O ex-ministro
da Justiça José Eduardo Cardozo, que serviu ao governo Dilma Roussef
desde o primeiro dia do mandato da petista, concedeu entrevista a Folha de S. Paulo.
A entrevista ocorreu após Cardozo reassumir a cadeira de procurador do
município de São Paulo no último dia 14 de novembro, que agora tem como chefe o prefeito tucano João Doria. “O servidor público tem que servir dentro de suas funções seja qual for o governo, pouco importa se ele concorda ou não concorda com o governo”, disse Cardozo sobre a relação com João Dória na prefeitura. Cardozo assumiu o cargo
de procuradoria após passar no concurso em 1982 e está afastado desde
1994, quando assumiu uma vaga de vereador. Longe do governo federal, o
procurador não poupou críticas na entrevista divulgada pela Folha nesta quarta-feira (4). Para
ele, a crise econômica que o país enfrenta não encontrou, nem
encontraria solução no governo assumido por Michel Temer, após
impeachment da Dilma. “Nenhum governo que chegasse ao poder naquelas
condições teria legitimidade e condições políticas de reunir energia
para tirar o Brasil da crise”, disse, acrescentando: “tudo tendia que o
quadro fosse agravar. Não há respostas hoje fora das urnas e fora da
democracia”. O procurador diz ainda que o governo de Temer “é um
desastre em todos os sentidos”. Ele destaca que este é um governo “de
homens brancos sem mulheres, conservadores e que seguiu uma linha
política que não foi a que elegeu a chapa Dilma-Temer”. “É
incrível que as pessoas tenham vendido a ilusão para a sociedade de que
um governo com essa composição, com essas características não seria
atingido [por acusações de corrupção] no seu curso”, completa. Cardozo
afirma ainda que a Operação Lava Jato chegou a um ponto que
dificilmente alguém conseguirá impedir o andamento das investigações.
“Embora nós devamos ficar atentos para que isso não ocorra. O que eu não
quero também dizer em momento algum é que abusos eventuais não sejam
cometidos. Eu sempre defendi as investigações. Mas investigações devem
ocorrer dentro da lei. Dentro dos limites da constitucionalidade”,
acrescentou. Ele declara ainda que o juiz Sérgio Moro teve um papel importante no processo do combate à corrupção do país. “Eu
o considero uma pessoa tecnicamente muito preparada”, disse Cardozo,
fazendo em seguida uma ressalva: “há decisões dele que podem ser objeto
de uma profunda crítica, especialmente quando elas interferem também nos
processos políticos”. “Acredito que isso [a imparcialidade de
Moro] tem que ser examinado de uma forma muito criteriosa. Se realmente
as coisas se confirmarem que para alguns a lei vale e para outros a lei é
só sorrisos [referência à foto em que Moro aparece sorrindo com Aécio
em evento], acredito que efetivamente vai mal a coisa”. >> Veja a reportagem na íntegra
"Obrigar os secretários municipais a se fantasiarem de garis para
limparem, às seis da manhã do primeiro dia de mandato, a Praça 14 Bis é
apenas a primeira das muitas medidas demagógicas que o novo prefeito de
São Paulo reserva para a população da maior cidade do país", diz o
colunista Alex Solnik, que traça um paralelo entre Doria e Jânio
Quadros; "Batizava suas campanhas de 'um tostão contra o milhão' e o
símbolo era uma vassoura 'para varrer a roubalheira'. Mas, na campanha à
prefeitura de São Paulo, em 1985 ele próprio recebia as contribuições
de campanha e até se dava ao luxo de rasgar cheques que considerava
muito pequenos"
Ex-ministra de Direitos Humanos, a deputada Maria do Rosário (PT-RS)
colocou o dedo na ferida ao falar sobre a tragédia do réveillon em
Campinas, onde um homem matou a ex-mulher, o filho e mais 10 pessoas,
atribuindo tudo à lei "vadia da Penha"; "Diante do ódio contra mulheres e
deste crime, pergunte: 'onde estavam os Direitos Humanos?'", indagou a
deputada, já respondendo: "Buscando parar estes caras, criando a lei
Maria da Penha", completou
Ministro no governo do PT e amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, Luiz Marinho (PT), que deixou o cargo de prefeito de São
Bernardo do Campo no último domingo (1°), defende um pacto político para
a antecipação das eleições para o segundo semestre de 2017; Marinho se
diz contrário ao impeachment de Michel Temer ou à cassação da chapa
Dilma-Temer pela Justiça Eleitoral, o que, para ele, seria um "golpe
dois"; para o ex-prefeito, o Congresso deve assumir a responsabilidade
de antecipar a eleição
Michel Temer não renunciou em 2016, devolvendo ao povo brasileiro a
democracia roubada com o golpe parlamentar do ano passado; isso
significa que, se ele vier a cair neste ano, em tese o Brasil teria
eleições indiretas, com um novo presidente sendo escolhido pelo
Congresso; no entanto, Temer ainda pode melhorar sua biografia neste
ano, caso convoque todos os partidos para um amplo diálogo em torno de
eleições diretas; na presidência, ele, rejeitado por 77% dos
brasileiros, não terá nada a ganhar, se continuar à frente de uma crise
que desempregará pelo menos mais 1 milhão de brasileiros neste ano – ou
seja, não há Marcela que possa conter sua impopularidade
A desvinculação das pensões por morte do salário mínimo, proposta na
reforma da Previdência de Michel Temer, deve atingir mais da metade dos
beneficiários do sistema, número próximo de quatro milhões de pessoas;
Com a mudança, pensionistas poderão passar a ganhar menos do que a
remuneração mínima em vigor no país; tendência é que o valor seja
corrigido pela inflação, mas o aumento poderá deixar de ser anual, como
atualmente é praticado na correção do Bolsa Família; com isso, a
elevação do benefício passará a ser feita conforme a margem fiscal do
governo federal
Cid Gomes (PDT), ex-governador do Ceará Cid Gomes, afirmou neste
domingo (1º), durante a posse do prefeito reeleito em Fortaleza Roberto
Cláudio (PDT), que as gestões de prefeitos aliados terão papel
importante para a candidatura de seu irmão, Ciro Gomes (PDT), à
Presidência em 2018; "Dentre os nomes já postos, penso que ele (Ciro) é o
que mais conhece a realidade do País; tem mais experiência, tanto por
gestões passadas como ministro quanto pelo que ele tem andado pelo
Brasil", avaliou Cid
O clima de "quanto pior melhor" instaurado por forças políticas para
permitir a derrubada da presidente Dilma Rousseff (PT) mergulhou o
Brasil em sua pior recessão da história, causando uma debandada de
recursos para o Paraguai; enquanto o desemprego no Brasil se aproxima de
12%, há indústrias brasileiras abrindo novas fábricas e criando
milhares de novos empregos diretos no país vizinho, que tem um programa
especial para atrair investimento estrangeiro; Foro Brasil-Paraguai,
dedicado a apresentar oportunidades do país a brasileiros, calcula que
dois terços dos investimentos no Paraguai nos últimos anos sejam de
empresas de capital brasileiro
A possibilidade do empresário Roberto Justus se filiar ao PMDB para
tentar disputar a Presidência da República já causa ruídos no partido;
integrantes da legenda acham que o publicitário pode querer furar a fila
interna, atropelando nomes que já se colocam para disputar outros
cargos; Justus, por esse raciocínio, dificilmente conseguiria de fato
ser escolhido candidato pelo partido; poderia então tentar disputar o
governo de São Paulo —mas Paulo Skaf, presidente da Fiesp, também é
candidato ao cargo, que disputou em 2014
Com medo de tumultos desnecessários em sua base de apoio no
Congresso, em um momento em que tenta passar reformas polêmicas, Michel
Temer desistiu de fazer uma reforma ministerial em fevereiro, após as
eleições para o comando da Câmara e do Senado; reforma da Previdência é,
portanto, omaior empecilho a uma mexida na equipe
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), candidato à reeleição
no comando da Casa, aposta que a aprovação da reforma da Previdência
será feita no Congresso no primeiro semestre e representará um marco na
retomada do crescimento do País; ele avalia que a votação dessa e de
outras reformas passarão confiança para investidores sobre a seriedade
do novo governo; um dos citados em delação feita por um executivo da
Odebrecht, Maia nega as acusações e defende as investigações da Lava
Jato
Para evitar uma guerra como Judiciário, o Planalto quer que Renan
Calheiros assuma a liderança do PMDB no Senado, e não a toda-poderosa
CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), quando deixar a presidência da
Casa em fevereiro de 2017; como a CCJ sabatina juízes e procuradores
indicados pelo governo, por exemplo, auxiliares de Michel Temer receiam
que o aliado use o órgão para seguir em guerra com parte do Judiciário,
tumultuando a cena
Após rumores de que estaria cansado da vida como ministro do STF
(Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes negou que tenha a intenção de
pedir para sair do Supremo em breve; “Eu não cogito me aposentar”,
assegurou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral; aposentadoria
compulsória dos ministros da Corte é aos 75 anos e Gilmar tem agora 61
"O governo pós-democrático no Brasil difunde suas pós-verdades como
tentativas de justificar as injustificáveis políticas do governo", diz o
colunista Emir Sader, para quem Michel Temer se tornou um "personagem
grotesco", com credibilidade próxima de zero; "Diz que a economia não
retoma o crescimento porque o custo da força de trabalho seria muito
alto, em um país caracterizado por salários extremamente baixos. Diz que
o Brasil teria feito alianças ideológicas no plano internacional,
quando essas alianças foram parte essencial do crescimento econômico do
pais, tanto na America Latina, como na Ásia.
247 abre 2017 com uma carta da leitora Maria Eduarda Paschoalini, de
15 anos; na foto ao lado de Beatriz Cerqueira, que atua em defesa da
educação, Duda simboliza a esperança de dias melhores no País, depois do
golpe de 2016, liderado por políticos corruptos contra a presidente
honesta, que foi também a primeira mulher a ocupar a presidência da
República; "Não desistiremos, nem temeremos nunca", diz ela; "É claro
que o sol vai voltar amanhã. Mas enquanto o sol não volta, não nos
acostumemos com a escuridão, não permitamos que eles matem nossa fé e
esperança. Dias melhores virão. Não há escuridão que dure
indefinidamente. Só não podemos desistir!"
Como o golpe que arruinou as contas do governo federal, dos governos
estaduais e das prefeituras, o que foi reconhecido neste domingo por um
dos seus principais articuladores, o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, o ano de 2017 será fatalmente marcado por novos impostos; com
Michel Temer e Henrique Meirelles, o Brasil tem produzido os maiores
déficits da história, em razão da depressão econômica, e a dívida
interna, que fechará o ano em 71% do PIB sairá do controle sem novos
tributos, como a própria CPMF; ou seja: a população pagará um preço
ainda maior por ter permitido o golpe
Articulador do golpe parlamentar de 2016, o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso reconheceu o caos no qual o Brasil mergulhou e passou a
prever até o avanço do crime organizado sobre os governos; "Não só as
finanças estão 'quebradas' em todos os níveis (municipal, estadual e
federal) como também a carência de serviços públicos (educação, saúde,
transportes) é gritante. Dentre eles, os de segurança. Não seria de
surpreender se a força do crime organizado viesse a desafiar mais
amplamente as forças da ordem", afirmou; ele disse ainda que se não
houver crescimento econômico o ajuste de Henrique Meirelles fracassará;
embora a quebra do Brasil seja consequência do golpe provocado pela
aliança entre o PSDB e o PMDB de Eduardo Cunha e Michel Temer, FHC tenta
culpar o PT
"Para navegar em céu de brigadeiro, Temer, o decorativo, estará
alinhado aos tucanos – que formam o núcleo duro de seu governo -, e aos
setores do banditismo político incrustados no Congresso Nacional", prevê
o cientista político Robson Savio Reis Souza, professor da PUC-MG; "Com
a patrocinadora do golpe, a mídia antidemocrática, manipuladora, sem
controle social e alçada à condição de produtora da agenda política
brasileira, Temer será generoso, despejando dinheiro público, com faz em
doses cavalares neste final de ano", afirma; "Não é pulando ondas,
rezado terço ou queimando fogos que teremos um 2017 melhor..."
Na cerimônia de transmissão do cargo neste domingo, o agora
ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) destacou seu "legado
financeiro" e desejou "tudo de bom" a seu sucessor, o tucano João Doria;
Haddad disse ainda que fez a transmissão a Doria como se tivesse feito
"a um irmão"; "Nestes quatro anos, soubemos como nunca sanear as contas
da cidade. Você recebe uma cidade em ordem. Fiz uma transição como se
fosse a um irmão, em respeito à democracia e ao povo trabalhador desta
cidade"
A cerimônia de transmissão do cargo do ex-prefeito de São Paulo
Fernando Haddad (PT) para o novo gestor, João Doria (PSDB), acabou
virando palanque eleitoral para o governador Geraldo Alckmin; ele
prometeu fazer com Doria "uma dupla como a de Pelé e Coutinho", ídolos
da época de ouro do Santos; Doria não titubeou, e voltou a defender a
candidatura do padrinho à presidência da República em 2018; Doria
terminava seu discurso quando um dos membros da claque tucana gritou que
ele colocaria 'a cidade nos trilhos'; o prefeito emendou: "E com
Alckmin, vamos colocar o Brasil nos trilhos"
Michel Temer teria confidenciado para pessoas próximas que está
"cansado de apanhar injustamente" e estaria fazendo anotações diárias
para um livro, "tentando desmistificar a tão falada solidão do poder";
em 2017, o governo do peemedebista deverá continuar enfrentando
dificuldades com o cenário econômico e também com a Operação Lava Jato;
Das 77 delações de executivos e ex-diretores da Odebrecht, somente
quatro tiveram tiveram o conteúdo divulgado, com diversas citações à
cúpula do governo do Temer. Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal,
deve homologar os depoimentos em março, trazendo mais turbulências para
o Palácio do Planalto
Prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), foi
empossado e já adiantou que terá um início de gestão complicado, uma vez
que as chances dos salários do funcionalismo municipal atrasarem já em
janeiro é "muito grande; ele disse, ainda, que fará "tudo o que for
necessário" para manter em atividade os serviços essenciais do
município; "Vamos fazer uma análise [financeira] nos primeiros dias e
semanas. Mas, pelas antecipações [de receitas] e despesas geradas pela
antiga administração, há um grande risco de atrasar salários", destacou
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