3.15.2017

Povo nas ruas contra as reformas do corrupto Temer

Mais de 1 milhão vão às ruas contra o golpe e pelo direito de se aposentar

Vagner Freitas: “Corruptos vão tirar direitos dos trabalhadores”?

Protestos em várias capitais do País reuniram mais de 1 milhão de pessoas nesta quarta-feira 15; na Avenida Paulista, mais de 100 mil pessoas, segundo a CUT, já ocupam todas as faixas, nos dois sentidos, contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Temer e por mudanças na lei trabalhista; ato terá a participação do ex-presidente Lula; protestos gigantescos foram também registrados em cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, entre outras, além de paralisações em diversas setores, como transporte, bancos e educação; o ministério da Fazenda, em Brasília, foi ocupado por movimentos sociais por cerca de nove horas; "Governo corrupto vai tirar os direitos dos trabalhadores?", questionou hoje mais cedo o presidente da CUT, Vagner Freitas, em entrevista ao 247
Presidente nacional da CUT afirma em entrevista ao 247 que a paralisação desta quarta-feira 15 faz as centrais sindicais "acumularem forças para uma greve geral" contra as reformas do governo Temer; "Hoje a gente começou a derrotar as propostas de reforma do Temer", afirmou; o grande objetivo, segundo ele, é chegar a uma greve geral nacional; o dirigente sindical acredita que os atos podem ter efeitos porque os parlamentares querem se reeleger; "Vamos colocar cartazes e outdoors com a cara deles no Brasil inteiro", declarou, sobre os políticos que votarem a favor das propostas; Vagner também ponderou que, se a Justiça impedir Lula de concorrer em 2018, "o povo irá às ruas"; "Impedir Lula de concorrer seria a pá de cal no golpe que eles querem dar. Vai mobilizar milhões de pessoas contra isso. Se eles fizerem essa atrocidade vão provocar uma convulsão social"; assista 
  Em entrevista aos jornalistas Gisele Federicce e Alex Solnik, na manhã desta quarta-feira 15, o presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, disse que, apesar do estrondoso sucesso dos protestos realizados hoje, em ao menos 18 estados e principais cidades brasileiras, contra as reformas trabalhista e da Previdência, que paralisaram, ao menos por algumas horas, várias categorias de trabalhadores e levaram milhares de pessoas às ruas, este foi apenas o primeiro de muitos atos previstos para os próximos meses em todo o país.
"Hoje a gente começou a derrotar as propostas de reforma do Temer", afirmou. "Acumulamos forças para uma greve geral".
O próximo evento, segundo ele, deverá ser uma greve nacional dos transportes, englobando ônibus, trens, aviões, táxi, metrô, transporte naval, possivelmente ainda neste mês.
E o grande objetivo é chegar a uma greve geral nacional, ainda sem data definida, mas nas vizinhanças da data em que as reformas forem votadas.
O dirigente afirmou que as medidas anunciadas pelo governo Temer afetam não só todas as categorias de trabalhadores, e por isso extrapolam qualquer viés ideológico, como também as pequenas cidades do interior que sobrevivem graças ao movimento das aposentadorias de seus moradores.
Ele atribuiu o maciço comparecimento às manifestações, que só não foi maior, no seu entender, porque a mídia tradicional se recusou a divulgá-lo, ao fato de terem sido convocadas por todas as centrais sindicais, não só pela CUT.
No entanto, Vagner não pretende abrir mão da posição firme da CUT de não negociar nenhum ponto das reformas da Previdência, não se alinhando, desse modo, a outras centrais sindicais que concordaram em negociar com o governo.
"Temer é um impostor" disse Vagner, justificando sua recusa em abrir negociações. "Temer tem prazo de validade e foi colocado lá para fazer todas as maldades".
"A CUT não negocia com o governo Temer não por ser de direita, mas por ser ilegítimo".
Ele também anunciou que os protestos não vão se limitar a manifestações de rua e greves.
"Vamos tratar deputados e senadores que votarem a favor das reformas como traidores da classe operária. Vamos colocar cartazes e outdoors com a cara deles no Brasil inteiro".
"Temer não se importa em ser impopular, mas deputados e senadores se importam".
O problema dele é outro:
"Se ele não entregar as reformas seu governo balança, se enfraquece e pode até cair".
"É um paradoxo: Temer tem uma eventual maioria parlamentar, mas não tem maioria na sociedade".
"É o presidente mais impopular da história. É mais impopular que Figueiredo".
O presidente nacional da CUT também criticou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia que defendeu a extinção da Justiça do Trabalho, por "quebrar empresas".
"Rodrigo Maia é um deputado desqualificado que não tem a menor condição de ser presidente da Câmara".
"Trabalhador só processa o patrão quando ele não cumpre suas obrigações" disse Vagner.
"Quem quebrou empresas e ceifou mais de três milhões de empregos foi a Lava Jato" disse mais adiante.
Ele também questionou o contexto em que o governo quer aprovar as reformas contrárias aos interesses dos trabalhadores:
"Como é que esses deputados, que foram agentes do golpe e mais de 70% deles indiciados têm moral para retirar direitos dos trabalhadores? E servindo como maioria parlamentar a um governo que não foi eleito e cujo centro do governo, seis ou sete ministros e o principal, o presidente da República também está indiciado por corrupção? Ou seja, os corruptos vão tirar os direitos dos trabalhadores"?
O melhor cenário, na opinião dele, seria Temer renunciar, convocação de eleições diretas e eleição de uma Assembleia Constituinte. Mas observa que prorrogação do mandato de Temer não está descartada:
"A Globo está fazendo campanha para prorrogar o mandato do golpista. Mas nós não vamos permitir".
Vagner também ponderou que, se a Justiça impedir Lula de concorrer em 2018, "o povo irá às ruas":
"Impedir Lula de concorrer seria a pá de cal no golpe que eles querem dar. Vai mobilizar milhões de pessoas contra isso. Se eles fizerem essa atrocidade vão provocar uma convulsão social".
Assista ao vídeo com a íntegra da entrevista

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