Diversos deputados ocuparam a tribuna da Câmara nesta manhã para defender a decisão
do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki que
afastou Eduardo Cunha do mandato de deputado federal e da função de
presidente da Casa.
A deputada Luiza Erundina (Psol-SP) disse que
essa decisão deveria ter vindo do Conselho de Ética, mas não foi
possível porque Eduardo Cunha manobrou
para impedir sua cassação. “Essa cadeira é do povo, e foi conspurcada
ao ser ocupada por interesses mesquinhos. E isso se deve aos partidos,
que a maioria esteve conivente”, acusou.
O deputado Arnaldo Jordy
(PPS-PA) lembrou que apenas quatro partidos (PPS, Psol, Rede, PDT)
tiveram a coragem de, já no ano passado, entrar com pedido para retirar
Eduardo Cunha da direção
da Câmara. “Nós vínhamos cobrando isso há um ano e meio, junto com
outros partidos, e esperamos que essa decisão do ministro Teori Zavascki
se confirme, porque nesse momento o deputado afastado está na
residência oficial tramando contra isso”, disse o deputado Chico Alencar
(Psol-RJ). Ele adiantou que a defesa de Eduardo Cunha deve argumentar
que o Plenário teria de revalidar a decisão do Supremo, o que em sua
opinião seria um equívoco.
>> Chamado de "delinquente", Cunha é afastado do mandato
>> Cunha diz que vai recorrer de afastamento determinado pelo STF
>> Confira a íntegra da decisão de Teori Zavascki Deputados ocupam tribuna apoiando decisão do STF de afastar Eduardo CunhaO
líder da Rede, deputado Alessandro Molon (RJ), disse que a decisão
serve de mensagem para todos os que imaginam que o mandato parlamentar
serve como defesa para quem cometeu crimes. “Esperamos essa Casa perceba
que aquilo que parecia ilimitado, o poder do deputado Eduardo Cunha,
tem limite, que é a legalidade, e a dignidade da Câmara.” Defesa garantida
O
deputado Mauro Pereira (PMDB-RS) também defendeu a decisão do SFT e
disse que as instituições estão funcionando e Eduardo Cunha terá o
direito de se defender no Supremo, da mesma forma que o ex-presidente
Lula. Ele criticou o PT por atacar o Supremo e o procurador-geral, e
disse que os deputados não deveriam fazer a mesma coisa. “Vamos separar
bem as coisas, o ex-presidente Lula chamou os ministros do Supremo de
covardes, mas eles vão cumprir suas missões e vamos passar o Brasil a
limpo”, disse.
O deputado Ivan Valente (Psol-SP) disse que os fiéis a Eduardo Cunha não são fiéis por questões políticas, mas porque foram
financiados por ele nas eleições. “Eduardo Cunha mancha essa Casa, e o
Psol desde o primeiro momento sabia disso, desde que ele mentiu na CPI
da Petrobras, dizendo que não tinha contas na Suíça.”
O deputado
Gonzaga Patriota (PSB-PE) também defendeu o afastamento de Eduardo
Cunha. “Ninguém aguentava mais ser presidido por alguém sem a capacidade
ética e moral para ser presidente dessa Casa”, disse.
“Aqui se
faz, e aqui se paga. Há mais de um ano nessa casa, e todos os dias
Eduardo Cunha manobrou e fez o que quis. Ele achava que mandava em todos
os deputados, nos juízes”, comemorou o deputado Caetano (PT-BA).
Já
o deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), disse que não é um momento para
bater palmas, e sim para repensar o novo governo que vai se instalar.
“Nesse momento é preciso ter esperança de que o presidente Michel Temer
faça um bom trabalho e mude os rumos do Brasil.”
O deputado Celso
Maldaner (PMDB-SC) comemorou a decisão de Teori, e frisou que Santa
Catarina está orgulhosa do ministro, que é do interior do estado. “A
justiça tarda, mas não falha”, disse.
O deputado Jarbas
Vasconcelos (PMDB-PE) disse que já cobra o afastamento de Cunha desde
que as denúncias começaram. “O Supremo cumpriu seu dever”, frisou.
O
deputado Marcelo Aguiar (DEM-SP) disse que o momento é difícil, mas o
povo brasileiro precisa de uma resposta. “Quem terá a coragem de colocar
seu nome para dirigir essa Casa, até quando vamos jogar um no colo do
outro as decisões?”, disse.
O deputado João Gualberto (PSDB-BA)
disse que Eduardo Cunha fez parte da mesma quadrilha comandada pelo
ex-presidente Lula. Ele frisou que Cunha era um aliado do PT, que agora o
chama de bandido, mas estavam juntos até recentemente. “O PSDB não
votou nele, nós votamos no Júlio Delgado”, lembrou.
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