Consumo limitado de sal e gorduras saturadas e exercícios físicos ajudam a reduzir riscos de doença silenciosa, que causa AVC e infarto
Rio
- Há quatro anos, o advogado Evaldo de Andrade Costa, de 67 anos,
passou mal e desmaiou em uma boate na Barra da Tijuca. Levantou-se e
caminhou até a porta, onde, mais uma vez, ficou tonto e teve de ser
levado embora. Resistente a ir ao hospital, pediu para levarem-no até
sua casa. Mas, ao chegar no condomínio, ele mesmo constatou que buscar
atendimento médico era o melhor a ser feito. Lá, ele descobriu que havia
sofrido um pequeno Acidente Vascular Cerebral (AVC), provocado por uma
“doença silenciosa” que afeta mais de 30 milhões de brasileiros: a
hipertensão arterial.
Amodeo explica que 76% do sal que consumimos vêm de produtos industrializados ou processados, que utilizam uma quantidade enorme da substância a fim de preservar o alimento. “A média do nosso consumo de sal é de 12 ou 15 gramas por dia, quando o recomendado são cinco”, critica o cardiologista. Para se ter uma ideia, um pãozinho francês tem em média um grama.
A nutricionista Isabela Pimentel Mota, da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, também destaca o controle da alimentação como algo essencial. Além dos produtos ricos em sal, ela rechaça o excesso de alimentos ricos em gordura saturada, aos quais os vasos sanguíneos respondem muito mal.
Outra dica para os hipertensos é a prática regular de atividade física. Recuperado do AVC, Evaldo segue as normas de sua médica, Márcia Umbelino, e faz exercícios ao menos duas vezes por semana, seja musculação ou caminhada. Márcia também aponta a importância de um bom medicamento para conter a doença, caso as medidas naturais não sejam suficientes. Costa, por exemplo, diz que se sente muito bem com o remédio que toma.
Com quatro filhos e uma neta de 3 anos, ele comenta que tudo em sua vida foi feito com o pensamento neles. “Sempre foi por causa dos meus filhos, agora é por causa da minha netinha.” Durante a vida, o advogado fumou bastante cigarro e ingeriu bebida alcóolica, algo refutado pelos especialistas. Hoje, ele segue as indicações da médica, mas, apesar de ter largado o cigarro, nem todos os hábitos foram deixados para trás. “O que não evito é o álcool. Gosto muito de tomar meu uísque no fim de semana”, confessa.
Obesidade é um dos principais fatores para desenvolver doença
O AVC que matou o ator Umberto Magnani, de 75 anos, durante uma gravação de ‘Velho Chico’, da TV Globo, na última semana, não é o único risco que a hipertensão arterial pode causar, mas certamente é um dos mais graves, ao lado do infarto. Um dos fatores fundamentais para o desenvolvimento de hipertensão é a obesidadel.
“É claro que há outros fatores, como hereditariedade, envelhecimento, sedentarismo, consumo excessivo de sal na alimentação, estresse e tabagismo, mas o peso tem papel decisivo no controle desta patologia”, destaca o cardiologista Ivan Cordovil, coordenador do serviço de Hipertensão do Instituto Nacional de Cardiologia.
Para prevenir, Ricardo Mourilhe, presidente da Sociedade de Cardiologia (Socerj), recomenda atividade física por, no mínimo, 150 minutos por semana, dieta saudável e balanceada com menor quantidade de sódio, parar de fumar e evitar o consumo de álcool. Ele explica que a pressão é considerada alta quando está acima de 140 (máxima) por 90 (mínima). “A de 120 por 80 (ou 12x8) é considerada ideal”.
Alimentos recomendados
Beterraba e alho: Vários estudos têm mostrado que o consumo diário de suco de beterraba rico em nitratos contribui para a pressão arterial. O extrato de alho também tem sido investigado pelo seu poder hipotensor.
Peixes fonte de ômega 3: Esta gordura encontrada na sardinha, salmão e atum aumenta a síntese de substâncias vasodilatadoras e têm ação similar a alguns medicamentos anti-hipertensivos.
Laticínios magros: Cada porção de iogurte adicionada à dieta foi associada com redução de 6% do risco de hipertensão arterial.
Morangos e romã: O consumo de morango tem apresentado relação inversa com a incidência de hipertensão. Estudos mostram que o suco de romã é rico em antioxidantes, com efeito hipotensor.
Frutas secas: Damasco, uva passa, ameixa preta são frutas com elevado teor de potássio, que atua de modo positivo no controle da hipertensão. Castanha do Pará, pistache, amendoim, macadâmia, nozes e amêndoas também são aliadas.
Azeite de oliva: A inclusão de 30 ml de azeite de oliva extra virgem à dieta tem sido associada a maior produção de endotelina e óxido nítrico, ambos importantes reguladores da pressão arterial.
Cacau: O consumo do chocolate com quantidade mínima de 70% de cacau mostrou ter efeito hipotensor. A quantidade mínima de consumo diário necessário para a redução da pressão arterial é de de 40 gramas de chocolate amargo.
Tente evitar
Excesso de sal (o recomendado é consumir cerca de 5 gramas por dia), gorduras saturadas, cigarro, bebidas alcoólicas e obesidade
A doença é chamada de “silenciosa” por não
apresentar sintomas. Contudo, pode acarretar problemas gravíssimos, como
o AVC e o infarto do miocárdio. No Brasil,
cerca de 22,3% da população adulta são de hipertensos, ou seja, têm a
pressão alta. E o número aumenta quando a idade dos avaliados também
sobe: entre os idosos com 75 anos ou mais, 46% vivem com o problema,
que, apesar de não ter cura, tem controle.
Segundo o
cardiologista do Hospital do Coração (HCor) Celso Amodeo, o hipertenso
precisa modificar o estilo de vida — a começar pela alimentação, a qual
deve ter a quantidade de sal bem reduzida. Amodeo explica que 76% do sal que consumimos vêm de produtos industrializados ou processados, que utilizam uma quantidade enorme da substância a fim de preservar o alimento. “A média do nosso consumo de sal é de 12 ou 15 gramas por dia, quando o recomendado são cinco”, critica o cardiologista. Para se ter uma ideia, um pãozinho francês tem em média um grama.
A nutricionista Isabela Pimentel Mota, da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, também destaca o controle da alimentação como algo essencial. Além dos produtos ricos em sal, ela rechaça o excesso de alimentos ricos em gordura saturada, aos quais os vasos sanguíneos respondem muito mal.
Outra dica para os hipertensos é a prática regular de atividade física. Recuperado do AVC, Evaldo segue as normas de sua médica, Márcia Umbelino, e faz exercícios ao menos duas vezes por semana, seja musculação ou caminhada. Márcia também aponta a importância de um bom medicamento para conter a doença, caso as medidas naturais não sejam suficientes. Costa, por exemplo, diz que se sente muito bem com o remédio que toma.
Com quatro filhos e uma neta de 3 anos, ele comenta que tudo em sua vida foi feito com o pensamento neles. “Sempre foi por causa dos meus filhos, agora é por causa da minha netinha.” Durante a vida, o advogado fumou bastante cigarro e ingeriu bebida alcóolica, algo refutado pelos especialistas. Hoje, ele segue as indicações da médica, mas, apesar de ter largado o cigarro, nem todos os hábitos foram deixados para trás. “O que não evito é o álcool. Gosto muito de tomar meu uísque no fim de semana”, confessa.
Obesidade é um dos principais fatores para desenvolver doença
O AVC que matou o ator Umberto Magnani, de 75 anos, durante uma gravação de ‘Velho Chico’, da TV Globo, na última semana, não é o único risco que a hipertensão arterial pode causar, mas certamente é um dos mais graves, ao lado do infarto. Um dos fatores fundamentais para o desenvolvimento de hipertensão é a obesidadel.
“É claro que há outros fatores, como hereditariedade, envelhecimento, sedentarismo, consumo excessivo de sal na alimentação, estresse e tabagismo, mas o peso tem papel decisivo no controle desta patologia”, destaca o cardiologista Ivan Cordovil, coordenador do serviço de Hipertensão do Instituto Nacional de Cardiologia.
Para prevenir, Ricardo Mourilhe, presidente da Sociedade de Cardiologia (Socerj), recomenda atividade física por, no mínimo, 150 minutos por semana, dieta saudável e balanceada com menor quantidade de sódio, parar de fumar e evitar o consumo de álcool. Ele explica que a pressão é considerada alta quando está acima de 140 (máxima) por 90 (mínima). “A de 120 por 80 (ou 12x8) é considerada ideal”.
Alimentos recomendados
Beterraba e alho: Vários estudos têm mostrado que o consumo diário de suco de beterraba rico em nitratos contribui para a pressão arterial. O extrato de alho também tem sido investigado pelo seu poder hipotensor.
Peixes fonte de ômega 3: Esta gordura encontrada na sardinha, salmão e atum aumenta a síntese de substâncias vasodilatadoras e têm ação similar a alguns medicamentos anti-hipertensivos.
Laticínios magros: Cada porção de iogurte adicionada à dieta foi associada com redução de 6% do risco de hipertensão arterial.
Morangos e romã: O consumo de morango tem apresentado relação inversa com a incidência de hipertensão. Estudos mostram que o suco de romã é rico em antioxidantes, com efeito hipotensor.
Frutas secas: Damasco, uva passa, ameixa preta são frutas com elevado teor de potássio, que atua de modo positivo no controle da hipertensão. Castanha do Pará, pistache, amendoim, macadâmia, nozes e amêndoas também são aliadas.
Azeite de oliva: A inclusão de 30 ml de azeite de oliva extra virgem à dieta tem sido associada a maior produção de endotelina e óxido nítrico, ambos importantes reguladores da pressão arterial.
Cacau: O consumo do chocolate com quantidade mínima de 70% de cacau mostrou ter efeito hipotensor. A quantidade mínima de consumo diário necessário para a redução da pressão arterial é de de 40 gramas de chocolate amargo.
Tente evitar
Excesso de sal (o recomendado é consumir cerca de 5 gramas por dia), gorduras saturadas, cigarro, bebidas alcoólicas e obesidade
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