O massacre dos presos no Amazonas poderia ter sido evitado;
por meio de escutas telefônicas, a Polícia Federal sabia há mais de um
ano da intenção da facção criminosa Família do Norte (FDN) de matar
"todos os membros" do grupo paulista PCC em presídios de Manaus; as
informações constam em um relatório da instituição; mesmo documento foi
usado como base para a Operação La Muralla, em novembro de 2015, quando
foram cumpridos 127 mandados de prisão; apesar do documento, o ministro
da Justiça, Alexandre de Moraes, responsável pela PF, admitiu apenas que
o governo do Amazonas tinha conhecimento de um plano de fuga dos
presos; enquanto isso, Michel Temer segue em silêncio sobre o assunto.
As informações são de O Globo.
O plano de criminosos da facção amazonense Família do Norte (associada ao grupo carioca Comando Vermelho) de eliminar presos supostamente ligados à facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) era de conhecimento da Polícia Federal do Amazonas desde outubro de 2015. Somente na segunda-feira à tarde, depois do massacre, o Ministério da Justiça, ao qual a PF está subordinada, anunciou a liberação de recursos para a transferência de detentos para presídios federais.
As informações de que as mortes poderiam ocorrer constam em um relatório de mais de 600 páginas, com cerca de 800 mil mensagens e chamadas telefônicas de criminosos interceptadas pelos policiais federais. O documento tem trechos de conversas do chamado núcleo central da facção amazonense, em que é revelado o propósito de eliminar "todos os membros da facção paulista que se encontravam presos em Manaus".
No dia 19 de outubro de 2015, todo o material foi encaminhado à 2ª Vara Federal do Amazonas pelo delegado Rafael Machado Caldeira, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Drcor), da PF do Amazonas. O material foi usado como base para a deflagração da Operação La Muralla, no final de 2015, levando à denúncia e à expedição de 127 mandados de prisão. Todos acusados de tráfico de drogas, armas, avagem de dinheiro, evasão de divisas, assassinatos e torturas.
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