida, era a maior empresa petrolífera independente da América Latina. A Petrobras, então sob o comando do presidente Francisco Gros, pagou US$ 1,027 bilhão pela Pérez Companc.
No documento, o ex-diretor citou valores que teriam feito parte da negociação. “Cada diretor da Pérez Companc recebeu US$ 1 milhão como prêmio pela venda da empresa e Oscar Vicente, US$ 6 milhões. Nós juntamos a Pérez Companc com a Petrobras Argentina e criamos a PESA (Petrobrás Energia S/A) na Argentina.”
FHC. Foto: Fábio Motta/Estadão
FHC:PROPINA DE 100 MILHÕES DE DÓLARES  "ISTO NÃO VEM AO CASO" 
Nestor Cerveró já foi condenado na Lava Jato. Em uma das ações, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da operação na primeira instância, impôs 12 anos e 3 meses de prisão para ex-diretor da Petrobras. Em sua primeira condenação, Nestor Cerveró foi condenado a 5 anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro na compra de um apartamento de luxo em Ipanema, no Rio.

Um comentário:

Anônimo disse...

Imagina se esta propina tivesse acontecido no governo Lula. O nosso zeloso juiz de Curitiba já estaria enviando a Policia Federal fazendo diligências para investigar a venda da empresa Argentina Pérez Companc e enviado a denúncia ao MP, Procuradoria Geral e STF.