Em depoimento à Justiça Federal de Brasília nesta terça-feira (14), o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou que tenha atuado para
obstruir a operação Lava Jato.
Lula é um dos sete réus em ação penal que investiga suspeita de obstrução dos trabalhos da Lava Jato. O processo, aberto em julho do ano passado,
investiga se houve uma tentativa do grupo de convencer o ex-diretor da
Petrobras Nestor Cerveró a não fechar acordo de delação premiada.
Esta é a primeira vez que Lula depõe como réu na Lava Jato. Questionado
pelo juiz Ricardo Leite se os fatos presentes na denúncia são
verdadeiros ou falsos, o ex-presidente respondeu que são falsos.
Segundo as investigações, Lula, o senador cassado Delcídio do Amaral
(sem partido-MS), o ex-chefe de gabinete de Delcídio Diogo Ferreira, o
banqueiro André Esteves – sócio do BTG Pactual –, o advogado Edson
Ribeiro, o pecuarista José Carlos Bumlai e o filho dele, Maurício
Bumlai, teriam tentado impedir que Cerveró revelasse à Justiça detalhes
do esquema de corrupção que atuava na Petrobras em troca de uma redução
da pena.
"Eu duvido,que antes, durante e depois do meu mandato, aqueles que estão presos e
os que vão ser presos, que tenha um empresário, um político, que tenha a
coragem de dizer que um dia me deu dez reais, que tenha coragem de
dizer que Lula deu cinco centavos pra ele. Eu não faço isso porque não
sou melhor que todo mundo, não, eu faço isso porque quem chegou à
presidência da República como eu cheguei não tinha o direito de errar",
afirmou o ex-presidente ao juiz.
Durante o depoimento, Lula afirmou que os fatos apresentados se tratam
de “ilações”. Disse também que os governos do PT fizeram com que as
instituições no Brasil fossem fortalecidas.
“Me ofende profundamente insinuação de que o PT é organização
criminosa”, disse. “A procuradoria não existia, era uma peça de ficção,
quando cheguei no governo”, completou.
Lula disse que passou os oito anos de seu governo sem participar de
jantares e aniversários para evitar situações com pessoas pedindo
favores.
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