Deputado denuncia caso de empresária que se diz ameaçada e roubada por motorista armado
Rio - Revelada com exclusividade pelo DIA ontem,
a denúncia de uma passageira contra um motorista de Uber, acusado de
ameaçá-la com uma arma e sequestrá-la junto com a filha, uma bebê de
seis meses, já está nas mãos da Justiça. Ao tomar conhecimento do caso
pelo jornal, o deputado estadual Dionísio Lins (PP) entrou ontem com uma
ação na Promotoria de Tutela Coletiva da Defesa do Consumidor e
Contribuinte do Ministério Público do Rio.
Ele pede que sejam
tomadas as medidas legais para que se apure o caso e também pretende
cobrar uma posição da Uber sobre o ressarcimento dos R$ 12 mil que a
vítima afirma ter sido obrigada a entregar ao motorista. “É
preciso saber se a direção do aplicativo vai ressarcir os R$ 12 mil
roubados da passageira e se vai prestar algum tipo de atendimento
psicológico, já que hoje existe apenas a profissão de taxistas
regulamentada por lei”, disse o deputado. Ele informou ainda que vai
solicitar às secretarias de Fazenda municipal e estadual a relação com o
nome e endereço de todos os motoristas cadastrados no Uber e como é
feito o processo de cadastramento. A empresária de Niterói conta que viveu três horas de agonia em carro onde foi levada junto com a filha
Reprodução
A vítima, uma empresária que mora em Niterói,
afirma que embarcou em Icaraí com destino a Piratininga, na Região
Oceânica do município, mas o motorista a rendeu com uma arma e mudou a
rota, levando-a até Petrópolis, a 75 km de Niterói. Ela conta que rodou
dentro do carro por três horas, sofrendo ameaças, e foi abandonada com a
bebê na cidade da Região Serrana, após o motorista roubar seu celular e
a quantia em dinheiro que tinha em sua bolsa.
Delegado
responsável pelo caso, Robson da Costa, titular da 77ª DP (Icaraí), diz
que solicitou o Boletim de Ocorrência feito pela vítima em Petrópolis,
em caráter de urgência, e ontem mesmo já estava com o documento em mãos.
“Vamos dar início às diligências, identificando o suspeito e fazendo o
recolhimento das imagens de segurança do local, a princípio”, explicou. Deputado cobra ficha criminal O
deputado quer saber ainda se a Uber levanta a ficha criminal de seus
motoristas. “Há muito tempo estamos cobrando do representante do Uber na
cidade, o senhor Fábio Sabba, como é feito o processo de seleção para
atuar na empresa, se é feito um levantamento de bons antecedentes desses
motoristas, onde são cadastrados, as certidões negativas que o Uber diz
ter em seu poder, além de toda a documentação necessária para seu
funcionamento na atividade de transporte de passageiros”, completou. Após
saber do caso, usuários do aplicativo em Niterói disseram estar
receosos quanto à segurança do serviço. “Uso bastante o Uber, mas é
importante saber quem é essa pessoa. Posso ser mais uma vítima se esse
motorista ainda estiver na Uber”, disse a engenheira Paula Matheus, 31.
Outra usuária preferiu não se identificar, pois se o motorista estiver
solto, teme pela sua segurança. “Hoje está tudo tão violento. Moro bem
perto de onde a menina pegou o carro. Não sei se volto a usar o app”,
contou a estudante. Taxa extra para garantir segurança Desde
quinta-feira, a Uber não informa se o motorista envolvido na denúncia
de sequestro já foi identificado ou notificado pela empresa. E mantém o
que disse anteriormente em nota oficial: “Em caso de investigações e
processos judiciais, a Uber colabora com as autoridades nos termos da
Lei”. Coincidência ou não, a Uber está cobrando aos usuários,
desde ontem, uma taxa de R$ 0,75 por viagem em todo o país. Segundo a
empresa, a taxa é para “manter o crescimento saudável da plataforma no
Brasil, que ajudará a apoiar iniciativas de segurança para motoristas
parceiros e usuários, além de outros custos operacionais”. Questionada
sobre quais seriam essas ‘iniciativas’, a Uber não retornou até o
fechamento desta reportagem. A tarifa do UberX, categoria mais barata do
serviço, tem preço base de R$ 2 e cobra R$ 1,40 por quilômetro rodado,
mais R$ 0,15 por minuto de viagem. Já o serviço Black tem preço base de
R$ 4, cobra R$ 2 por quilômetro rodado e mais R$ 0,23 por minuto de
viagem.
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